O BILIONÁRIO MAIS COMENTADO DO MOMENTO – A HISTÓRIA DE RUBENS MENIN

Rubens Menin é um dos empresários mais comentados do Brasil.

Recentemente, o bilionário ficou conhecido como o Mecenas do Atlético Mineiro, e por conta disso, despertou a curiosidade de fãs de futebol de todo o país.

Mineiro de Belo Horizonte, o empresário é descrito pela Bloomberg como um bilionário oculto, o que traz ainda mais curiosidade sobre sua figura e sua fortuna.

Nascido em uma família de classe média, Rubens Menin Teixeira de Souza estudou no Colégio Estadual Central e depois cursou Engenharia na Universidade Federal de Minas Gerais. Enquanto estudante ele fez estágio e atuou na Veja Engenharia, uma construtora de um primo.

Segundo ele, o trabalho sempre esteve presente em sua vida, e desde cedo ele encontrou formas de ganhar um dinheiro extra. Em entrevista ele compartilhou que chegou a trabalhar como engraxate e lavador de carros dos vizinhos para ganhar seus primeiros trocados, ainda na infância.

Com essa mentalidade ele aprendeu a importância de economizar, e foi se preparando para um dia ter sua própria empresa de Engenharia.

Após se formar, então aos 22 anos, Rubens se juntou a um primo e a sua antiga empregadora para formar uma Construtora no ano de 1979. A ideia era aproveitar um lote na zona Norte de Belo Horizonte e ali construir três prédios destinados a famílias de classe média baixa. Da união, surgia a MRV Engenharia, um acrônimo dos sócios Mário Lúcio Pinheiro Menin,(M) Rubens Menin (R) e a Vega Engenharia (V).

O objetivo da empresa era preencher uma lacuna de mercado existente até então no mercado da capital mineira; prédios para famílias de baixa renda que queriam ter a casa própria e tinham dificuldade de encontrar um imóvel de acordo com suas possibilidades financeiras.

Até então, as construtoras em geral só focavam em imóveis com um certo padrão de luxo, capazes de gerar grande lucro para as empresas.

A ideia da MRV ia a contramão do mercado, e o objetivo de entregar unidades habitacionais para famílias de classe média baixa somente seria obtido com um projeto financeiro bastante ousado.

Ao contrário do mercado, a MRV buscava criatividade e eficiência para erguer as unidades habitacionais com qualidade, o que também significava trabalhar com uma margem de lucro unitária menor. Mesmo com uma margem menor por unidade, o lucro final seria interessante devido ao número de unidades vendidas. Fazendo com que o verdadeiro ganho na equação estivesse no volume de vendas.

Por conta dessa equação, desde o início a empresa investiu na venda massiva de unidades habitacionais, e não somente na venda de um único prédio com poucas unidades luxuosas e alto lucro.

Apesar dos números serem interessantes e promissores, os primeiros anos não foram fáceis. Além das dificuldades típicas de qualquer empresa, a MRV começou em um momento de crise no Brasil, em que o PIB caiu 4,5% no ano de 1979.

Para completar, a Vega Engenharia deixou o projeto dois anos depois de sua fundação. E as primeiras unidades construídas só foram entregues em 1982.

Na mesma época, o mundo vivia a Crise do Petróleo e o ambiente de negócios no Brasil ficou extremamente complicado e imprevisível.

O ambiente desfavorável fez com que a empresa tivesse que procurar caminhos alternativos para sobreviver. Enquanto o mercado tinha uma prática consolidada, a MRV tentava se destacar tanto na forma como vendia, como também na forma como construía seus imóveis.  Consolidando a filosofia de se fazer mais com menos e de valorizar cada centavo e cada esforço.

Nos anos seguintes, o esquema não foi diferente, e a empresa alternava entre momentos de crescimento e de remanejamento de recursos para continuar no mercado.

Nessa montanha russa a empresa manteve sua filosofia e aprendeu a usar a criatividade e eventualmente a tecnologia para enfrentar os desafios.

Em um dos momentos mais delicados, a Empresa passou por grande dificuldade durante o Plano Collor, principalmente pela falta de liquidez no mercado, que impactou tremendamente o mercado imobiliário no país.

Ainda assim, superando uma adversidade de cada vez, a empresa aprendeu a usar os momentos de dificuldade para encontrar caminhos mais produtivos e eficientes, e assim encontrar o crescimento.

Sobre as primeiras duas décadas, Menin comenta: ‘’Era igual caranguejo: um passo pra frente, um pra trás. Fomos vivendo de crise em crise”.

Na década de 90, a MRV conseguiu ganhar uma estabilidade maior principalmente por conta da criação do Plano Real, que trouxe maior previsibilidade na moeda nacional e também uma taxa de juros mais propícia ao setor imobiliário. Com essa maior estabilidade no país, a MRV passou a correr mais riscos e investir mais na criação de condomínios e unidades habitacionais em bairros que ascendiam na região metropolitana de Belo Horizonte.

Nesse período a empresa ganhou bastante destaque no cenário de negócios de Minas Gerais, e passou também a realizar ações de patrocínio e fomento a atividades sociais como o esporte por exemplo.

A atitude hoje é comum, mas a MRV foi uma das primeiras empresas a apostar no esporte, e principalmente no esporte mineiro com o patrocínio do time de voleibol do Minas Tênis Clube.

A parceria foi importante para tornar a marca mais conhecida e respeitada dentro do Estado de Minas Gerais, e fez com que a empresa tivesse um aumento considerável em suas vendas. Na década de 2000 a MRV também passou a patrocinar o futebol mineiro, e em especial o Clube Atlético Mineiro, clube do coração de Rubens Menin.

Ainda na década de 90, Menin decidiu abrir uma instituição financeira, que anos depois se tornaria o Banco Intermedium, fundado em 1994. O Banco foi criado para oferecer crédito para clientes da MRV que não conseguiam financiamento imobiliário em instituições bancárias tradicionais.

O banco cresceu e até mudou de nome, e se tornou Banco Inter. E sua história já foi contada em nosso canal, e o link para o vídeo estará na descrição deste vídeo.

Enquanto diversificava seus negócios, Rubens Menin também se tornou o principal nome da MRV, quando Mário Lúcio Pinheiro Menin decidiu deixar a empresa e se aposentar. Desde então, o empresário é considerado o único nome da empresa.

Menin também expandiu os horizontes da MRV. Primeiro, a empresa passou a construir no Triângulo Mineiro, em especial em Uberaba e Uberlândia, e depois também investiu em cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Essa expansão marcou bastante a década de 2000, e fez com que a empresa se tornasse nacional, impulsionada principalmente pela abertura do capital da empresa, realizada em 2007, quando as Ações da MRV passaram a ser negociadas na Bolsa de Valores brasileira.

A abertura encorpou significativamente o caixa da MRV e permitiu que a empresa conquistasse também outros estados da federação. Além de manter os seus pilares iniciais, a MRV também apostou em habitações para toda a classe média, aproveitando o momento de prosperidade da economia brasileira, com o surgimento da classe C e o fortalecimento da classe média.

Outro ponto que foi essencial para que a empresa pudesse decolar foi o programa governamental ‘’Minha Casa, Minha Vida’’; através dele o governo fomentou o mercado imobiliário nacional concedendo financiamento imobiliário subsidiado para milhares de famílias brasileiras.

O programa permitiu que uma grande parcela da população tivesse acesso a casa própria, mas em contrapartida gerou um aumento no preço médio dos imóveis no país. Inserida neste contexto, a MRV conseguiu simultaneamente ampliar suas vendas e suas margens de lucro, e teve um grande salto de crescimento.

Completando esse período virtuoso, a MRV também aumentou seus investimentos no esporte, e passou, por exemplo, a patrocinar diversos times de futebol do país, em diferentes estados da federação. Tornando nacional a percepção de sua marca.

Forjada em períodos de crise, a MRV teve um grande desafio durante a crise financeira que começou em 2015, mas enquanto boa parte das empresas não soube lidar com a escassez de recursos e a desconfiança do mercado, a empresa apostou na modernização e na criatividade para continuar crescendo.

Além de cortar custos desnecessários, a empresa conseguiu aproveitar melhor seus recursos investindo principalmente em tecnologia e capacitação de sua mão de obra.

Com essa estratégia a empresa consegue aproveitar melhor seu quadro de funcionários, literalmente fazendo mais com menos.

Antes da crise eram necessários 12 homens em média para uma atividade habitual da empresa, depois de 2015 a empresa manteve a mesma produtividade com 6 funcionários. Hoje, segundo o magnata são necessários apenas 3 funcionários.

Menin afirma que essa otimização da mão de obra permitiu que a empresa aumentasse seu lucro e também o salário dos funcionários.

Além disso, a empresa tem um programa de incentivo a ideias e projetos gerados por funcionários da empresa. Nele, os funcionários podem elaborar sugestões e soluções para problemas da empresa, e caso implementados, eles recebem uma gratificação financeira relevante. Até hoje, milhares de projetos internos já foram recompensados.

Com todos estes elementos, a MRV Engenharia se tornou a maior incorporadora da América Latina.

Investindo em inovação, tecnologia e fomentando a criatividade, Rubens Menin se destacou como um empreendedor serial, com sucesso não só na MRV, mas também no Banco Inter e na Log, empresa de locação de galpões comerciais criada por ele.

As três empreitadas hoje são empresas de grande sucesso, e todas possuem capital aberto na Bolsa de Valores brasileira.

Já há alguns anos, Menin não atua mais como CEO de suas empresas, mas continua nelas como presidente do conselho de http://passoapassoempreendedor.com.br/wp-content/uploads/2023/01/wang-chuanfu.jpgistração das empreitadas, sendo também o maior acionista individual de todas elas.

Mesmo sem estar no dia a dia das empresas, sua influência e visão são considerados os ingredientes de sucesso das empreitadas, e por conta disso, Rubens foi eleito Empreendedor do Ano de 2018, em eleição mundial realizada pela conceituada Consultoria global EY.

Hoje, aos 64 anos, Menin continua ativo e criando novas empresas, como, por exemplo, a Lugge, startup que pretende facilitar a locação residencial em todo o país.

Na engenharia, o empresário também vem ampliando os horizontes, e agora de maneira internacional, com a construção de empreendimentos nos Estados Unidos.

E ele também ganhou grande notoriedade por ser o principal responsável por trazer para o Brasil a tradicional empresa de comunicações CNN. Menin é dono de 65% da operação que envolve a CNN Brasil, que pretende investir fortemente no jornalismo brasileiro, aproveitando a crise que envolve os principais grupos do país.

Além disso, o empresário virou assunto dos amantes de futebol por ter se tornado o novo mecenas do Clube Atlético Mineiro.

Atleticano notório, Menin patrocina o Atlético há quase duas décadas através da MRV Engenharia e também já ajudou o clube financeiramente em diversas oportunidades como pessoa física.

Em 2017, ele doou ao clube um terreno em Belo Horizonte. No local está sendo construído o futuro estádio do Galo. O estádio que deve oferecer um espaço multiuso para shows e eventos, tem capacidade prevista para 40 mil pessoas; e sua inauguração está programada para 2022. Além disso, a MRV comprou os direitos do nome do estádio que se chamará Arena MRV.

Nesse ano, Menin causou espanto no mercado da bola por ter investido mais de 100 milhões de reais em jogadores para o Atlético. Segundo ele, o dinheiro é emprestado ao clube, que terá de devolvê-lo apenas com correção monetária e sem prazo definido. Além disso, o bilionário também injetou dinheiro no clube para o pagamento de dívidas e para a vinda do prestigiado técnico Jorge Sampaoli;

Enquanto isso, a MRV é um patrocinador do clube, inclusive estampando sua marca nas mangas da camisa atleticana.

Além de ajudar o clube do coração, a operação também promove o nome da empresa, e de outros parceiros do clube, como o Banco BMG. A exemplo da estratégia realizada pela Crefisa no Palmeiras.

Segundo o magnata, o investimento deve ser ainda maior no futuro, e o projeto visa dobrar o faturamento do Atlético nos próximos cinco anos, e triplicar em um prazo de dez.

Por conta de todas essas empreitadas, Rubens Menin tem chamado a atenção do público em geral. Discreto, o empresário costuma realizar apenas aparições relacionadas aos seus negócios e agora ao Atlético.

Segundo a Bloomberg, ele é um bilionário oculto, e seu patrimônio pode ser bem maior do que o que se estima. Há indícios também de que ele evita a exposição de sua fortuna, e por isso, sua verdadeira fortuna é desconhecida até mesmo para publicações conceituadas como a Revista Forbes.

Segundo a Bloomberg, a fortuna do bilionário é de 1.6 bilhão de dólares. A Forbes também informa número semelhante.

Recentemente, algumas publicações esportivas estimaram em valores até cinco vezes maiores, considerando a valorização das empresas do magnata. Entretanto, vale lembrar que atualmente, Menin é dono de cerca de 30% da MRV Engenharia, 65% da CNN Brasil e que o Banco Inter e a LOG são empresas de capital aberto, e, portanto, possuem também outros acionistas. A título de ilustração, o grupo japonês Softbank possui 10 por cento do Banco Inter.

Ainda assim, não é possível dizer com precisão qual é a fortuna do bilionário, e até mesmo as revistas especializadas tem dificuldade para mensurá-la devido a discrição de Menin.

Apesar disso, Rubens Menin é um dos empresários mais respeitados e bem-sucedidos do país, e sua história de sucesso merece ser contada em nosso canal e foi um pedido de diversos de nossos inscritos.

Facebook Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Veja mais
CULPA DA BYD?  – A CRISE DA NISSAN

CULPA DA BYD? – A CRISE DA NISSAN

O mercado automobilístico mundial está em franca transformação, e mais uma tradicional montadora vai ter

QUAL O VALOR DA FORTUNA BILIONÁRIA DE DONALD TRUMP?

QUAL O VALOR DA FORTUNA BILIONÁRIA DE DONALD TRUMP?

Donald Trump novamente será o novo presidente dos Estados Unidos. Depois de um mandato de

xAI – CONHEÇA O PLANO DE MUSK PARA REVOLUCIONAR O MERCADO DE IA

xAI – CONHEÇA O PLANO DE MUSK PARA REVOLUCIONAR O MERCADO DE IA

Mais uma empreitada multibilionária de Elon Musk está nascendo. E conta com aquele que é

O BANCO MAIS POLÊMICO DO BRASIL? – A HISTÓRIA DO BANCO MASTER

O BANCO MAIS POLÊMICO DO BRASIL? – A HISTÓRIA DO BANCO MASTER

Mais um banco tem ganhado cada vez mais protagonismo no Brasil. E além de investimentos