Você já ouviu falar de Steve Ballmer?
SERÁ QUE É POSSÍVEL ENRIQUECER MESMO SEM TER O PRÓPRIO NEGÓCIO?
SERÁ QUE É POSSÍVEL SER MUITO RICO TRABALHANDO PARA OUTRA PESSOA?
E SERÁ QUE É POSSÍVEL SE TORNAR BILIONÁRIO MESMO SENDO UM EMPREGADO?
Apesar de incomum, o americano Steve Ballmer é a prova de que as perguntas podem ser respondidas com um grande sim.
Ainda que seja uma exceção, Ballmer conseguiu não só o feito de se tornar bilionário como empregado, mas também conseguiu se posicionar entre os 10 homens mais ricos do mundo. Mas como isso foi possível? Como ele conseguiu um feito tão expressivo?
Única exceção entre os 10 mais ricos, Steve conseguiu conquistar fortuna trabalhando para outras pessoas. E mesmo que a probabilidade de se enriquecer verdadeiramente seja muito maior como dono do que como empregado, Ballmer é um dos exemplos do chamado Intraempreendedorismo; isto é, o exemplo de um empreendedor que atua dentro da empresa de outra pessoa.
Esse tipo de empreendedor é pouco lembrado, mas é um grande exemplo de como podem existir visionários mesmo na posição de empregados; que conseguem levar empresas ao topo, sem se limitarem ao senso comum e as práticas seguras de http://passoapassoempreendedor.com.br/wp-content/uploads/2023/01/wang-chuanfu.jpgistração.
Em nosso canal, já citamos alguns exemplos, como o lendário Lee Iacooca, executivo da Ford e Chrysler, e responsável por sucessos como o Ford Mustang; e Jack Welch, da General Eletric, considerado o maior executivo do século XX.
Ambos conseguiram não só marcar seus nomes na história, mas também fizeram fortunas significativas. Mas nenhuma outra foi tão impressionante quanto a de Steve Ballmer.
Antigo CEO da Microsoft, Steve foi uma exceção não apenas nos resultados que teve, mas também nas escolhas que fez na carreira.
Colega de Bill Gates na prestigiada universidade de Harvard, ele teve a chance de ser um dos fundadores da Microsoft, ao lado também de Paul Allen; mas, ele preferiu declinar o convite do amigo, e optou por concluir sua graduação em economia e matemática.
Enquanto o amigo largou os estudos, Steve não só os conclui, mas também posteriormente fez um MBA na prestigiada Univerisdade de Stanford.
Após a graduação na faculdade, novamente ele foi convidado por Gates para se juntar a Microsoft, que ainda era um pequeno negócio na época; cujos os únicos que trabalhavam de forma fixa na ocasião eram Bill Gates e Paul Allen.
Contudo, Ballmer preferiu uma oportunidade mais segura e assim trabalhou por 2 anos na prestigiada Procter and Gable.
E foi apenas em 1980, quando estava terminando o seu MBA, é que ele se juntou à empresa dos amigos, se tornando o primeiro empregado contratado pela Microsoft, recebendo o imponente cargo de diretor de negócios da empresa.
Porém, a entrada de Ballmer na empresa foi acompanhada por um mecanismo interessante usado pelas startups para garantir e manter grandes talentos.
Além do cargo, se Steve Ballmer cumprisse uma série de metas, dentro de alguns anos, ele seria agraciado com participação acionária do negócio.
Uma estratégia conhecida como Vesting, em que há um acordo entre a empresa e o funcionário, e que garante ao mesmo tempo uma grande oportunidade para o empregado, e a segurança para a empresa de que somente estará conferindo ações ao funcionário se ele de fato provar o seu valor e a sua lealdade.
Esse instrumento é bastante usado pelas startups mundo a fora, e inclusive há viabilidade jurídica no Brasil.
E no caso da Microsoft, o acordo era uma forma de não só motivar Steve Ballmer dentro da empresa, mas também uma forma de tentar garantir que ele não deixaria a startup para ingressar em outra empresa em busca de uma remuneração melhor.
A estratégia foi extremamente beneficia tanto para Ballmer, quanto para a Microsoft.
Desde os primeiros dias, Steve fazia parte das principais decisões da empresa; e ele inclusive esteve presente na icônica negociação entre a Microsoft e a IBM em 1980; o grande acordo que fez com que cada computador da maior fabricante da época tivesse um sistema operacional da Microsoft instalado.
Ironicamente, o fato de Ballmer não integrar o rol de fundadores da empresa é descrito por muitos como um fator extremamente importante para o desenrolar da negociação com a IBM; já que Steve era o único dos três representantes da Microsoft que tinha noção de como realizar acordos comerciais relevantes, após suas experiências práticas na PeG; e acadêmicas na Faculdade e no MBA.
O acordo foi tão bom para a Microsoft, que gerava o pagamento de royalties para a empresa Bill Gates a cada computador vendido pela IBM. E o melhor, sem cláusula de exclusividade; o que permitia que o sistema operacional fosse licenciado também para outros fabricantes. Acordo que tornaria a empresa bilionária em poucos anos.
Um dos grandes trunfos na negociação, foi o fato de que o trio da Microsoft sabia que a IBM estava tendo problemas com o Governo Americano sobre supostas práticas de monopólio. E em troca de dar o pioneirismo na ocasião para a gigante, eles condicionaram o acordo à cláusula de não-exclusividade para fugirem das acusações de monopólio. Argumento que deixou a IBM de mãos atadas, e que alavancou a Microsoft tempos depois.
O episódio ilustra como muitas vezes, as empresas também contam com o brilhantismo de outras pessoas além de seus funcionários.
E ao mesmo tempo, mostra que o trabalho de um empreendedor de sucesso não é apenas encontrar as oportunidades de mercado, mas também se cercar de pessoas tão ou mais inteligentes do que ele. E em alguns momentos, Steve Ballmer mostrou que era o elemento que faltava no time.
Ele mesmo foi durante décadas a figura mais comunicativa da empresa, principalmente por conta da timidez e da discrição de Bill Gates e Paul Allen. E isso fez com que durante o crescimento da empresa, ele fosse designado para a área de vendas da Microsoft.
E essa característica foi fundamental para que o empregado fosse o responsável por fechar vários acordos com diferentes fabricantes mundo afora, o que fez com que o faturamento da Microsoft fosse de 16 milhões de dólares em 1981, para 140 milhões de dólares em 1985.
Um feito fantástico, considerando principalmente a dificuldade de comunicação e marketing da época.
Por seu brilhantismo, em 1986, antes da abertura de capital da Microsoft na bolsa de valores, Ballmer recebeu cerca de 8 por cento das ações da empresa. Uma excelente recompensa para seus anos de lealdade.
Para se ter ideia do tamanho da recompensa, após o IPO naquele ano, a fortuna de Steve já era de mais de 51 milhões de dólares; e isso tudo por apenas 6 anos de trabalho.
E nos anos seguintes, ele continuou em evidência, especialmente por ser a segunda figura mais famosa da Microsoft, atrás apenas de Bill Gates; que alguns anos depois, se tornaria o homem mais rico do mundo.
Enquanto Bill Gates transmitia uma tranquilidade considerada excessiva, com uma fala bastante monótona; Ballmer era exatamente o contrário, com um jeito muito mais agressivo, barulhento e imponente. E essa diferença chamava bastante a atenção do público, especialmente quando eles estavam juntos.
No ano de 1998, quando Gates decidiu deixar o comando executivo, Ballmer foi escolhido como sucessor do fundador; e para muitos, a diferença entre o perfil dos dois poderia significar rumos diferentes para a Microsoft.
Essa desconfiança inclusive, foi um dos fatores que fez com que a empresa passasse por dificuldades durante o início dos anos 2000, quando existiam desconfianças sobre a longevidade da companhia.
Porém, sob o comando de Steve, a Microsoft conseguiu se manter como uma empresa de topo; mesmo que para muitos, a empresa tenha ficado em modo automático por muitos anos. Colhendo os louros dos royalties que recolhida.
Apesar disso, sob o comando do executivo a empresa saiu de um faturamento anual de 25 bilhões de dólares para 70 bilhões em 2013, último ano sob seu comando.
Enquanto foi o homem forte da Microsoft, Ballmer colecionou momentos controversos; e para muitos, sob seu comando a empresa deixou de aproveitar grandes oportunidades, como por exemplo; a derrota na competição dos navegadores de Internet, que foi vencida pelo Google Chrome, e fez com que o Internet Explorer fosse motivo de piada.
Outro momento famoso do bilionário foi em 2007 quando ele ridicularizou a chegada do Iphone, dizendo que ninguém jamais pagaria 500 dólares por um celular.
Prova que nem mesmo os bilionários estão sempre certos….
Ainda assim, ele é considerado um dos maiores defensores de projetos alternativos da Microsoft, como o sistema de armazenamento em nuvem Azure e o console XBOX, hoje um grande sucesso da empresa.
E as previsões do magnata não foram inteiramente erradas; já que em 2007, a Microsoft, sob seu comando, adquiriu uma participação acionária relevante em uma rede social que estava despontado no mundo: o Facebook.
Dessa forma, além de aumentar a receita da empresa, ele também ratificou várias das iniciativas que iriam gerar mais caixa para a Microsoft tanto no curto como no longo prazo.
E graças a essas apostas, ele também conseguiu aumentar o lucro médio da empresa de 9,4 bilhões de dólares em 2000, para 22 bilhões de dólares no fim de seu mandato.
Cansado do dia a dia, Ballmer se aposentou em 2014, passando o bastão para o executivo Satya Nadella. Pouco tempo antes, ele liquidou parte de suas ações e comprou o time de basquete Los Angeles Clippers, que atua na NBA.
Porém, Ballmer continuou com uma grande fatia de ações da Microsoft; curiosamente mais até do que Bill Gates, que se desfez de mais de 90 por cento de suas ações do ano 2000 até hoje.
O que para muitos, faz com Steve acredite mais na empresa do que o próprio fundador; já que desde 2014, ele não só tem mais ações do que Gates, como também é o maior acionista da empresa; com cerca de 4 por cento dos papéis.
E sua confiança na Microsoft tem rendido bons frutos.
Em 2021, a empresa conseguiu a maior valorização de sua história, e por causa de sua participação acionária, Ballmer foi o primeiro ex-empregado a romper a barreira de 100 bilhões de dólares; e de acordo com a Bloomberg, na data desta redação, Steve Ballmer acumula uma fortuna de 111 bilhões de dólares… nada mal para quem trabalhou durante anos de 9 às 18hs…
O valor faz com que hoje ele seja o 9º homem mais rico do mundo.
Curiosamente, sua fortuna hoje é cerca de 20 por cento menor do que a de Bill Gates; será que algum dia ele conseguirá superar a riqueza do amigo?
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Por conta de todos os seus feitos, a história de Steve Ballmer é mais uma história de sucesso que merece ser contada em nosso canal.
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