A HISTÓRIA DE EDUARDO SAVERIN

O Facebook conquistou o mundo e se tornou a principal rede social do planeta. O feito tornou Mark Zuckerberg imensamente rico e famoso, e ao mesmo tempo também colocou holofotes sobre o primeiro sócio da empreitada: o brasileiro Eduardo Saverin.

Extremamente discreto, Saverin raramente é visto, e por conta disso existe muita curiosidade acerta de sua história e de sua relação com a empresa. Principalmente, depois do sucesso do filme A Rede Social, a cinebiografia não oficial do Facebook; em que o brasileiro foi interpretado pelo ator Andrew Garfield.

Mas, de fato, quem é Eduardo Saverin?

Nascido em 19 de março de 1982 na cidade de São Paulo, Eduardo Luiz Saverin é de origem judaica, filho do empresário Roberto Saverin, e da psicóloga Paula Saverin.

A família sempre teve uma condição financeira robusta graças ao seu avô, Eugênio Saverin.; fundador da marca de roupas infantis Tip Top.

Eugênio vendeu a empresa ainda na década de 80, o que conferiu uma vida confortável para seus descendentes.

Ainda assim, Eduardo e seus pais também tiveram a vida impactada pelo confisco das poupanças realizado pelo Governo do então presidente Fernando Collor de Mello, no início dos anos 90.

Além da dificuldade do congelamento, o país passava por uma crise severa; o que fez com que Roberto Saverin decidisse por abraçar o sonho de viver nos Estados Unidos; em busca de melhores condições para desempenhar a atividade empresarial. Dessa forma, Eduardo e seus pais se mudaram para Miami quando ele tinha 11 anos de idade.

Por lá, Roberto fundou uma empresa de exportação de medicamentos que existe até hoje.

Já Eduardo, desde cedo, chamou a atenção dos professores por ser um estudante brilhante, e um exímio jogador de xadrez. Graças a suas habilidades acadêmicas, ele conseguiu vencer vários concursos estudantis, e também conseguiu uma bolsa de estudos para custear parte de sua educação, através de um programa da empresa de cartões de crédito Visa.

Dessa forma, Saverin conseguiu ingressar na prestigiada Universidade de Harvard para estudar Economia. E logo nos primeiros anos ele mostrou uma capacidade muito grande de operar no mercado financeiro, em empreitadas que tiveram a participação de outros estudantes do campus.

Na mais famosa delas, o brasileiro conseguiu fazer uma operação que lhe rendeu 300 mil dólares de lucro, após apostar em ativos no setor do petróleo, se aproveitando de uma brecha que existia no regulamento de insider trading nas operações realizadas na Bolsa Brasileira.

O feito chamou a atenção da Universidade, que posteriormente lhe conferiu uma honraria de distinção acadêmica por suas habilidades no mercado financeiro.

Apesar de ser retratado no filme como alguém descolado e popular, o próprio Eduardo garante que sempre teve a mesma postura discreta, apesar de seus feitos terem chamado a atenção de outros estudantes, como… Mark Zuckerberg.

FACEBOOK

O americano se aproximou do brasileiro durante os eventos da fraternidade universitária que os dois participam em Harvard. E logo, os dois tiveram grande afinidade, já que ambos tinham o espírito empreendedor.

Nesse contato, no início de 2004, Zuckerberg apresentou para Saverin o projeto que daria origem ao TheFacebook; convencendo o brasileiro a ser o primeiro sócio e investidor da rede social.

Especula-se que o investimento foi de 15 mil dólares por uma participação de 30% no negócio.

E além do aporte, Eduardo seria o responsável pela parte financeira do negócio; que até então funcionava no quarto onde Mark morava no Campus da Universidade.

Em pouco tempo, a empreitada também ganhou a participação de outros três estudantes de Harvard: Chris Hughes, Andrew McCollum e Dustin Moskovitz.

Enquanto participava do Facebook, Eduardo também se dividia em outras atividades, como o acompanhamento de outras startups e conjuntamente a realização de estágios em empresas.

Além de gerir as finanças, ele era também o responsável por trazer anunciantes para o site da rede social. Mas, segundo relatos dos membros fundadores e de outros funcionários que ingressaram na empresa tempos depois; durante os meses que esteve na função, Saverin não conseguiu trazer nenhum anunciante para a plataforma. Relato endossado também por Mark Zuckerberg.

Sob o período, há também acusações de que o brasileiro estava mais ocupado trazendo anunciantes para outra plataforma que ele estava envolvido, o Joboozle. E que ele, inclusive, teria veiculado anúncios de sua plataforma gratuitamente nas páginas do Facebook.

Enquanto isso Zuckerberg decidiu largar os estudos para se dedicar integralmente ao negócio; mas Saverin preferiu continuar os estudos até se formar em 2006.

Posteriormente, Eduardo passou a trabalhar em Nova York, onde ele tocava ações paralelas; e segundo ele, procurava investidores para o Facebook na Big Apple. O que na prática, significava que ele quase não participava mais das principais atividades da empresa; cuidando apenas da parte financeira, que era até então inexpressiva.

E o estopim da confusão veio quando Zuckeberg contratou Sean Parker, o criador da falecida plataforma Napster, que havia popularizado o download gratuito de músicas em MP3 no final do século XX.

Sean seria o novo CEO da rede social, e receberia ações da companhia como parte do acordo. Além disso, ele seria o novo responsável por viabilizar a rede social, atraindo patrocinadores e investidores para o negócio. O que de fato ele conseguiu em um curto espaço de tempo.

Porém, a entrada e as ações de Sean não agradavam a Eduardo, e entravam em conflito também com suas funções no negócio. O que minou sua relação com Zuckerberg e com os demais membros da empresa.

O CONFLITO

Em meio a um crescimento exponencial e recebendo o aporte de grandes investidores, Zuckerberg criou uma nova empresa para absorver as operações da rede social.

A nova empresa teria um novo estatuto social e criaria uma nova distribuição societária.

Entretanto, para conseguir essa nova composição, era necessária a anuência de Saverin; que assinou os documentos, sem discutir.

A nova composição diluiria suas ações, o que faria com que ele tivesse apenas 5 por cento do negócio; e praticamente eliminava quase todas as suas funções dentro do negócio. Inclusive, retirando seu nome do rol de fundadores da rede social.

Ainda assim, segundo Eduardo; o documento não deixava claro que ele estava abrindo mão de suas ações e funções dentro do negócio.  O que causou sua revolta.

E em retaliação, ele bloqueou a conta bancária da empresa que estava sob seu poder. Na expectativa de tentar reverter a situação. Mas, não adiantou.

O período é ilustrado no filme a Rede Social, mas de acordo com o brasileiro, e também com Zuckerberg e outros envolvidos; o filme é apenas um relato ficcional, que não conta a realidade e não ilustra fielmente os personagens envolvidos.

Na ocasião, Zuckerberg trocou mensagens com Dustin Moskovitz, relatando a confusão. As mensagens foram tornadas públicas e postadas no site Business Insider. E em uma delas, o criador da rede diz sobre Saverin:

“Ele deveria criar a empresa, obter financiamento e fazer um modelo de negócio. Ele falhou em todos os três… Agora que eu não vou voltar para Harvard, eu não preciso me preocupar em ser espancado por bandidos brasileiros.”

Apesar da briga de narrativas, o brasileiro entrou com um processo contra a empresa; que poucos meses depois foi resolvido com um acordo extrajudicial confidencial.

Quando consultado sobre o período, Saverin costuma sair pela tangente, e em reiteradas vezes elogiou Mark Zuckerberg, e o chamou de visionário.

Especula-se, que pelo acordo, Eduardo tenha ficado com pouco mais de 2 por cento das ações da rede social. O que ainda assim, lhe confere até hoje uma participação bilionária no negócio.

Além disso, seu nome também reapareceu na lista pública dos fundadores do Facebook.

VIDA ALÉM DO FACEBOOK

Completamente fora da empresa, Saverin continuou empreendendo e passou a atuar também como investidor anjo de startups.

Uma delas foi a QWiki, uma espécie de enciclopédia visual. Ele investiu cerca de 8 milhões de dólares na empreitada em 2011, mas o negócio faliu em 2013.

Em 2015, ele também criou um fundo de investimentos ao lado de um ex-colega de Harvard, o fundo B Capital Group, que investe em startups de comércio e logística. Segundo a Forbes, eles já investiram em mais de 20 empresas com atuação na Europa e Ásia. E o foco é acelerar empresas que estão fora do radar do Vale do Silício.

Desde 2010 ele vive em Singapura, local onde também está sua cidadania.

Segundo ele, para morar no país, ele teve de renunciar a cidadania americana, pois só é permitida uma única cidadania para os residentes da cidade-estado.

Porém, na ocasião, houve diversas especulações de que Saverin deixou os EUA e renunciou a cidadania americana por conta de uma possível taxação de 15% sobre sua fortuna, em razão da primeira oferta pública de ações do Facebook. Fato que ele nega.

Por lá, ele vive uma vida extremamente discreta com sua esposa, Elaine Andriejanssen; uma ex-colega de Harvard, nascida na Indonésia; que havia sido sua namorada nos tempos de Harvard; e com quem ele passou a viver há alguns anos, após um reencontro.

Por conta de sua discrição, Saverin tem sido motivo de diversos boatos, mas se mantém afastado dos holofotes, que se voltam para ele com o lançamento das listas das maiores fortunas do planeta.

De acordo com a lista da Revista Forbes, a fortuna de Eduardo Saverin está avaliada em mais de 16,7 bilhões de dólares. E o número vem crescendo ano após ano, assim como a valorização do Facebook.

O valor faz com que ele seja, atualmente, o segundo brasileiro mais rico do mundo, atrás apenas de Jorge Paulo Lehmann. E para muitos, em pouco tempo, ele se tornará o primeiro da lista.

Por conta de toda sua fortuna e trajetória, a história de Eduardo Saverin é mais uma história de sucesso que merece ser contada em nosso canal, sendo também um pedido de nossos inscritos.

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