NEGÓCIO BILIONÁRIO – A CRIAÇÃO DA MBRF FOODS

Uma gigante dos alimentos brasileira está prestes a surgir.

A MBRF.

A fusão do frigorífico Marfrig com a gigante BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão.

Nesse post, você vai ter noção do tamanho e do impacto que a nova gigante brasileira vai causar. E como ela pode dar um enorme salto nos próximos anos…

No dia 15 de maio, Marfrig e BRF anunciaram a fusão de suas operações, que dará origem a um conglomerado de atuação global, que conta com receita combinada de 152 bilhões de reais nos últimos 12 meses.

Surge assim a MBRF Global Foods Comapny, ou simplesmente MBRF.

O movimento já era previsto desde 2021, quando a Marfrig se tornou a controladora da BRF após adquirir 50,49% das ações da empresa alimentícia. Sendo a responsável pela reestruturação da dona de Sadia e Perdigão nos últimos anos.

A ideia da MBRF é rivalizar com outros grandes players do mercado da proteína animal. Dentre elas, a Tyson Foods, e principalmente a brasileira JBS – a maior produtora do planeta.

Para tanto, a nova gigante contará com a expertise da Marfrig no setor de carne bovina, e da BRF nos setores de aves, suínos e alimentos processados.

Sob o guarda-chuva da MBRF estarão não só as marcas principais Marfrig, Sadia e Perdigão – como também outras bandeiras, como por exemplo, a marca de carnes Montana e a marca premium Bassi, e os processados da Qualy.

O QUE AS EMPRESAS GANHAM COM A FUSÃO?

Com a fusão a ideia é criar as chamadas Sinergias – isto é, o melhor aproveitamento conjunto das estruturas das duas empresas. O que é popularmente conhecido como 1 mais 1 maior que 2.

Isso permitirá uma série de ganhos para o negócio final, como por exemplo – melhor negociação com fornecedores; diminuição de custos operacionais e logísticos; aumento da capilaridade e de distribuição, entre outros benefícios.

Além de otimizar o que já existe, no campo das sinergias é previsto que possa ocorrer o chamado cross-selling – em que produtos da Marfrig podem ser vendidos em pontos de vendas dominados pela BRF, assim como os produtos da BRF podem chegar aos pontos da Marfrig – de forma que alcancem mercados que ainda não alcançam, assim como será possível que o custo de transporte dos produtos das duas bandeiras se torne mais baixo – possibilitando preços mais baixos e/ou margens melhores na conta final.

Para se ter ideia, hoje a BRF tem como seu principal mercado o Brasil, que responde por metade de seu faturamento.  Já a Marfrig conta com 24% de seu faturamento no país – enquanto 50% de sua receita vem dos Estados Unidos, principalmente através da bandeira National Beef.

Em teoria, a fusão vai permitir que tanto a Marfrig possa ganhar capilaridade no Brasil, como a BRF possa se aproveitar da distribuição da Marfrig nos EUA.

Ambas também têm atuação na Ásia, especialmente na China – e no Oriente Médio, atendendo ao chamado mercado Halal. E a união tende a diminuir os custos agregados nas operações internacionais.

É estimado que somente com as sinergias de custos, receitas e questões operacionais, a MBRF consiga acrescentar 805 milhões de reais em sua contabilidade – sendo de 400 a 500 milhões já no primeiro ano.

Além da operação em si, as sinergias também devem permitir uma grande economia fiscal para a empresa. Estimada em 3 bilhões de reais em valor presente líquido.

Isso, porque, além de conseguir créditos tributários e redução de ICMS no Brasil, a nova gigante planeja mudar seu domicílio fiscal para os EUA – o que indica uma economia relevante em impostos e custos contábeis.

ABERTURA DE CAPITAL NA BOLSA AMERICANA

A mudança para os EUA faz parte de uma estratégia ousada que envolve mais do que ganhos fiscais.

A ideia é realizar a abertura de capital na bolsa americana, de modo a poder captar novos aportes em dólar – que visam acelerar o crescimento da gigante brasileira no mercado internacional.

Além disso, a legislação societária americana possui uma vantagem em relação as regras brasileiras – uma vez que o controlador da empresa pode ter apenas uma fatia pequena da empresa, e colocar no mercado uma fatia bem relevante de ações – mantendo para si o comando, mesmo com poucas ações – de uma classe específica.

Na prática, ao disponibilizar uma grande fatia de ações para o mercado, a empresa pode ter uma capitalização mais robusta e mais rápida – o que a favorece no curto prazo, e permite turbinar o crescimento da MBRF já nos primeiros meses pós abertura.

A título de exemplo, no caso da montadora Ford, é estimado que a família Ford detenha apenas algo entre 2 e 5% do capital total da empresa, mas ainda assim mantém o controle operacional da fabricante – dado ao fato de ter ações com direito de voto especiais.

No Brasil, as ações da Marfrig tiveram uma alta relevante com o anúncio. Ainda assim, o próximo passo tende a ser a mudança para a Bolsa Americana, que costuma negociar ações de gigantes da proteína a múltiplos maiores do que o mercado brasileiro – e em dólar.

Além disso, a legislação americana aponta uma maior segurança jurídica para a empresa e para os investidores internacionais.

Fatores que indicam claramente o apetite da gigante pelo mercado global.

O HOMEM FORTE DA OPERAÇÃO

Inicialmente, Marcos Molina, o fundador da Marfrig e principal acionista da MBRF, vai ter cerca de 41,5% das ações da nova empresa. Ele deve ser o presidente do conselho de administração.

Enquanto isso, especula-se que o atual CEO da BRF, Miguel Gularte, possa ser o CEO da MBRF.

Porém, até o momento dessa redação, não foram especificadas informações sobre a estrutura de pessoal da empresa.

A fusão ainda será analisada pelo CADE, o conselho administrativo de defesa econômica, mas a tendência é que a operação seja aprovada pelo órgão.

Uma vez que no momento da compra de ações da BRF pela Marfrig, o frigorífico teve que se desfazer de 13 plantas que foram vendidas para a Minerva. O que deve acelerar a análise e garantir o acordo.

Se aprovada, a MBRF vai ter atuação em 117 países, com destaque para EUA, Brasil, Ásia e Oriente Médio.

Estima-se que serão 130 mil colaboradores e produção de mais de 8 milhões de toneladas em produtos alimentícios – como carnes bovina, suína, de aves – processados e industrializados e até comida para o mercado pet.

E como já dito, inicialmente são 152 bilhões de reais de receita combinada, mas o histórico de operações semelhantes aponta que esse valor será bem maior nos próximos anos.

Assim, tudo indica que o Brasil terá mais uma gigante global no ramo alimentício. E o que prova que a cada dia o nosso país se torna ainda mais um dos principais fornecedores de alimentos para todo o mundo.

E você, acha que a MBRF será um sucesso global?

Compartilhe com a gente a sua opinião nos comentários.

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