Você já ouviu falar em Amazon ads?
Criada para ser A Loja de Tudo, a Amazon amargou anos de prejuízo e críticas até se consolidar como uma das maiores empresas do planeta.
Atualmente, a empresa não só comercializa produtos físicos e digitais de A à Z, como também vende serviços diversos; dentre eles, o de armazenamento de dados em nuvem, através do AWS; a iniciativa mais lucrativa da empresa de Jeff Bezos.
Mas não é apenas o AWS que é extremamente lucrativo para a Amazon…
Existe outra atividade que não para de crescer…. e que está começando a tirar o espaço do Youtube e ameaçando seriamente o Facebook: A veiculação de publicidade.
Enquanto o braço de vídeos do Google faturou cerca de 8.6 bilhões de dólares no último trimestre de 2021 com a divulgação de diferentes anúncios; a Amazon conseguiu faturar 9,7 bilhões de dólares, somente com anúncios de produtos dentro de sua plataforma.
E na contabilidade anual o a diferença é ainda mais expressiva: 31 bilhões de dólares para a Amazon em 2021, contra 28,8 bilhões de dólares para o Youtube.
Número que representa um crescimento de 33 por cento na empreitada da varejista somente nesse ano.
Mas como a Amazon conseguiu chegar tão longe? Como a Amazon está peitando o Facebook e até o Google?
A explicação está no sistema Amazon Ads.
Assim como a empresa disponibiliza espaço em sua plataforma, mediante o pagamento de uma taxa de exposição, através de seu marketplace; a gigante também criou uma forma de faturar ainda mais com as vendas em seus domínios.
Através do Amazon Ads, os vendedores podem promover seus produtos que já são anunciados nas páginas da varejista; de forma que seus itens tenham uma maior exposição para os usuários da plataforma; mesmo quando os usuários não estão procurando especificamente pelo item promovido.
Tudo isso a partir de uma inteligência de dados que sugere produtos de acordo com o histórico de compra e navegação dos usuários da Amazon.
Dessa forma, a ideia do serviço é estimular não apenas os vendedores parceiros, mas também aumentar o gasto médio dos compradores no site da empresa… Algo que está funcionando e muito bem….
Isto, porque, o simples fato de o consumidor já estar navegando na página da Amazon, por si só já significa uma propensão a compra; o que torna a probabilidade da venda dos itens muito maior.
Premissa que tem se provado verdadeira; e que causa preocupação até mesmo para o Google; a empresa que mais arrecada com publicidade no mundo.
AMAZON ADS x GOOGLE ADS
De acordo com um estudo da alemã T3N; um anúncio no Amazon Ads gera uma taxa de conversão 70 por cento maior do que a de um anúncio feito no Google Ads. E isso com um custo por clique 65 menor do que na líder de mercado.
Fatores que geram um retorno sobre investimento 60 por cento maior no Amazon Ads do que no Google ADS.
Além disso, quanto mais bem-sucedidos forem os anúncios dos produtos, maior será a chance desse produto ser vendido sem o impulsionamento do anúncio; já que quanto mais vendas, melhor será o posicionamento do item no catálogo da Amazon.
E não é apenas o Youtube que está sendo afetado com o crescimento da iniciativa da gigante.
Com 2 por cento de participação do mercado publicitário online em 2016, o serviço Amazon Ads saltou para 13 por cento nesse ano; e a expectativa é que em 2023, ocorra um aumento de mais um por cento no total.
Atualmente ocupando o terceiro lugar da lista, a Amazon já começa a incomodar seriamente o Facebook, que hoje conta com 21 por cento da publicidade geral.
Isso após uma queda de 1 por cento em relação ao ano anterior; e com previsão de uma nova queda semelhante no próximo ano.
O que significa uma queda do antigo Duopólio envolvendo Google e Facebook; que já ganhou um novo participante.
E as coisas podem ficar ainda piores para a empresa de Mark Zuckerberg.
AMAZON x FACEBOOK
Isso, porque, com as novas regras de privacidade da Apple e uma provável restrição envolvendo os aparelhos Android; o Facebook praticamente deixará de coletar dados de consumo de seus usuários; o que irá provocar um enorme prejuízo na segmentação dos anúncios para os usuários; e uma queda ainda mais acentuada de seu faturamento com anúncios; já que anunciar na gigante deixará de ser algo tão preciso e vantajoso quanto já foi até pouco tempo atrás…
Vale lembrar, que ao contrário da Amazon, o Facebook depende quase que exclusivamente da publicidade; que é responsável por 95% de suas receitas no presente momento. O que coloca o futuro da empresa cada vez mais em xeque….
E enquanto o Facebook acumula dificuldades para ter acesso aos dados de consumo de seus usuários, a Amazon já reúne … e continuará reunindo as preferências de compras de seus usuários…
O que faz com que a empresa de Bezos não dependa de outras empresas para veicular seus anúncios e coletar dados, tal como hoje o Facebook depende da Apple e do sistema Android.
Situação que faz não só com que a Amazon ganhe espaço das concorrentes, mas que faz também com que marcas gigantes prefiram anunciar na plataforma de Bezos do que no Google ou no Facebook.
Porém, o movimento da Amazon também acendeu a luz para outros marketplaces.
Conforme relatado pelo site E-commerce Brasil, gigantes do mercado americano como o Wal-Mart estão desenvolvendo também seus próprios sistemas de anúncios para seus respectivos marketplaces. E o movimento, com menor força, também pode ser visto no Brasil, mais especificamente no Mercado Livre e na Magalu.
Movimentos que indicam novos caminhos para os empreendedores brasileiros, e que podem significar novas opções de publicidade em um futuro próximo…
Será que estamos vendo mais uma ameaça gigante ao Facebook?
Será que a Loja de Tudo vai se tornar também a nova líder da publicidade mundial?
Será que há limites para a Amazon?
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