É O FIM DA MAGALU? – O QUE HOUVE COM AS AÇÕES DO MAGAZINE LUIZA

É o fim da Magalu? O que justifica a Queda do Magalu? O que houve com as ações do Magazine Luiza?

Antiga queridinha do mercado brasileiro, as ações do Magalu protagonizaram algumas das maiores movimentações da bolsa nacional.

A partir de 2015, aqueles que investiram em suas ações conseguiram colher lucros de até 35.000% cinco anos depois… Ou seja, aqueles que colocaram apenas 100 reais, conseguiram 35.000 reais de retorno.

Você foi um desses que aproveitou a onda?

Porém, após atingir a máxima histórica, nos últimos 12 meses as ações da varejista trilham o caminho oposto; e chegaram a acumular queda de mais de 75% em seu valor.

Mas o que aconteceu?

O que justifica a queda do Magalu?

Será que o sonho acabou?

Nos últimos dois anos, a empresa chefiada por Luíza Helena Trajano chamou a atenção do mercado de capitais depois de espantar seu pior momento após a crise de 2015; com ações pontuais que colocaram a empresa de volta nos trilhos… e que fez com que muitos imaginassem que a empresa pudesse ser uma espécie de Amazon Brasileira.

Sob essa expectativa; a Magalu não só conseguiu se digitalizar fortemente, como também apostou muito na consolidação de seu Marketplace, e na aquisição de outros players importantes do mercado online como a Netshoes e o Kabum.

Para completar, com o fechamento dos comércios físicos durante o período, a gigante, assim como outros players, conquistou um público ainda maior, com sua forte rede digital.

Com esses elementos, a empresa nos últimos anos tem sido tocada pelo filho de Luíza, Fred Trajano; conquistou a confiança de investidores de todo o país, que acreditavam que o Magazine Luiza pudesse se consolidar com a principal força do comércio no país. O que a fez ter uma valorização de mais de 125 bilhões de reais.

Contudo, enquanto as ações da varejista se tornaram as favoritas de muitos investidores, a realidade foi bem diferente do esperado…. principalmente, pela chamada tempestade perfeita…

Primeiro, apesar de ter começado a crise recente como uma das principais participantes do mercado digital; a Magalu rapidamente começou a sofrer com a forte concorrência; a partir da ascensão de outras empresas, como a Shopee; empresa de Singapura que entrou muito forte no mercado brasileiro.

Em paralelo, os números da Magalu também mostraram um dado preocupante em relação à sua plataforma de Marketplace; já que ao longo do tempo, o espaço não cresceu conforme o previsto; e manteve o grosso das vendas da varejista nas operações realizadas pela própria empresa; e não com produtos de terceiros; como é o caso de outros concorrentes, como o Mercado Livre, por exemplo.

Nessa área, a Shoppee também conseguiu uma posição mais favorável, abocanhando parte do mercado que a Magalu queria; principalmente por crescer no Brasil com uma estratégia agressiva; cobrando uma taxa bem menor de seus vendedores…

E na batalha em torno de clientes, as varejistas tem competido arduamente pelos melhores preços; mesmo que isso signifique sacrificar ao máximo a margem de lucro; ainda que seja apenas para garantir o cliente em suas bases; com aposta no aumento da sua vida útil de compra.

No plano macroeconômico, se no início da crise a empresa conseguiu surfar no boom de consumo, enquanto o Governo Federal fomentava a economia com auxílios financeiros; a Magalu posteriormente começou a sofrer os duros efeitos da inflação e da alta do dólar; que deixaram seus produtos mais caros e menos atrativos para o grande público. O que imediatamente afetou suas vendas…

E nem mesmo a reabertura dos pontos físicos foi o suficiente para melhorar o panorama geral; ou pelo menos para chegar próximo ao cenário almejado…

Ainda assim, a empresa conseguiu reverter os prejuízos do começo de 2021 e voltar a operar no azul; mesmo que com uma margem apertada…

Contudo, ainda pairam dúvidas sobre a estratégia de crescimento da empresa.

Ao todo, foram cerca de 20 aquisições de empresas de diferentes mercados, como as já citadas; e o site de conteúdo Jovem Nerd.

Entretanto, ainda não está claro para o mercado como que essas empresas irão se integrar entre si, e principalmente, se elas justificarão o investimento da gigante; que gastou valores substanciais nas compras.

AQUISIÇÕES SOB DÚVIDA

A título de exemplo, foram mais de 3 bilhões de reais no Kabum… O que para muitos foi um movimento caro e arriscado demais…. especialmente em um momento de incerteza como foram os últimos dois anos….

E da mesma forma, a Magalu ainda não aponta estratégias agregadas a seus negócios; mantendo-se essencialmente como uma varejista…

O que já não ocorre no caso do Mercado Livre, que além de ser seu concorrente direto; consegue ter uma excelente operação também como agente financeiro; através do Mercado Pago; o que o torna multicanal…

Valor agregado que não é visto no caso do Magazine Luiza, que se mantém essencialmente como uma empresa de Varejo. Setor que tem sido amplamente afetado, com o aumento da Amazon no Brasil e com a chegada e aumento de empresas orientais…

COMPONENTE IDEOLÓGICO – IMPORTA?

Para completar o mix; outro fator negativo, atribuído informalmente, e no campo especulativo; se dá pela exposição constante da mulher forte do negócio, Luiza Helena Trajano; que aparece frequentemente na mídia brasileira por conta de suas opiniões políticas e sociais; vistas como de esquerda. O que leva a bilionária a ser chamada pelo pejorativo apelido de ‘’empresária socialista’’.

E que de certa maneira prejudica a percepção da empresa; a exemplo do que acontece também em outro espectro com a Havan, em virtude de seu fundador, Luciano Hang.

Entretanto, no caso da Havan, apesar do conflito de visões, a empresa vem aumentando o seu faturamento ano após ano…

Para você, é interesse que os donos de negócio se posicionem politicamente?

A se considerar a polarização vivida no país, outro problema que afeta as vendas da varejista são as recentes manifestações da própria empresa em prol de diferentes causas sociais e identitárias. O que faz com que alguns atribuam a máxima ‘’quem lacra, não lucra’’.

E que faz com que muitas vezes as ações ao invés de aumentarem as vendas, acabem diminuindo o número de consumidores.

Você concorda com essa análise?

Para você é interessante as empresas se posicionarem dessa maneira?

Ainda assim, o cenário pode não ser assim tão catastrófico.

Você já deixou de comprar de uma empresa por não concordar com a opinião de seus proprietários ou da própria empresa?

EXPECTATIVA FUTURA DO MERCADO

Pelo menos é o que indicam algumas casas de análises e também o Banco BTG Pactual, que preveem um robusto aumento no preço das ações da Magalu nos próximos 2 anos. A considerar que as bases do negócio seguem as mesmas, e que também poderá haver uma melhora futura da economia e do mercado global.

Será que estamos diante de uma oportunidade de compra?

Será que a Magalu vai dar a volta por cima?

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