Você seria capaz de fazer sopa de PEDRA?
Um monge que partiu em peregrinação estava cansado e faminto após ter andado por muitos dias.
Ele chegou a uma aldeia pequena e muito pobre, onde decidiu descansar à beira da estrada.
O monge, então, acendeu uma fogueira e colocou sobre ela um pote.
Depois, foi até o poço e de lá retirou água para encher o pote.
Quando a água começou a ferver, colocou uma pedra dentro do pote, sentou-se e ficou tranquilamente observando o fogo.
Os habitantes da aldeia aproximaram-se, intrigados com a atitude do forasteiro.
Estaria ele fazendo sopa apenas com água e uma pedra?
Depois de olhá-lo por algum tempo, os aldeões resolveram puxar conversa.
O monge então falou sobre suas andanças, sobre os lugares que conhecera, as lições que aprendera…
Em pouco tempo, uma pequena multidão havia se formado a seu redor.
Finalmente, um garoto resolveu fazer ao monge a pergunta que todos queriam fazer:
– Por que o senhor o senhor está cozinhando uma pedra?
– Porque essa é minha refeição. Estou fazendo uma sopa de pedra, respondeu o monge.
– Mas só com água e uma pedra? Vai ficar sem gosto…
– Espere aí, eu ainda tenho um pouco de repolho que sobrou de ontem.
Vou buscar para colocar na sopa, disse uma velha senhora.
– E eu tenho algumas cenouras. Vai deixar a sopa mais colorida, disse uma mulher.
– Acho que tenho uma ou duas batatas… Vou buscar já, falou um homem.
– Um pouco de sal com certeza não vai fazer mal, acrescentou outro aldeão.
E assim, um a um, todos os habitantes da aldeia lembraram-se de algo que poderiam oferecer para adicionar à sopa, que ficou muito saborosa e nutritiva.
O monge, então, convidou-os para compartilhar sua refeição.
Todos comeram, riram e contaram histórias, pensando que há muito tempo não tinham uma refeição como essa.
Ao cair da noite, os aldeões voltaram para suas casas e o monge continuou sua jornada.
Mas aquelas pessoas jamais o esqueceram.
De tempos em tempos, reuniam-se em torno de uma fogueira para fazer uma boa sopa de pedra e relembrar as histórias do monge.
E os habitantes das cidades ao redor espantavam-se ao ver como aquela pequena aldeia havia se tornado próspera, e perguntava-se qual seria o segredo de seus moradores, que eram vistos rindo e comendo em torno de uma fogueira, mesmo nas épocas de maior escassez.
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