Ele é temido.
Discreto.
E pouco conhecido para o público em geral.
Ainda assim, ele é considerado o banqueiro mais poderoso do planeta, e o comandante de um dos maiores bancos do mundo – o JP Morgan Chase.
Esse é Jamie Dimon.
O banqueiro que desde 2006 comanda a tradicional instituição financeira, e que hoje é responsável por gerenciar trilhões de dólares.
Mas como ele chegou até esse posto?
Nesse vídeo, você vai conhecer a história de Jamie Dimon, e como ele se tornou tão poderoso.
Nascido em 13 de março de 1956, hoje aos 67 anos, Dimon é um prestigiado banqueiro, mas sua trajetória começou de uma maneira muito diferente.
Ele é formado em Psicologia e Economia, mas ao longo dos anos ele se especializou na área financeira, com um MBA pela famosa universidade de Harvard.
Sua primeira oportunidade no setor financeiro, foi na American Express em 1982, onde ele fez carreira até 1996, e passou por várias posições executivas. Com um trabalho formidável, ele acabou chamando a atenção do grupo Citi, e assim se tornou presidente do Citigroup, deixando a concorrente.
Apesar disso, ele ficou apenas 4 anos no Citigoup, e rumou para o Bank One, onde se tornou CEO. Com uma abordagem agressiva, ele conseguiu realizar um salto no banco, que chamou a atenção do conglomerado bancário JP Morgan Chase – que não só adquiriu o Bank One, como também deu a oportunidade para Dimon fazer parte dos quadros diretivos da gigante – a ponto de fazer dele o CEO do JP Morgan Chase em 2005, e também o seu presidente desde 2006.
Desde então, Dimon é o principal nome do banco extremamente tradicional, que resultou da fusão dos bancos JP Morgan e Chase, que se uniram em 2000, formando um superbanco.
Curiosamente, dentre os 5 principais bancos dos EUA – JP Morgan Chase, Citibank, UsBank, Wells Fargo e Bank of America – Dimon é o único que se mantém como CEO desde sua entrada em 2006. De lá até aqui, todos os demais bancos trocaram de comando.
E é graças a essa duradora gestão que Dimon é visto como alguém com um poder acima do comum – já que não se fica por tanto tempo em um cargo tão alto, se não tiver muito poder e resultado.
Não à toa, ele controla mais de 3,7 trilhões de ativos, que estão sob custódia do Banco. Contudo, esse valor pode ser muito maior, já que recentemente foi tornado público que o Banco possui um fundo especial chamado 23 Wall – que foi criado para atender as 700 famílias ultra ricas – tanto que se suas fortunas forem combinadas, elas somam mais de 4,5 trilhões de dólares.
Além disso, o banco também oferece diversos serviços para grandes negócios e até mesmo para governos.
E para ter uma gestão tão duradoura a frente do banco, Dimon demonstrou uma série de habilidades e de movimentações talentosas – dentre elas algumas fusões e aquisições notáveis.
FUSÕES E AQUISIÇÕES
Uma delas foi a aquisição do banco Bear Stearns durante o auge da crise financeira de 2008.
Na época, enquanto muitos tentavam entender e sobreviver à crise – Dimon foi ao ataque e absorveu o problemático banco que foi um dos mais afetados pela crise – integrando ao JP Morgan toda a carteira de clientes e ativos do Bear Stearns.
E não foi apenas esse movimento.
Além disso, na mesma crise, o banco também abocanhou o Washington Mutual, uma das maiores instituições de poupança e empréstimo dos EUA. Um movimento que colocou sob o guarda-chuva do JP Morgan Chase uma série de agencias físicas, e uma carteira de clientes robusta.
Com as aquisições, a crise que deveria ter sido um momento de enorme desafio, acabou sendo um momento de enorme crescimento para o banco americano.
Tanto que em 2010, o banco expandiu sua atuação efetiva no Reino Unido, quando celebrou uma parceria com o grupo Cazenove.
Ao todo, além dos trilhões sob custódia, o banco tem operações em mais de 60 países – com serviços de private banking, gestão de ativos, banco comercial, banco de investimentos e atendimento de clientes diferenciados como fundos soberanos e governos.
Só que além de expandir no setor bancário puramente, um dos diferenciais de Dimon foi a sua capacidade de apostar em setores em desenvolvimento, que concedem um enorme lucro e aumento de patrimônio para o banco.
INVESTIMENTOS
Desde a sua chegada no cargo máximo do JP Morgan Chase, Dimon apostou no investimento em empresas altamente escaláveis, em setores como tecnologia, segurança e startups financeiras – as chamadas fintechs.
Inclusive, o banco continua com essa atividade até hoje – e recentemente informou um aporte na fintech brasileira C6 Bank – o banco digital que passou apuros recentes, mas que ganhou um novo aporte do JP Morgan Chase recentemente.
Além disso, já nos últimos anos, o banco investe fortemente em empresas que adotam tecnologias como blockchain, inteligência artificial e análise de dados. Tanto como um investidor simples, como também vislumbrando apostas em empresas que eventualmente criam soluções que melhorem os serviços do banco – como a própria segurança dos dados – e claro, do dinheiro do banco.
Inclusive, o foco em melhoria constante de serviços e também de segurança foram marcas da gestão de Dimon até aqui, e que mostram o seu intenso investimento na melhoria da experiência do cliente e na confiabilidade do banco. Uma das características que aumentaram a reputação do banco e também do próprio Dimon.
Além de uma postura ousada no mercado bancário, o estilo de gestão de Dimon ficou marcado por uma visão de longo prazo, com reinvestimento constante dos lucros do negócio no próprio negócio – seja para melhorar a experiência dos clientes, e conjuntamente a reputação do banco – a também a aquisição e investimento em empresas promissoras.
Dessa forma ele ao longo dos anos criou novas fontes de renda para o banco, e aos poucos absorve também parte da tecnologia das empresas adquiridas, para se tornar cada vez mais forte e mais competitivo.
Além de empresas de tecnologia e startups, o JP Morgan Chase investe em empresas dos setores de energia, automobilístico, imobiliário, saúde, farmacêutico, varejo e até entretenimento e mídia.
Com esses investimentos, em 2022 o JP Morgan Chase foi o sexto banco mais rentável do mundo, com um retorno de 16,9% sobre o seu patrimônio.
Só que além de controlar valores enormes e estar constantemente com autoridades e algumas das pessoas mais ricas e poderosas do mundo, o banqueiro hoje goza de um status enorme – que o faz se considerado o banqueiro mais poderoso do mundo.
Isso porque, além do dinheiro sob custódia, ele também é uma liderança do setor bancário, que frequentemente está envolvido em discussões sobre regulamentação dos setores financeiros, discussões políticas e previsões de mercado.
Além de sua influência individual, ele também é membro de conselhos e instituições globais, como o Business Roundtable e o Conselho de Negócios EUA-China.
Inclusive, recentemente, ele comprou uma briga com os bancos centrais mundiais – por, segundo ele, terem errado 100 por cento de suas previsões de mercado nos últimos anos. E ele agora, trabalha para entender os efeitos da atual crise no Oriente Médio e apontar prognósticos para o futuro. – O que o faz ficar ainda mais em evidencia na mídia global – já que todos querem saber o que um gestor com trilhões sob custódia pensa em fazer daqui em diante….
E assim fica a pergunta, qual será o próximo passo do banqueiro mais poderoso do mundo?
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