A REDE ANTI -X – A HISTÓRIA DA REDE SOCIAL BLUESKY

Bluesky.

Essa é a nova rede social do momento.

Principalmente no Brasil.

Depois da suspensão do X, milhões de brasileiros aderiram a rede que é praticamente um clone do antigo Twitter – e, agora começa uma disputa pela audiência brasileira que pode determinar o futuro da concorrente – ou até mesmo, fazer com que as pessoas não sintam mais saudade do X.

E, nesse artigo, você vai conhecer a história do Bluesky e como essa rede quer conquistar o mercado do antigo Twitter…

Bluesky Social.

O concorrente do X que tem conquistado os brasileiros, começou em 2019, quando foi criado pelo cofundador do Twitter e ex-comandante do aplicativo – o bilionário Jack Dorsey.

De início, a plataforma começou como uma iniciativa paralela do antigo Twitter; e depois se tornou independente, como uma espécie de extensão da rede.

Contudo, após a compra do Twitter por Elon Musk, a parceria foi interrompida e o Bluesky ganhou vida totalmente própria.

Até poucos meses, a rede se limitava apenas para usuários convidados, e além de se abrir ao público, o projeto ganhou estrutura própria – sendo ela bancada por investidores e tocada por executivos profissionais; principalmente porque seu fundador deixou o dia a dia do negócio, bem como não faz mais parte do conselho diretivo da empresa.

E apesar de ser extremamente semelhante ao Twitter, a plataforma possui algumas diferenças essenciais.

A ideia inicial era criar uma rede social descentralizada, em que ao invés de a rede impor tudo aos usuários, a plataforma possibilita que os próprios usuários a personalizem – tanto no quesito usabilidade, como no quesito técnico – já que os usuários que também são desenvolvedores podem criar e instalar aplicações para a rede social.

Ou seja, uma ideia que vai na contramão das grandes redes, que mantém para si o controle das aplicações que fazem parte de cada plataforma.

E até mesmo o Instagram, que permitia que os usuários subissem filtros personalizados para os conteúdos da rede – anunciou que não mais permitiria tal prática.

De cara, ela busca trazer uma atmosfera de micro blog, em que os usuários podem personalizar o feed e incluir algumas funcionalidades que fazem com que cada usuários venha a usufruir do aplicativo de uma forma diferente. Ainda que essencialmente essa também seja a ideia do Twitter.

Em conjunto, segundo a COO da plataforma, os usuários têm acesso a uma plataforma de código aberto; em que até mesmo o algoritmo é tido como aberto ao público. E que não existe nenhum tipo de caixa preta do sistema, como acontece nas concorrentes.

O que segundo ela, faz com que o produtor de conteúdo tenha total controle sobre sua relação com sua audiência – e não fique dependente de como um algoritmo irá distribuir o conteúdo. O que em teoria seria um diferencial enorme para os criadores.

Além disso, é possível integrar dados, e fazer o cadastro na rede utilizando o login e os dados de outras redes sociais, como o próprio X. O que na prática faz com que o usuário consiga até mesmo clonar suas postagens em outras redes e vinculá-las ao sistema do Bluesky.

Ou seja, se você fechar sua conta no X ou em outras redes, você perde o conteúdo lá postado. Mas no Bluesky, você consegue migrar o conteúdo de outra rede e salvá-lo por lá, quase que como um backup. E assim também aproveitar tudo o que você já produziu em outra rede, na nova plataforma.

A usabilidade também é essencialmente a mesma do X. São posts em texto com até 300 caracteres, enquanto no X são 280.Ela também permite imagens e Gifs. E, em breve, a plataforma terá também vídeos.

Por enquanto, ela também não tem um recurso semelhante aos chamados Trending Topics do X; mas também pretende implementar algo semelhante.

Contudo, o que trouxe a grande massa de usuários da rede foi exatamente o fato de ser uma resposta muito semelhante ao X e ao antigo Twitter.

Primeiro, grande parte dos usuários que aderiram ao Bluesky são antigos usuários do Twitter que não queriam mais fazer parte da rede desde que ela foi comprada por Elon Musk.

E mais recentemente, houve uma nova migração de usuários que por algum motivo não tinham mais acesso ao X; como no caso dos brasileiros, que oficialmente não podem usar o X por determinação judicial.

Por aqui, mais de 2 milhões de brasileiros aderiram à plataforma desde a determinação da Justiça.

Na rede social, a dinâmica predominante tem sido a mesma do X – ser um feed de notícias e opiniões atualizado segundo a segundo – para quem quer se manter informado e também para quem quer interagir com os outros usuários sobre essas notícias.

O problema é que, por enquanto, a rede ainda não possui o chamado Efeito Network.

Como o número de usuários ativos ainda é pequeno, e até aqui não se foi criada uma cultura, o grupo de pessoas que está na rede por enquanto não é capaz de chamar outros usuários para fazerem parte da rede, e nem de manter ativos os que já são cadastrados.

A grosso modo, o que faz uma rede social vingar é o fato de que você quer estar onde outras pessoas também estão. E se não há movimento, a tendência é o esquecimento.

E, por enquanto, boa parte das pessoas apenas se cadastrou, mas não tem interagido de fato. Com pouca interação, os usuários não gastam muito tempo na rede. Ou até mesmo, apenas se cadastram e poucos dias depois não voltam mais.

O comportamento não é novidade.

O CASO DO THREADS

Exemplo disso é o Threads, que surgiu como uma resposta da família Meta para combater o X; e de cara se tornou a rede com maior crescimento de usuários da história. Um efeito que se aproveitou da integração orgânica com toda a carteira de usuários do Instagram.

O problema é que a rede que pretendia ser um Twitter, ganhou muitos usuários cadastrados, mas teve poucos usuários que efetivamente produziam conteúdo ali.

Resultado – ainda que tenha muitos usuários em sua base, a rede não tem grandes atrativos – e ainda não conquistou o interesse da massa de usuários que gostam do estilo Twitter.

Assim, as pessoas simplesmente continuam no X – e até alguns que boicotaram a plataforma quando Musk assumiu; retornaram, e voltaram a fomentar a rede.

E o cenário foi ainda pior para a rede indiana Koo.

A ASCENSÃO E QUEDA DO KOO

Depois de uma onda de boicotes ao X após a entrada de Musk, muitos usuários aderiram a rede que era bastante semelhante. Num total de mais de 2 milhões de brasileiros, poucas semanas depois da oficialização da negociação.

Porém, depois de experimentar uma avalanche de novos usuários; a rede fez investimentos substanciais para aguentar a demanda e manter a plataforma no ar.

Só que poucas semanas depois da euforia e da raiva, a imensa maioria dos usuários que se cadastraram, deixaram de consumir a rede. Simplesmente porque tinha pouco conteúdo e poucos usuários ativos – inviabilizado o chamado efeito network.

Com pouco movimento e com dificuldades financeiras, a rede encerrou suas atividades em Julho desse ano…

De toda forma, em qualquer rede social a dinâmica é praticamente a mesma, afinal de contas se tratam de interação de pessoas com outras pessoas.

Mesmo quando há um algoritmo ditando o fluxo de conteúdo. Que pode ser usado contra ou a favor dos usuários…

E se você também quer entender como pode usar os algoritmos das redes sociais a seu favor, eu tenho uma novidade.

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Por enquanto, a rede Bluesky tem chamado a atenção dos brasileiros, que ficaram órfãos do X.

Porém, a rede de modo geral ainda é bem incipiente.

Em 15 de setembro a rede completou 10 milhões de usuários em todo o mundo. Sendo que desse total, cerca de 20% apareceu após a suspensão do X no Brasil.

Enquanto isso, globalmente o X tem 250 milhões de usuários, sendo cerca de 21,5 milhões só no Brasil; e o Threads tem 175 milhões de usuários cadastrados.

A mais nova rede de Mark Zuckerberg também teve um aumento de tráfego desde a suspensão do X.

Curiosamente, assim como o X, a rede Bluesky também não tem representante no Brasil; mas foi enquadrada como uma empresa que não realiza negócios no país – mesmo estando disponível na internet brasileira e recebendo milhões de usuários brasileiros.

De toda forma, a concorrência do Bluesky é apenas mais um desafio no entorno do X, que além de ainda buscar uma forma eficiente de monetização; sofre com as polêmicas envolvendo Elon Musk, e as políticas e diretrizes da plataforma; que geram rusgas e conflitos com governantes, grupos políticos e sociais, e autoridades mundo afora.

Agora é esperar para ver quanto tempo o X ficará oficialmente fora da competição no Brasil, e quanto tempo o Bluesky terá de caminho livre para tentar fisgar definitivamente os usuários do antigo Twitter.

Até o momento dessa redação, o X continua fora do ar no Brasil – mas pode ser liberado depois do pagamento de uma multa cobrada da Starlink, outra empresa de Musk que atua no país. Se não houver novos conflitos.

Assim estão abertas as apostas.

Será que o Bluesky vai destronar o X?

Será que com a volta do X ela deixa de ter relevância no Brasil?

Compartilhe a sua opinião com a gente nos comentários.

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