O MAGAZINE LUIZA VAI FALIR – LUIZ BARSI ALERTA

O maior investidor pessoa física do Brasil, Luiz Barsi é uma verdadeira lenda viva do mercado financeiro.

Famoso por sua carteira bilionária baseada em dividendos, recentemente ele deu uma declaração bastante polêmica sobre a Magazine Luiza durante o Irmãos Dias Podcast…

Mas o que está por trás dessa opinião? Por que a Magalu estaria condenada?

Vamos juntos entender um pouco mais esse raciocínio e complementar alguns pontos trazidos pelo Barsi.

Com enorme queda acumulada em suas ações nos últimos meses, a Magazine Luiza tem colecionado prejuízos e tem sido motivo de preocupação para grande parte do mercado. O que faz com muitos pensem que ela pode de fato chegar à falência.

Mas quais motivos fazem existir tanta desconfiança contra a empresa? Por que há receio em relação ao negócio?

MARGEM APERTADA

O primeiro grande problema das ações do Magalu está na essência de seu negócio.

Por se tratar de uma empresa predominantemente de Varejo, a empresa está em constante briga por preços com todas as demais varejistas do país.

Por causa disso, há uma batalha constante pelos consumidores que procuram as varejistas em geral não pelos valores que ela tem a agregar, mas sim por conta do preço.

Nesse meio, ganha aquela empresa que conseguir oferecer o melhor preço final para os clientes.

O problema é que para terem os melhores preços, as varejistas em geral têm que de uma forma ou de outra cortar e muito as suas margens. O que dá a elas uma margem de lucro extremamente apertada, que varia entre um ou dois por cento do total da venda.

Ou seja, para cada cem reais que elas vendem, apenas 1 ou 2 reais entram de fato como lucro para a empresa.

Para completar, além do lucro operacional ser muito pequeno, como a operação da empresa envolve muitas pessoas, e há também outros custos aparentemente invisíveis para quem está de fora.

Além do custo do negócio em si, e o esforço para conseguirem melhores preços, não é raro que as empresas tenham que enfrentar outros custos inesperados, como, por exemplo, ações e acordos trabalhistas que podem ser executados a qualquer tempo.

O que na prática faz com que a margem de lucro desses negócios seja comida também pelo passivo trabalhista, que é um dos grandes problemas de se empreender no Brasil. O que torna a margem de lucro ainda mais apertada na contabilidade geral.

VAREJO NO BRASIL

Além do problema da guerra de preços, outro problema vai além da capacidade da própria empresa ou do seu negócio; envolve o próprio Brasil.

Por aqui, historicamente, as empresas de varejo têm uma enorme dificuldade de operarem por um longo prazo. Isso, porque, além da instabilidade política, há uma tradição de decisões governamentais que trazem imprevisibilidade para o mercado nacional, especialmente para o setor de varejo.

Isenções, tributações pouco explicadas e políticas temporárias de estímulo fazem com que o cálculo dos preços dos produtos seja não apenas um exercício matemático, mas também uma questão de aposta; já que a instabilidade do mercado faz com que os varejistas tenham que colocar em suas contas não só a aparente situação real, mas também contar com mudanças que podem acontecer através da edição de uma nova lei ou de uma simples canetada de um governante.

Como os varejistas compram e vendem enormes quantidades de produtos, eles precisam monitorar constantemente seus custos e preços para manterem a saúde financeira das operações. O que faz com que na prática, os varejistas tenham um trabalho muito mais difícil do que outros setores da economia nacional. E um simples erro de cálculo na precificação dos produtos, pode significar um grande prejuízo.

INFLAÇÃO E DÓLAR

Outros componentes que colocam as empresas de varejo em sérios apuros são a Inflação e o valor do Dólar.

Como o custo dos produtos depende diretamente destes dois componentes, o preço dos produtos oscila constantemente. O que por si só torna a atividade imprevisível.

Para completar, em cenários como o atual, de forte inflação e principalmente de dólar muito valorizado frente ao real, grande parte do portfólio de produtos teve um aumento significativo de preço; o que faz com que de forma geral ocorra uma queda nas vendas, já que o consumidor não consegue acompanhar a inflação e não tem o mesmo poder de compra de outras épocas.

Componentes que tornam o momento presente ainda mais difícil para a Magalu, e também para outras Varejistas, como a Via Varejo, por exemplo.

Além disso, há uma dificuldade grande na precificação dos produtos, uma vez que as varejistas precisam identificar aproximadamente o valor da inflação antes que o valor seja dito pelo Governo ou por qualquer relatório consolidado; uma vez que as comunicações oficiais são apenas a afirmação de uma taxa que já está em prática; ou seja, uma constatação do passado; e normalmente, em cenários inflacionários, quando há o anúncio de que a taxa está em um patamar… na verdade, na prática, ela já está em um patamar bem mais elevado…

ESTOQUE

Além de sofrer com o dólar e com a Inflação, o cálculo de preços ao mercado se torna ainda mais difícil pelos desafios de manter o estoque das lojas; especialmente porque com a oscilação de preços, o capital de giro necessário para reabastecer os estoques pode ser bem maior do que o esperado…

O que muitas vezes faz com que a empresa tenha que colocar mais dinheiro do que o esperado, simplesmente para manter o seu portfólio de produtos. O que só será recuperado efetivamente quando for vendido o estoque; mas que pode significar o desinvestimento em outras áreas ou até mesmo causar um buraco nas finanças no momento desse novo aporte.

VENDA A PRAZO.

Outro problema típico do mercado é a venda a prazo.

Apesar de ser um estímulo a mais e representar a possibilidade de se ter um número maior de clientes que somente comprariam o produto de forma parcelada; essa modalidade traz um novo desafio para o negócio; já que muitas vezes, mesmo com os juros e acréscimos, quando o prazo do pagamento parcelado termina, o custo de reposição do produto vendido pode ser muito maior do que o valor final pago.

O que significa que quando a empresa vende um produto em dez vezes, ao final do décimo mês, o valor final recebido pelo produto vendido pode ser bem menor do que o custo de venda da reposição desse mesmo produto; o que torna sua reposição muito difícil. O que cria um novo desfalque nas contas e um novo desafio na precificação geral.

NECESSIDADE DE APORTES

Como as varejistas tem dificuldades constantes e uma margem de lucro muito apertada, é normal que as operações fiquem deficitárias. Por causa disso, os negócios precisam constantemente de mais dinheiro para sobreviverem. Que pode vir tanto por empréstimo ou pelo mercado, com a venda de ações ou a emissão de debêntures.

Para completar, para acompanharem os concorrentes, as empresas de varejo também precisam investir constantemente em melhorias para se manterem competitivas; o que faz com que elas necessitem regularmente de novos aportes de dinheiro. O que cria uma espécie de ciclo em que a empresa de tempos em tempos precisará de mais dinheiro.

MIX DE PRODUTOS

Assim como a margem de lucro em geral é apertada, a Magalu também sofre em virtude de que seus principais produtos ainda são baseados em eletrodomésticos e produtos da chamada linha branca; tais como fogões, geladeiras e máquinas de lavar roupas.

Produtos que em geral possuem pouco valor agregado e que são vendidos em diversas outras varejistas; o que mantém a margem de lucro apertada.

Para completar a Magalu anunciou o plano para se tornar um Super App, uma estratégia que a faria seguir o exemplo de empresas como a Amazon e alguns players chineses como Alibaba e Pinduoduo.

Um sistema que ofereceria uma coleção de serviços para os usuários, que iriam desde o próprio varejo, a soluções bancárias e aplicações de comodidade, que trariam novas fontes de receita para a empresa, com uma margem de lucro mais esticada em virtude dos valores agregados pelo super app. Contudo, o plano até agora não se concretizou.

Em virtude desses elementos, o investimento na Magazine Luiza e nas demais varejistas brasileiras pode ser muito mais arriscado do que parece.

E pra você, Luiz Barsi tem razão? Você também acha que a Magalu caminha para a falência em algum momento? Compartilhe com a gente nos comentários…

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