A HISTÓRIA DA MONSTER ENERGY

Símbolo da Cultura Pop Mundial, o Monster Energy Drink vem ganhando cada vez mais adeptos em todo o mundo e se consolidando como um novo sucesso em um mercado que parecia já dominado.

Conteúdo disponível também em vídeo:

Mesmo chegando atrasado ao mercado de bebidas energéticas, o Monster é um dos casos de sucesso mais impressionantes do mundo.

E apesar do sucesso atual, a jornada não foi exatamente fácil.

Tudo começou nos laboratórios da Hansen Natural Corporation, uma empresa de bebidas alternativas, surgia em 1935 nos EUA, e que era especializada na manipulação e transformação de ingredientes naturais.

Atenta às transformações ocorridas na década de 90, a empresa percebeu que havia uma demanda muito grande por produtos naturais e principalmente por produtos que aumentassem a performance de seus usuários.

E nesse meio tempo, a Hansen tentou emplacar sua primeira bebida energética com bases naturais, no meio daquela década. Porém, a iniciativa foi um fracasso.

Pouco tempo depois, o mundo testemunhou a chegada e sucesso da Red Bull que literalmente pavimentou um novo mercado de bebidas, a partir da combinação de uma bebida energética tailandesa, açúcar e gás; transformando a bebida enérgica em algo próximo a um refrigerante, indo ao encontro do paladar ocidental acostumado com bebidas açucaradas como a Coca Cola, por exemplo.

Observando o movimento da empresa austríaca, a Hansen percebeu que já contava com estrutura e recursos para fazer sua própria bebida energética, nos mesmos moldes do estilo que foi popularizado pela Red Bull.

Logo, se anteriormente o produto americano não havia vingado por que o mercado ainda não estava preparado e por que a sua bebida não era tão próxima do que o mercado já estava acostumado; dessa vez seria criada uma nova bebida unindo o melhor dos mundos.

Ou seja, a Hansen usaria o seu know-how de ingredientes naturais e acrescentaria o açúcar, a taurina e o gás, tal como havia se tornado popular neste novo mercado.

Nesse meio, o objetivo não era só fazer como a Red Bull, era tentar fazer melhor do que ela.

Logo, a empresa se espelhou em todos os passos da gigante, e cada ação foi orientada para fazer frente ao touro vermelho.

Posto isto, após anos de desenvolvimento, a Hansen enfim chegou à fórmula de seu energético, criando o Monster Energy Drink.

O produto foi lançado em 2002, e custou milhões de dólares para ser desenvolvido e lançado incialmente no mercado americano.

Além dos compostos de uma bebida energética nos moldes que o mercado havia aprovado, a mistura tinha mais taurina e mais açúcar. E a sua fórmula era também essencialmente mais barata que os concorrentes, fruto do conhecimento da empresa acumulado ao longo das décadas anteriores.

Outro diferencial era a lata do Monster, que chegou ao mercado com 16 onças de volume, cerca de 473 ml. Quase o dobro do que tinha o Red Bull, por exemplo.

E apesar de vir muito mais bebida, o preço cobrado não era proporcionalmente mais caro do que a concorrente, o que gerava um sentimento de custo-benefício nos clientes. Nessa linha, para ter o mesmo volume eram necessárias duas latas de Red Bull, que custariam bem mais do que uma única lata de Monster.

Outro detalhe importante foi a composição de cores da embalagem, que desde o início apresentava a cor preta e o tradicional logo da marca em cor verde fluorescente.

O chamativo M era uma forma de despertar o interesse dos consumidores e ao mesmo tempo o jogo de cores remetia a uma ideia de brilho no escuro, associada, por exemplo, aos itens secretos de um videogame ou de um filme de ação.

O logo também é alvo de conspirações.

Para muitos, o M em formato de garra se assemelha aos escritos hebraicos… e na verdade seriam três letras VAV. Cada letra representa o numeral 6, e assim, o símbolo seria na verdade não um M estilizado, e sim o numeral 666, que representa a besta.

Outro ponto que causa falatório é o slogan da bebida, ‘’Unleash the Beast’’, que pode ser traduzido como Libere a Fera… ou para alguns, libere a Besta…

De toda forma, as apostas em design e custo benefício não eram apenas diferenciais. Elas faziam parte de uma estratégia de marketing muito bem amarrada.

Ambas as inciativas iam ao encontro do desejo da marca de se popularizar entre os jovens adultos.

Enquanto o Red Bull ficou famoso como uma bebida para adultos de meia-idade em diante, o Monster foi pensado para ser a bebida dos mais jovens, e todos os passos desde o início foram pensados nesse público.

Enquanto a Red Bull apostava em esportes consolidados e eventos de aventura e entretenimento, a Monster decidiu não só também cobrir essas atividades, como conjuntamente apostar em todas as demandas crescentes que envolvessem o público jovem e principalmente muita adrenalina e energia.

Nessa esteira, vários esportes de alto risco e atividades que envolviam nichos crescentes foram adicionados ao seu rol de patrocínio. Tal como competições de bike, skate, MMA, entre outros.

Outro ponto até então absolutamente inexplorado foi o mercado dos games.

Sem deixar de lado os eventos tradicionais como corridas, shows e festas, a nova bebida decidiu vagar por diversos oceanos de possibilidades que até então estavam pouco ou até mesmo inexplorados e que o mercado em geral não dava o devido valor.

Enquanto a maioria das empresas dos mais diferentes ramos acreditava que os games eram apenas brincadeira de criança, ou que os eventos de esportes radicais e lutas eram eventos de pequenos nichos, a Monster passou a patrocinar os mais diversos eventos ligados à adrenalina e competição, onde estavam presentes aqueles que já estavam aptos a consumirem o seu produto, como também os adolescentes que em pouco tempo seriam seus principais consumidores.

Com esse trabalho de Branding a Monster foi se sedimentando como a patrocinadora principal de eventos considerados radicais, e também os mais recentes relacionados a cultura nerd.

Com esse mote, a bebida não era apenas um combustível para noite, como era o caso do Red Bull, era também um combustível para o dia, e para ter maior performance durante a disputa de jogos e campeonatos, e até mesmo para as horas de estudo, ou vésperas de provas.

Tal visão fez com que a empresa consolidasse uma legião de fãs que foram expostos a marca antes mesmo de estarem aptos a consumirem a bebida.

Completando essa construção, posteriormente, a Monster alimentou ainda mais esse mercado com a produção da primeira mega lata do mercado, com 700 ml de bebida.

Desse modo, aos poucos o investimento massivo em publicidade começou a dar retorno, não apenas com a venda de produtos, mas também com a criação de uma legião de fãs da marca, que apreciavam a bebida ou simplesmente gostavam do design e das iniciativas da empresa.

Logo, a Monster não estava só no negócio de conseguir clientes, ela estava criando uma tribo. Tribo essa que além de consumir a bebida também compra e usa itens que tenham a estampa da marca.

E desta fidelidade, os consumidores passaram a não se importar tanto com o preço da bebida, fazendo com que aos poucos, a alta demanda por Monster a tornasse uma bebida de sucesso, mesmo que depois de alguns anos, o preço se assemelhasse ao dos concorrentes, como a própria Red Bull.

Com um público fiel e uma alta demanda, a bebida saiu da briga por preços e passou a ostentar uma das dez melhores margens de lucro dentre os principais produtos industrializados em todo o mundo.

Hoje, segundo a Revista Exame, o energético Monster é o 3º produto industrializado com maior margem de lucro por produto no mundo, com uma margem de 26 por cento. Sendo também a bebida com a maior margem de lucro do planeta, afrente até mesmo da Coca-Cola, segundo a publicação.

Com esses alicerces muito bem construídos, o energético ganhou uma grande participação no mercado americano, e aos poucos ganhou também outros países como Canadá e México.

No Brasil, a bebida chegou em 2010, e rivaliza diretamente com a gigante austríaca.

Atualmente, a bebida está presente em mais de 120 países. Além de conquistar o paladar de consumidores de todo o mundo, a linha Monster também ganhou outras versões, como edições com acréscimo de cafeína e uma linha sem açúcar, por exemplo.

Estima-se que hoje o Monster detenha 34,6 por cento do mercado mundial, número bem próximo ao que possui hoje a Red Bull.

Desde 2014, a bebida faz parte do portfólio da Coca Cola Company que adquiriu 17 por cento da empresa detentora do Monster em 2014, por cerca de 2,1 bilhões de dólares. Pelo acordo, bebidas que eram da Coca como Burn e NOS agora fazem parte do portfólio da Monster. Em paralelo, a empresa também possui capital aberto e ações negociadas na Bolsa de Valores de NY.

E diante de todos estes fatores a empresa não para de crescer e se popularizar. Além de um sucesso de vendas, a marca também patrocina diversos espaços físicos, como corridas, lutas e eventos, a exemplo da Nascar e lutadores do UFC.

A Monster também cresce exposição apostando fortemente no crescimento e popularização dos E-sports; o que vem elevando a empresa a outro patamar; sendo mania entre os jovens.

Posto isto, estima-se que atualmente a empresa tenha receita aproximada de 2,1 bilhões de dólares e ao que tudo indica esse valor continuará crescendo nos próximos anos.

E por conta de todos estes feitos, a história da Monster é uma história de sucesso que merece ser contada em nosso canal.

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