O BILIONÁRIO MAIS EXTRAVAGANTE DA FÓRMULA 1 – A HISTÓRIA DE LAWRENCE STROLL

Ser dono de uma equipe de Fórmula 1.

Ter sua própria fábrica de superesportivos.

Financiar o seu filho para se tornar um piloto profissional.

Comprar uma fazenda inteira só para garantir exclusividade de uma das melhores carnes do mundo. E trazer de avião para você um bife tirado no mesmo dia nos Estados Unidos mesmo morando na Europa.

Essas são algumas das extravagâncias de Lawrence Stroll, o bilionário dono da equipe Aston Martin de Fórmula 1.

Mas como ele se tornou tão rico? Como ele pode ter uma vida tão luxuosa?

Nesse post, você vai conhecer a história de Lawrence Stroll e como ele consegue bancar uma das rotinas mais invejadas do mundo da velocidade.

Conhecido mundialmente pelo sobrenome Stroll – na verdade Lawrence nasceu com outro nome – Lawrence Sheldon Strelowich – em 11 de julho de 1959 em Montreal no Canadá.

A entrada dele nos negócios se deu ao seguir os passos do pai, Leo Strelowich, na representação de grifes de roupas europeias no Canadá.

Ainda com 17 anos, Lawrence se tornou representante da marca Pierre Cardin, ao receber a licença exclusiva que até então era de seu pai. Na época, o catálogo da grife contava com roupas femininas e infantis.

Essa foi a atividade principal do empresário durante 15 anos. Até que ele conheceu o estilista Ralph Lauren em um encontro casual.

Na ocasião, o estilista planejava aumentar a participação de sua marca no mercado europeu – onde ele ainda tinha dificuldades para crescer.

E diante da informação, Lawrence entendeu que poderia se unir ao estilista para atuar como representante da marca na Europa – nos mesmos moldes que fazia com a Pierre Cardin – que tinha o caminho inverso, da Europa para a América.

Porém, Stroll sabia que precisaria montar uma estrutura têxtil na Europa para atender as expectativas de Ralph Lauren, e também para que fosse possível distribuir as camisas do estilista no maior número possível de pontos de vendas.

Foi dessa necessidade que ele se juntou a Silas Chou – um empresário de Hong Kong que já tinha o know-how internacional na produção e distribuição de roupas de grifes.

Chou se tornaria um parceiro estratégico para fabricar as roupas em larga escala e com um custo bem menor, graças ao preço muito mais em conta da mão de obra em Hong Kong do que nos EUA ou no Canadá. E ainda poderia ajuda-lo a levar as roupas até o mercado europeu.

A parceria com Chou foi tão interessante e bem-sucedida, que poucos anos depois da operação envolvendo a Ralph Lauren, que lhes rendeu dezenas de milhões de dólares; os dois decidiram dar início à Sportwear Holding Limited – uma holding criada para resolver uma outra questão…

Dessa vez outro famoso estilista foi diretamente à procura da dupla –Tommy Hilfiger.

TOMMY HILFIGER

Em 1989, a grife americana Tommy Hilfiger passava por apuros financeiros e precisava de uma injeção de caixa para sobreviver – e ao tomar conhecimento do trabalho da dupla junto a Ralph Lauren, o próprio estilista pediu socorro aos empresários.

Apesar disso, o encontro deu origem a um acordo de tubarão – em que Stroll e Chao salvariam a Tommy Hilfiger, em troca de 70% da empresa. Restando ao fundador apenas 22,5% e o restante para o CEO do negócio na época.

Com o acordo firmado, a Tommy começou a aumentar muito o seu leque de produtos, com a aposta principalmente em roupas casuais – um nicho em alta na época.

As roupas eram produzidas por Chao e sua estrutura, enquanto Stroll era o responsável pelo marketing da marca. E assim, os dois colocaram suas credenciais no negócio.

Hoje é lugar comum falar em produção de roupas de grife em países asiáticos – mas na época, a estrutura de Chao fez com que a Tommy pudesse aumentar e muito as suas margens de lucro em suas roupas – simplesmente transferindo a produção para a Ásia.

Em conjunto, se o produto era menos custoso, a percepção de valor e posteriormente o preço dos produtos da Tommy também aumentaram – isso, graças à divulgação maciça feita por Stroll – que fez com que artistas e celebridades vestissem as roupas da Tommy.

Como, por exemplo, o rapper Snoop Dogg, que havia estourado nas paradas de música, e apareceu no programa americano de TV Saturday Night Live em 1994, usando uma camisa Tommy.

Atitude que fez com que jovens de todos os estados unidos quisessem ter as roupas de seus ídolos – e claro, pagar um preço bem salgado por elas.

E é claro que a empresa multiplicou essa estratégia, através de vários artistas – que por influencia da marca ou por vontade própria usavam e expunham a marca em toda a mídia.

Foi assim que a percepção da Tommy como uma marca de luxo aumentou ainda mais – e deu origem a uma verdadeira máquina lucrativa para Stroll e Chao.

E o sucesso se traduziu em número bem latentes – Em 1989, quando compraram a grife, a Tommy vendia 25 milhões de dólares por ano. Em 2000, ela já vendia anualmente 2 bilhões de dólares.

Estima-se que a dupla tenha investido 35 milhões de dólares em 1989. E o investimento foi extremamente lucrativo, especialmente porque em 2010, a Tommy foi vendida para o grupo PVH por 3 bilhões de dólares.

Só que eles não apostaram em um único cavalo.

Sete anos antes de se desfazerem da Tommy, Stroll e Chao também investiram em uma grife promissora – a Michael Kors.

MICHAEL KORS

Na ocasião, a dupla abocanhou 85% da marca, num acordo que envolveu 85 milhões de dólares.

Nela, os sócios mais uma vez colocaram sua fórmula de sucesso em prática.

E mesmo que o foco da empresa desde então esteja mais nas bolsas do que nas roupas, a estratégia funcionou muito bem mais uma vez – ou talvez, até melhor.

Assim, as peças foram vistas em celebridades como Angelina Jolie, Brooke Shields e até a ex-primeira dama Michelle Obama.

Além de investir na diminuição dos custos e no aumento da percepção do produto, a Michael Kors também estava muito capitalizada durante a crise de 2008 – quando aproveitou a desaceleração das concorrentes para abrir novas lojas mundo afora – espalhando os seus produtos em todos os cantos do planeta.

O sucesso foi tão estrondoso que em 2011, a Michael Kors abriu o seu capital na bolsa de valores, com um valor total de 3,6 bilhões de dólares.

Ou seja, de uma valorização de 100 milhões apenas 8 anos antes, a empresa havia multiplicado o seu valor. E aquele foi só o pontapé, mas que colocou bilhões nos bolsos de Chao e Stroll.

AQUISIÇÕES

O canadense também investiu nas joalherias que compõem o grupo Asprey and Gerrard, espalhando seus investimentos.

Com a fortuna construída ao longo dos anos, Stroll passou a acumular não apenas negócios de sucesso, mas também aquisições extravagantes.

Primeiro, ele comprou o seu próprio autódromo – o circuito Mon-Tremblant na cidade de Quebec, no Canadá por 625 mil dólares. Além disso, ele adquiriu aviões e propriedades das mais diversas.

Uma delas, uma fazenda no interior dos Estados Unidos, apenas para lhe fornecer exclusivamente carne bovina de alta qualidade. A carne é retirada e enviada para ele, de avião, onde quer que ele esteja – na hora que ele bem entender.

Nada mal, não?

FÓRMULA 1 E LANCE STROLL

Simultaneamente, ele também investiu muito na carreira de piloto de seu filho Lance Stroll.

De início, foram 10 milhoes de dólares para a equipe de corrida júnior Kramer. Depois foram 35 milhões de dólares em patrocínio para a equipe William de Fórmula 1, que cedeu uma vaga para Lance.

Não bastasse isso, em 2018, Stroll decidiu comprar a equipe de Fórmula 1 Force India, que passava por apuros financeiros.  No total, o bilionário investiu 118 milhões de dólares.

A partir dali a equipe foi renomeada para Racing Point. E seu filho, Lance Stroll se tornou um dos pilotos da equipe.

Só que o maior investimento único de Lawrence Stroll viria pouco tempo depois.

No início de 2020, ele liderou um fundo de investimentos que comprou 16,7% da montadora de carros Aston Martin Lagonda, que passava por severas dificuldades financeiras na época.

ASTON MARTIN

A marca conhecida mundialmente por ser a fabricante dos carros de James Bond, não conseguiu transformar a tradição em bons resultados financeiros – e precisaria de novos rumos se quisesse continuar nos próximos filmes do espião.

Poucos meses depois, o fundo aumentou a participação para 25% do negócio – e o próprio Lawrence se tornou CEO da montadora.

Além dele, o chefe da equipe Mercedes de Formula 1, Toto Wolff e o magnata suíço Ernesto Bertarelli também se juntaram ao projeto, com 4,8 e 3,4% respectivamente.

Desde então, Stroll deu início a uma reestruturação da Aston Martin, que passou também por uma mudança em seu quadro societário. Ao todo, 318 milhões de libras foram injetadas na empresa das mais diversas origens.

Com o dinheiro houve um investimento maciço na melhoria das fábricas da empresa, e a contratação de 300 novos funcionários.

Em 2001, o grupo Daimler, proprietário da Mercedes Benz, aumentou sua antiga participação na montadora de 2,6 para 20%. E com o aumento da participação, houve um acordo de fornecimento de tecnologia à Aston Martin para os anos seguintes. O que em teoria pode dar origem a carros melhores e menores custos para a empresa com pesquisa e desenvolvimento.

No mesmo ano, veio a ação mais impactante até aqui – a montadora anunciou seu retorno para a Fórmula 1, com uma equipe própria.

A equipe Racing Point, de propriedade de Stroll, foi renomeada para Aston Martin. E dessa forma, a montadora Aston Martin retornava ao esporte com uma marca própria depois de 60 anos.

Um fato de orgulho para os entusiastas da marca, que teve grande reconhecimento nos anos 60 em virtude de sua atuação na categoria.

Poucos anos antes, a montadora tinha tido uma parceria com a equipe Red Bull Racing – mas não se tratava de uma marca própria como agora – e sim de um acordo publicitário para a exposição do nome da marca.

O quadro de pilotos da escuderia passou a contar claro com Lance Stroll, filho de Lawrence, e o tricampeão Sebastian Vettel – que além de se juntar a equipe, também comprou uma participação na Aston Martin.

Vettel ficou dois anos na equipe e foi substituído pelo bicampeão Fernando Alonso – que está na equipe até hoje.

Em 2022, a equipe de fórmula um firmou um acordo com a ARAMCO, maior petroleira e uma das maiores empresas do mundo. Desde então, a equipe passou a se chamar Aston Martin Aramco Formula One Team.

E no mesmo ano, a brasileira XP Investimentos anunciou um aporte para patrocínio avaliado em 7 milhões de euros; com o intuito de dar visibilidade a marca brasileira.

O objetivo do esforço na Fórmula 1 é a divulgação da marca e despertar o desejo de entusiastas de todo o mundo de terem um carro da Aston Martin. Uma estratégia para aumentar o valor percebido dos carros da marca.

Porém, por enquanto, a estratégia tem sido bastante indigesta.

Em 2022, conforme relato publicado em setembro de 2023, a equipe de Formula 1 deu um prejuízo de 53 milhões de libras para a matriz.  9 milhões de libras maior do que o prejuízo no ano de 2021.

Apesar disso, de acordo com o próprio Stroll, a aparição do modelo Vantage F1 Edition como safety car da fórmula 1 no último ano gerou 80 milhões de dólares em vendas do modelo para a da Aston Martin.

E em relação as ações da fabricante, o resultado até aqui ainda não é nem um pouco animador – principalmente porque a marca não chegou nem perto do patamar que tinha no ano de 2020.

De toda forma, o tempo irá mostrar se Lawrence Stroll conseguirá mais uma vez transformar um negócio em um colosso bilionário.

Mas, uma coisa é certa – ele continuará vivendo sua vida adoidado.

Já que mesmo com todas as aquisições, a fortuna de Lawrence Stroll está avaliada em 2,6 bilhões de dólares….

E você, acha que a Aston Martin vai dar a volta por cima?

Compartilhe com a gente nos comentários.

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