A HISTÓRIA DA BUDWEISER

THIS BUD IS FOR YOU

Um dos símbolos mais populares do mundo, a cerveja Budweiser é um produto que conquistou o mundo e faz parte a vida de milhares de pessoas em todo o globo.

Conhecida por seu sabor marcante, a cerveja americana se tornou um dos maiores símbolos dos Estados Unidos, e atualmente teve um destino extremamente curioso.

Tudo começou em 1876, quando a cervejaria Anhauser-Busch decidiu criar uma cerveja genuinamente americana.

A cervejaria foi fundada em 1860, por Eberhard Anheuser e seu genro Adolphus Busch, na cidade de Saint Louis, Misouri nos Estados Unidos.

Os dois tinham o objetivo de criar uma cerveja com sabor específico e que fosse um produto com identidade nacional, indo a contramão do sabor das cervejas europeias; que dominavam o mercado mundial. Dessa inspiração surgiu a Budweiser Lager Beer, inspirada nas receitas da Bavária, na Alemanha, mas com um toque particular que consolidou o sabor típico da bebida.

Apesar da inspiração bávara, o nome escolhido veio da região de Budweis, no Império Austro-Húngaro, onde hoje está a República Tcheca.

O nome foi americanizado e se tornou Budweiser, devido a pronúncia americana do nome da região, que seria Budweis.

Além do nome ser americanizado, a bebida foi pensada desde o início para ser um símbolo nacional, recebendo as mesmas cores da bandeira americana, o branco, o vermelho e o azul.

Curiosamente, na região tcheca, foi lançada em 1895 uma cerveja homônima chamada Budweiser Budvar.

Outro ponto importante, foi a escolha do preço. A bebida custaria pouco e seria acessível a todas as camadas da população. Ao contrário das bebidas europeias que em geral eram mais caras por conta dos custos para importação.

Com essa abordagem popular e nacionalista, a Budweiser se tornou a cerveja dos trabalhadores americanos e desde o começo foi pensada para povoar o imaginário dos clientes locais.

A empresa foi pioneira no uso de campanhas publicitárias utilizando mulheres bonitas para sua difusão, e também foi ousada ao investir no processo de pasteurização e na distribuição da bebida por todo o país americano.

Impulsionada por uma época de enorme crescimento e expansão da economia norte-americana, a Bud se tornou a companhia perfeita dos mais diversos americanos, que passaram não só a consumir a bebida, mas também a associar a cerveja ao próprio país. Dessa forma, consumir a Bud era mais do que beber uma cerveja, era ser parte de um país que estava crescendo e dominando o mundo com seus produtos e serviços.

Ao longo do tempo, a Cervejaria cresceu não apenas com a qualidade de seu produto e seu marketing muito a frente de seu tempo, capaz de tornar uma cerveja, um símbolo nacional; mas também por conta da ousadia e da coragem de seus gestores.

Sempre inovadora, a empresa não hesitava em introduzir novidades no mercado, e nem de se adaptar as necessidades de cada época.

Graças a esse espírito, a Budweiser sobreviveu até mesmo durante a lei Seca nos Estados Unidos, retirando o álcool de sua fórmula, para manter-se viva.

Com o fim da proibição, a empresa conseguiu se manter quase inalterada, e teve uma enorme vantagem no mercado local por conta disso.

Mesmo sendo uma das líderes do Mercado, a empresa introduziu inovações como o lançamento da primeira cerveja em lata dos EUA. Algo relativamente simples, mas que ajudou a empresa a aumentar sua capilaridade no mercado, e também ajudou na redução dos custos de estoque e embalagem.

Graças a esse espírito aberto a mudanças e inovações, a Budweiser se tornou a cerveja número 1 dos EUA em 1957. E mesmo assim, a empresa não se acomodou e passou a patrocinar eventos, shows e espetáculos.

A ideia é que todo evento em que tivesse alegria, encontro e descontração, era um local para tomar uma Bud. E foi assim que a empresa foi uma das pioneiras a patrocinar artistas como Frankie Sinatra e Jack Gleason.

Esse esforço fez com a Budweiser se tornasse a líder absoluta do mercado americano, que tinha proporções continentais.  O título de líder era ótimo para a empresa, mas a marca até a década de 80 só atuava no mercado americano, enquanto outras cervejas de outros países já se alastravam pelos outros continentes.

Sem atuação internacional, a Cervejaria começou a receber a ameaça de marcas internacionais em seu próprio domínio, e assim percebeu que era necessário ir além da América para enfrentar a concorrência, não só fora de seus domínios, mas também no próprio país.

Foi assim que em 1981 a empresa passou a exportar a cerveja para a Dinamarca, e nos anos seguintes para a Irlanda e depois México. Em 1995, a Bud cruzou fronteiras e conseguiu adentrar no mercado chinês, aproveitando a abertura da economia local.

Enquanto atacava outros países, a Cervejaria também lançou outros produtos como a Bud Light em 1982, variação que é uma espécie de Budweiser mais fraca. O novo rótulo foi uma resposta da empresa para um mercado crescente de bebidas com menos calorias e também com maior refrescância.

A exemplo da irmã mais velha, a Bud Light também recebeu grandes investimentos em publicidade, e em pouco tempo se tornou a cerveja mais vendida em seu nicho, e em 2001, se tornou a cerveja mais vendida dos EUA, superando a irmã mais velha.

Porém, apesar do sucesso local, a variação quase não teve sucesso fora da América.

Já a cerveja original conquistou diversos países em todos os continentes e fez com que a cervejaria Anhauser-Busch se tornasse uma das maiores do mundo. Ainda na década de 2000, a empresa rompeu a marca recorde de fabricação de um bilhão de barris de cerveja por ano. Pelo feito, a marca se intitulou como ‘’The King of Beers’’ – ou Budweiser, o rei das cervejas.

Na década de 2000, com um mercado internacional consolidado, a Budweiser se tornou uma das marcas mais reconhecidas do planeta, mas ainda assim, a Cervejaria Anhauser-Busch não acompanhou o mercado cervejeiro em todo o mundo.

Ao longo dos anos, a cervejaria lançou outros produtos, além de suas principais bandeiras; mas o mercado cervejeiro se tornou cada vez mais concorrido, e até mesmo no mercado americano, a Bud sofre com a concorrência de gigantes como Heineken, Stella Artois, entre outras. Por conta dessa concorrência, o consumo da bebida americana vem caindo desde o começo do século, apesar de sua liderança geral.

Para completar, apesar de ser um sucesso de vendas no seu negócio essencial, a Cervejaria ficou limitada ao seu produto, enquanto as demais concorrentes se expandiram mundo afora através da fusão e da aquisição de outras cervejarias e conglomerados de bebidas alcóolicas e não-alcóolicas.

Nesse sentido, a companhia apesar de ser muito forte em seu mercado principal, não se tornou uma gigante de todo o mercado de bebidas e se tornou um alvo dos grandes conglomerados.

Mediante essa falta de diversificação, a Anhauser-Busch recebeu diversas ofertas de compras e fusões, e em 2008 a empresa celebrou sua venda para o conglomerado InBev, super empresa que surgiu da fusão da belga Interbrew e da Brasileira AMBEV.

Pela negociação, que envolveu o pagamento de cerca de 52 bilhões de dólares, a Anhauser-Busch passou a fazer parte do portfólio do conglomerado que atualmente é conhecido mundialmente como AB Inbev.

A supergigante das bebidas se tornou a maior cervejaria do mundo, e tem como principais acionistas os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, que juntos foram o grupo 3G Capital. Os três são protagonistas do livro Sonho Grande, em que a negociação com a Anhauser-Busch é contada com muitos detalhes.

Desde a operação, os brasileiros são os responsáveis pela companhia, e implementaram suas metodologias de gestão e suas estratégias. Além disso, o atual mandatário do conglomerado é o também brasileiro, Carlos Brito.

A operação deu novo fôlego para a Cervejaria americana, e ajudou, por exemplo, a consolidar a Budweiser no Brasil. Desembarcando por aqui em 1997, com ajuda da Antártica e da AMBEV, a bebida teve um início tímido, e começou sendo vendida como uma bebida importada e premium.

Porém, desde 2011 a Bud se tornou um produto amplamente fabricado no Brasil, e posicionado como uma cerveja que ocupa uma faixa de preço acima das cervejas mais populares do país, como Bhrama, Antártica e Skol, que curiosamente também pertencem ao mesmo grupo cervejeiro.

Com esse posicionamento, a Cerveja ganhou o carinho dos brasileiros, principalmente devido ao intenso investimento em patrocínio de eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e eventos do UFC, por exemplo. Graças a essas ações e uma agressiva campanha de propagandas, a cerveja ficou carinhosamente conhecida como Bud também pelos Brasileiros, bem como seu slogan ‘’ This Bud Is for You’’; ‘’ essa Bud é para você’’.

O Brasil é um dos mercados em que a bebida tem mais crescido, e é o ponto que tem mais variações de embalagens da bebida, entre garrafas, latas e barris.

Além do Brasil, a empresa também aposta no crescimento do consumo em mercado emergentes e também na China, onde a bebida é cada vez mais popular.

Em escala global, atualmente a Budweiser é a quarta cerveja mais vendida do mundo, atrás da irmã Bud Light e das chinesas Snow Beer e Tsingtao.

E apesar de ser considerada um símbolo americano, hoje a cerveja é vista por muitos como um produto adotado pelo Brasil, considerando o fato de que seus principais donos são brasileiros.

E por conta de todos estes feitos, a Budweiser se tornou um produto querido por todo o mundo, e sua história de sucesso é mais uma história que merece ser contada em nosso canal.

http://mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05/budweiser-king-of-beers.html

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