O SÓCIO DESCONHECIDO DE JORGE PAULO LEHMANN – A HISTÓRIA DE ALEX BEHRING

Alexandre Behring é o bilionário sócio do 3G Capital.

Você provavelmente já conhece um pouco da história do livro ‘Sonho Grande’’, que narra os feitos dos bilionários Beto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann.

Além dos bilhões na conta, o trio é responsável por iniciativas de impacto global como AB Inbev, Kraft Heinz e Burger King.

Todas as iniciativas estão sob o guarda-chuva de uma empresa de investimentos chamada 3G Capital. Nome que virou sinônimo do trio já citado.

Porém, o que nem todo o mundo sabe é que outro bilionário brasileiro também compõe o grupo; e vem aparecendo recorrentemente nas listas dos homens mais ricos do Brasil: Alexandre Behring.

O carioca surpreendeu muitas pessoas ao estar no seleto rol dos 10 mais ricos do país.

Mas afinal de contas, quem é ele? Como ele conquistou uma fortuna tão grande?

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 1967, Alexandre Behring da Costa se formou em Engenharia Elétrica pela PUC RJ; e durante o curso, começou a estagiar no banco Citigroup, mais precisamente na área de TI da empresa.

Aos 22, ele levou a habilidade adquirida para outro nível, quando junto a outros sócios fundou uma empresa chamada Modus OSI Tecnologias, que era especializada em serviços envolvendo tecnologia da informação para bancos.

Após 5 anos, ele vendeu sua participação no negócio, e rumo aos EUA para cursar um MBA na prestigiada escola de negócios de Harvard.

Em meio a nata acadêmica, Behring recebeu um convite para realizar um estágio no prestigiado banco Goldman Sachs; e se destacou imensamente no curso, chamando a atenção dos professores locais.

Nesse meio tempo, os corredores de Harvard fizeram cruzar os caminhos de Alexandre e de Carlos Alberto Sicupira; o Beto Sicupira.

Na ocasião, Sicupira foi ministrar uma palestra em Harvard, para falar sobre seus feitos no Brasil.

Em conjunto, ele também estava em busca de profissionais de altíssimo nível que pudessem integrar os quadros das empresas que compunham o grupo de investimentos que fazia parte na época: a GP Investimentos;

Iniciativa que já contava também com outros parceiros como Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann. E que na ocasião, traçava planos ousados para empresas brasileiras como Bhrama e Lojas Americanas.

Desse encontro, após uma forte indicação de um professor da casa, Beto convidou Alexandre para ser analista na GP; oportunidade que Alex agarrou com unhas e dentes; demonstrando o seu valor e assimilando a filosofia do grupo brasileiro: missão dada, é missão cumprida.

Em meio aos tubarões, Behring rapidamente se adaptou; e apenas três anos depois, foi agraciado com participação acionária na empresa; se tornando sócio de alguns dos homens mais influentes do Brasil.

Porém, junto com a gratificação, ele foi designado para ser o CEO de um projeto dos investidores no setor de transporte, a América Latina Logística, ALL, que a pouco tinha sido comprada pelo grupo.

AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA – ALL

Na oportunidade, Alex pouco sabia sobre o setor de transporte, e principalmente de ferrovias, que era o carro chefe do negócio. Mas, missão dada era missão cumprida.

E para a missão, ele recebeu um conselho de Sicupira:

– “Durante o primeiro ano você e seu time não façam nada que tenha a ver com o negócio”.

– “Façam coisas que exijam apenas bom senso, enquanto aprendem como funciona a empresa. Se vocês fizerem coisas muito ligadas ao negócio, há grande chance de sair bobagem.”

Com esse briefing, o trabalho de Alexandre na ALL foi baseado principalmente na aplicação dos pilares que vinham desde o negócio que foi o embrião do império que Jorge Paulo Lemann deu início anos antes: o Banco Garantia.

E se você não sabe quais são os pilares do Banco Garantia, deixaremos alguns vídeos conhecer detalhadamente.

Na ocasião, a ALL era uma antiga estatal que havia sido sucateada e privatizada; mas que ainda tinha bons ativos, que precisavam de uma gestão a altura.

Dessa visão, Behring implementou estratégias simples, mas de grande impacto: como a implementação de metas, cortes de custos desnecessários e a implementação de uma cultura meritocrática: em que aqueles que se manteriam e cresceriam na empresa seriam aqueles que conseguissem bons resultados.

A partir disso, a estrutura do negócio rapidamente mudou; e tudo o que havia de excesso, e que prejudicava o desempenho da empresa, foi retirado.

E com a reformulação, aos poucos a empresa conseguiu se capitalizar a ponto de ter caixa para crescer, e também para atrair grandes profissionais do mercado; consolidando uma gestão de enorme sucesso; que fez com que em apenas 10 anos, a empresa se tornasse a maior de seu setor na América Latina.

Com a empresa literalmente de volta nos trilhos; em 2004, Behring foi designado para outro desafio.

A CRIAÇÃO DO GRUPO 3G

Na época, a GP Investimentos, primeiro fundo de private equity do Brasil, criada em 1993, passava por uma turbulência, que fez com que Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira deixassem o negócio.

Os 3 decidiram que colocariam todos os seus esforços no setor cervejeiro; e para isso, criaram um novo fundo: o 3G Capital, com sede em Nova York.

E para tocar a nova empreitada, o trio chamou Alexandre; que novamente seria sócio dos futuros bilionários. Com direito a uma generosa participação na empreitada.

A prova do que o trio chama de Meritocracia. Em que os funcionários que entregam resultados extraordinários são retribuídos de igual forma.

Em seus primeiros anos, caberia ao carioca tocar o fundo, e se preocupar apenas com a gestão dos ativos já presentes na carteira do negócio; sem gastar tempo com aquisições.

Inclusive, a ideia era não comprar nenhuma outra empresa nos 10 primeiros anos; até porque o foco do grupo estava na consolidação da InBev, a fusão da AMBEV com a belga interbrew.

Porém, os planos do grupo foram interrompidos quando houve a oportunidade de comprar a rede Burger King em 2010; que passava por uma situação delicada e precisava de um choque de gestão ao estilo 3G.

RECUPERAÇÃO DO BURGER KING

Na ocasião, a rede flertava com a falência e vivia um litígio enorme com seus principais franqueados.

Ainda assim, mediante a aplicação dos pilares de gestão do grupo, a empresa conseguiu se reorganizar, e apenas 2 anos depois, já tinha multiplicado por seis o seu faturamento.

O sucesso foi tão grande que em 2014, foi criada uma divisão especial só para a gestão de negócios no setor de fast-food, a Restaurant Brands Internacional.

E que se deu a após a aquisição de outra rede, a canadense Tim Hortons, que vende 8 em cada 10 xícaras de café comercializadas no país.

E sob o comando dos brasileiros, a empresa abriu novas unidades nos EUA e na China, onde tem tido uma excelente aceitação. E há projeto para conquistar muitos outros mercados.

Além de ter grande atuação na reestruturação do Burger King, paralelamente ele também participou da criação da AB Inbev, que surgiu da junção da Inbev com a Anheuser Busch; e das aquisições da fabricante Heinz e do conglomerado de alimentos Kraft; jogada que contou com a parceria de Warren Buffett, e que construiu a Kraft-Heinz, um dos maiores players do mercado mundial de alimentos.

Enquanto sócio do Grupo 3G, Alexandre também atuou como executivo nas empreitadas do fundo e exerceu cargos diferentes nas empresas do Grupo, como por exemplo: foi diretor da AB Inbev entre 2014 e 2019, e foi nomeado em 2015 como presidente da Kraft Heinz, cargo que ocupa até hoje.

Ainda assim, a rotina múltipla do empreendedor não foi apenas de acertos.

O SONHO KRAFT-HEINZ

A título de exemplo, a Kraft-Heinz perdeu grande parte de seu valor ao longo dos anos, e o sonho de criar uma empresa que um dia se projetasse como possível líder global foi arquivado.

Pouco tempo antes da queda das ações da gigante, o próprio Alexandre realizou aquele que foi considerado um dos, ou talvez o movimento mais ousado do grupo 3G: a compra da Unilever.

Após uma negociação com idas e vindas em 2017, o 3G não conseguiu completar a compra da gigante; e desde então, a Kraft parece enfrentar dificuldades para convencer o mundo de que pode vir a dominar o mercado de uma forma semelhante a aquela que um dia a AMBEV conseguiu, após se juntar com Interbrew e Anheuser-Bush, formando a ABInvev, maior cervejaria do planeta.

De toda forma, o executivo e seus sócios se esforçam nesse momento para recolocar a empresa novamente em um caminho de prosperidade.

E assim, ainda há expectativa para os novos passos de Alexandre e do trio 3G. E mesmo diante das recentes dificuldades, ainda há muita esperança de que o grupo de brasileiros possa ir ainda mais longe, e fazer muito mais.

Toda essa trajetória de grandes feitos também construiu uma robusta fortuna pessoal para Alexandre, que está avaliada em mais de 36,5 bilhões de reais, de acordo com levantamento da Revista Forbes.

E se depender do histórico do empreendedor, há espaço para muitos mais.

Qual será o próximo passo do grupo 3G? Compartilhe conosco nos comentários.

Essa é mais uma trajetória de sucesso que merece ser contada em nosso canal. Qual outra história você quer ver por aqui? Escreva também nos comentários.

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