A História de Lírio Parisotto – Bilionário Investidor Brasileiro

Lírio Parisotto é um dos maiores investidores do Brasil e dono de uma fortuna bilionária. E nesse vídeo você vai conhecer melhor a sua trajetória.

Lírio Albino Parisotto nasceu no dia 18 de dezembro de 1953, na cidade de Nova Bassano, próximo à Caxias do Sul, interior do Rio Grande do Sul.

Tá com preguiça de ler? Veja o nosso vídeo com a história completa de Lírio Parisotto.

Durante sua infância no interior, ele ajudou seus pais nos afazeres da pequena fazenda em que vivia com sua família. Por lá, Lírio jamais passou necessidade, mas nunca teve muito luxo. Ele até mesmo costumava andar descalço na maior parte do tempo para não gastar os próprios sapatos.

Porém, desde cedo o garoto sabia que seu futuro não estaria na área rural. E aos 13 anos ele decidiu se dedicar aos estudos em um seminário em uma cidade próxima de onde morava. Por lá, ele permaneceu durante 5 anos, quando foi expulso por mau comportamento.

Saindo do seminário, Lírio passou dois anos em Brasília, cidade que um de seus tios morava; por lá ele trabalhou na secretária do colégio em que estudava. Durante o dia ele fazia todo tipo de atividade operacional da escola, e durante a noite ele frequentava as aulas.

Formado, Lírio prestou concurso para o Banco do Brasil, e foi aprovado para trabalhar a cerca de 150 quilômetros de sua cidade natal, Nova Bassano. Porém, seu desejo era futuramente ser transferido para Caxias do Sul, para poder cursar Medicina na Universidade local. Até então, os funcionários do Banco poderiam pedir transferência para localidades onde estava localizada a faculdade que o empregado gostaria de cursar.

Entretanto, ao tomar posse no emprego e descobrir que havia uma lista imensa de pessoas também aguardando uma transferência para outra cidade, Lírio decidiu deixar o emprego no banco. A decisão foi extremamente mal recebida por sua família, que acreditava que o filho tinha feito uma irresponsabilidade tremenda, já que a remuneração era razoável na instituição financeira.

Na época, o empreendedor ficou apenas 1 semana no emprego no Banco.

Depois de largar o emprego, Lírio voltou para Nova Bassano, e por lá, trabalhou dois anos em um frigorífico, onde chegou a ser gerente.

Com o salário que recebia, ele conseguiu juntar suas primeiras economias, e assim pôde comprar seu primeiro carro: uma Kombi.

O automóvel rapidamente se transformou em uma fonte de renda. Como a Kombi tinha vários assentos, ele fazia transporte de passageiros para aumentar sua renda no final do mês. E, aos poucos, ia formando seu patrimônio pessoal.

Durante esse período ele cursou diversos cursos profissionalizantes e desenvolveu o hábito de ler. Ao longo dos anos, ele pôde ler todo o tipo de regulamentação, legislação e tudo aquilo que lhe parecesse interessante. Nesse momento, ele começou a estudar sobre o Mercado de Ações no Brasil e no Exterior.

Ao mesmo tempo em que trabalhava durante o dia, ele também se dedicava a um cursinho preparatório durante a noite para conseguir cursar Medicina.

No cursinho, Lírio desenvolveu também a atividade de mascate, em que ele comprava e revendia diversos produtos para os alunos do cursinho. A atividade demandava também muito esforço. Frequentemente, o agora micro-comerciante viajava para São Paulo em busca de novas mercadorias, começando com pequenos produtos e evoluindo para a venda de toca-fitas automotivos e relógios de marca.

Com a jornada dupla, e uma dedicação intensa aos estudos, principalmente aos finais de semana, Lírio foi aprovado em Medicina e ingressou na faculdade de Caxias do Sul em 1976.

A vida dividida em múltiplas tarefas lhe cobrava um alto preço. Devido ao cansaço, era comum que ele dormisse durante o expediente de trabalho no frigorífico. Durante uma dessas infrações, ele acabou sendo descoberto e demitido.

A faculdade demandava o pagamento de vários gastos, incluindo moradia, comida e os livros da graduação. Apesar do apoio dos pais, eles não podiam ajudar financeiramente o filho, e ele também não gostaria de pedir a ajuda dos pais. Por conta disso, Parisotto teve que arrumar várias formas para sobreviver; e a principal delas foi a de Mascate.

Com uma clientela cada vez maior, foram aumentando também o número de inadimplentes. Boa parte dos clientes eram revendedores de equipamentos de áudio e alguns maiores tinham até mesmo pequenas lojas de eletrodomésticos. Alguns clientes chegavam a ficar devendo o valor de 10 a 15, toca-fitas para Lírio. E cabia a ele gastar boa parte de seu tempo cobrando os devedores.

Em uma dessas cobranças, o dono de uma das lojas perguntou a Parisoto se ele poderia aceitar a sua própria loja como pagamento da dívida.

Apesar de ter o sonho de se tornar médico, o empreendedor decidiu aceitar aquela forma de pagamento, visando garantir de alguma forma o seu próprio sustento.

A Loja em questão se chamava Audiolar e era uma pequena instaladora de rádio que tinha dois funcionários.

A manutenção da loja parecia um desafio no início, mas Lírio já havia contratado um amigo para cuidar da loja, enquanto ele se dedicava aos estudos e a outras atividades. Posteriormente, o amigo se tornaria seu sócio na operação.

O negócio começou a fluir, e junto com suas atividades de mascate, Parisoto começou a ter uma situação financeira confortável.

Nos primeiros anos, a Loja passou a faturar cerca de 500 a 600 mil dólares anuais. E o resultado dava ao empreendedor seus primeiros luxos.

Aos poucos ele passou a ter um excedente financeiro, e começou a investir suas economias no mercado de capitais.

Na mesma época, ele também pode realizar uma viagem para os EUA.

Na terra do tio Sam, Lírio teve contato com uma loja que vendia videocassetes, uma grande novidade na época. Além disso, a loja também contava com gravadores de mesa que permitiam a gravação de novas fitas cassetes. O equipamento permitia até mesmo que fosse gravado um novo filme em cima de uma fita já usada. Algo quase inédito no Brasil.

Por lá, ele também teve contato com fitas VHS virgens, que permitiam a gravação de qualquer filme com a ajuda da máquina gravadora.

Encantando, Lírio decidiu replicar os conceitos que havia visto nos EUA em Caxias do Sul, e assim criou o primeiro videoclube da cidade em 1980. Após trazer consigo uma máquina gravadora de fitas VHS.

O clube ficava em um imóvel anexo a sua loja, que foi alugado para essa finalidade; por lá os clientes podiam assistir filmes em videocassetes e televisões do espaço. Para o conforto dos espectadores, também foram colocadas poltronas, sofás e um sistema de som ambiente.

Lírio também trouxe para o Brasil várias fitas com filmes americanos, e também algumas fitas virgens que podiam ser gravadas como cópias das originais, aumentando o leque de filmes que eram oferecidos no espaço.

Tanto a loja quanto o cineclube eram tocados na maior parte do tempo pelo sócio de Lírio.

Dessa forma conjuntada, ele se formou em Medicina e conseguiu uma vaga para fazer Residência em oftalmologia. Porém, ele decidiu abrir mão da vaga por dois anos, e nesse período ele iria se dedicar inteiramente a sua loja de eletrônicos, pois parecia que ali havia um mercado em franco crescimento.

Correndo o risco, Parisotto decidiu assumir de vez seus negócios. E a tacada deu certo. Tão certo que ele nunca mais voltou a exercer a Medicina, e fez com que sua loja se tornasse um sucesso absoluto em Caxias do Sul. Em pouco tempo, a loja era a que mais vendia TVs na cidade; e também era a única com um videoclube. O que era um diferencial competitivo, e gerava uma renda com uma ótima margem de lucro, graças ao seu custo baixo.

Outro diferencial da loja foi a presença de uma assistência técnica dentro do estabelecimento. Além de consertar produtos usados, a empresa também aceitava produtos usados na compra de novos. O que até então era uma prática inédita na cidade, e ajudava os consumidores a comprarem os produtos da Audiolar.

Aos poucos, a loja ofertava produtos eletrônicos de empresas tradicionais da época como Sony, Philco e Gradiente.

Um dos produtos mais vendidos eram fitas VHS do tipo betamax. A loja era uma das que mais vendia o produto no Brasil. E por conta disso, a Sony convidou alguns revendedores brasileiros para conhecerem suas instalações no Japão, entre eles o próprio Lírio Parisotto.

A viagem foi de extrema importância na jornada do empreendedor. Por lá ele conheceu a fábrica da Sony e também descobriu que a empresa possuía uma divisão de telecinagem, legendagem e gravação de filmes. Interessado, o empreendedor pediu para conhecer a divisão, enquanto os demais convidados preferiram fazer turismo na cidade de Tóquio.

Assistindo ao processo produtivo, Parisotto percebeu que o processo de criação de fitas VHS era bem menos complexo do que ele imaginava.

Outro ponto que ele notou na produção japonesa era que as fitas VHS eram fabricadas sob medida ao tempo dos vídeos que eram gravados. Até então, na maioria das fábricas, inclusive no Brasil, todas as fitas tinham apenas 3 tipos de gravação, com 60, 120 ou 160 minutos. Com essas opções escassas as fitas VHS no Brasil eram caras, pois todas usavam a mesma quantidade de bobina para reprodução do filme.  Para gravar um vídeo de 10 ou de 50 minutos, por exemplo, era necessário usar a mesma fita, com o mesmo preço.

Já na produção japonesa, era possível produzir uma fita com gasto de bobina proporcional ao tempo de vídeo necessário, o que representava uma economia absurda, e poderia aumentar a margem do produtor e também oferecer fitas por um preço mais baixo.

Extasiado pela produção, Lírio prestou atenção em todo o processo produtivo, e em todas as máquinas que eram usadas para a produção das fitas. Algumas eram da própria Sony e outras de outros fornecedores.

Percebendo a oportunidade, o empreendedor voltou ao Brasil e decidiu mudar sua vida empresarial. Sua loja estava sofrendo com a concorrência, que vivia uma constante batalha por preços, oferecendo muitas vezes produtos com preços abaixo do custo para adquirir o maior número possível de consumidores dentro de suas lojas.

Percebendo que estava em um oceano vermelho, e que a Loja não cresceria de forma saudável naquele ambiente, Lírio Parisotto decidiu mudar de ramo; e aplicar tudo aquilo que havia visto no Japão.

Porém, na mesma época um duro golpe lhe atingiu. Desde 1971, o empreendedor já investia suas economias no mercado de capitais. Em sua primeira empreitada ele perdeu quase todo o dinheiro que havia investido; na época o valor investido era o mesmo de um carro popular.

Ainda assim, ele continuou investindo continuamente em ações. Desta forma, em 1986 ele já tinha cerca de 500 mil dólares na bolsa. Mas, naquele ano, novamente ele viria a sofrer uma dura perda e ver 40% do seu dinheiro desaparecer rapidamente.

Nesse cenário de alta concorrência e de duras perdas no mercado financeiro, Lírio decidiu arriscar e criar sua própria fábrica de fitas VHS, a exemplo do que havia visto no Japão.

Para dar início ao sonho, ele investiu cerca de 4 milhões de dólares. Desse valor 2 milhões foram investidos do capital do próprio empresário, e os outros 2 vieram de empréstimo de um banco japonês.

Dessa forma, ele conseguiu importar máquinas das marcas Sony e JVC, e assim surgia a Videolar. A primeira empresa brasileira a produzir fitas sob medida, tal como os japoneses.

A tecnologia inédita no país fez com que a empresa tivesse um crescimento rápido, e em alguns meses a fábrica já vendia filmes para estúdios de cinema de todo país.

Ao mesmo tempo em que a fábrica crescia e gerava caixa, permitindo o seu crescimento e o pagamento do empréstimo bancário, o empresário continuou apostando em um retorno no mercado financeiro.

Estudando incansavelmente sobre economia, Lírio conheceu um livro no início dos anos 90 que mudaria sua vida: “Faça Fortuna com Ações, Antes que seja Tarde” do articulista Décio Bazin.

Seguindo os ensinamentos do livro, e apostando nos conhecimentos que havia acumulado, o investidor decidiu investir cerca de 2 milhões de dólares na Bolsa, logo após uma grande queda no mercado nacional. E nesse momento estabeleceu uma meta: dobrar seu capital e vender todas suas ações.

Um ano depois a empreitada deu certo, e com o dinheiro Lírio conseguiu consolidar a totalidade do comando da Videolar e também injetar ainda mais capital na empresa.

Simultaneamente, a empresa passou a operação de Caxias do Sul para São Paulo e abriu uma nova fábrica para Manaus, aproveitando os incentivos da Zona Franca; o que aumentava as margens do negócio que ganhava o Brasil. Além de aumentar as margens, a empresa também pôde diversificar seus produtos. E assim passou a produzir também diferentes tipos de fitas cassetes, virgens e gravadas, fitas de áudio, disquetes, discos e na virada do século também discos de DVDs.

O sucesso da empresa exigiu um enorme foco do empreendedor que só voltou ao mercado financeiro em 1998. Na ocasião ele aportou cerca de 6 milhões de dólares e formou sua carteira de investimentos que mantém até hoje; contando com 12 empresas que ele investe e reinveste todos os ganhos constantemente. Segundo ele, sua estratégia de investimentos em ações é sempre de longo prazo, com base nos ensinamentos do livro O Investidor Inteligente, de Benjamin Graham e do investidor americano Warren Buffett.

Enquanto o empreendedor voltava ao mercado de ações, a Videolar também expandiu suas operações:

Em 2002, a empresa construiu sua primeira petroquímica na região norte para produzir poliestireno. O produto era matéria prima para os produtos fabricados pela Videolar, e representava uma verticalização da fabricação de mídias por parte da empresa.

E a empreitada permitia também que além de mídias de áudio e vídeo, a empresa também pudesse produzir eletroeletrônicos, eletrodomésticos (gabinetes em geral, como os de aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e TVs), materiais de escritório e escolar, e até embalagens alimentícias.

No mesmo ano, Parisotto recebeu o prêmio de empreendedor do ano pela consultoria Ernst & Young.

Em 2008, o empreendedor decidiu deixar o dia a dia da empresa e assumir a chefia do conselho http://passoapassoempreendedor.com.br/wp-content/uploads/2023/01/wang-chuanfu.jpgistrativo da empresa.

Fora da operação da empresa, e depois de multiplicar seu capital tanto no mercado financeiro quanto no mercado industrial, Parisotto pôde diversificar ainda mais sua atuação, investindo também em privaty equity.

Primeiro ele participou da compra das operações do Grupo RBS em Santa Catarina. Mas, se retirou do projeto rapidamente.

Em seguida ele se tornou detentor de 25% das ações do grupo NC que é um conglomerado de empresas brasileiro sediado em São Paulo, que atua em vários ramos, como comunicação, incorporação, energia e até na indústria farmacêutica, através da EMS. Anos depois, junto com outros investidores ele comprou definitivamente a Rede RBS.

Porém foi em 2014 que o empresário deu seu maior salto e chamou a atenção do país, ao comprar a petroquímica Innova, que até então era de propriedade da Petrobrás. Para realizar a operação, Lírio Parisoto investiu tanto dinheiro de seu próprio bolso, quanto da Videolar.

A operação formou uma nova empresa chamada de Videolar-Innova, e aumentou o rol de produtos e derivados de petróleo sob o controle do empresário.

O conjunto de operações fez com que ele se tornasse bilionário e entrasse para o rol das 70 pessoas mais ricas do Brasil.

Nos últimos anos, Parisotto continua investindo fortemente na expansão de sua empresa, que passou a ser conhecida apenas como Innova S/A; e também continua firme com sua carteira no mercado financeiro. Nem mesmo durante a crise de 2008, o investidor vendeu suas ações. Pelo contrário, aproveitou o momento para aumentar ainda mais as suas fatias. Todas as suas ações atualmente estão sob gestão do fundo Geração Futuro.

Atualmente, o empresário tem uma fortuna avaliada em mais de 1.4 bilhão de dólares, o que na cotação atual perfaz uma quantia de mais de 5 bilhões de reais.

Esta é mais uma história de sucesso contada em nosso canal, e foi um pedido de nossos inscritos Eduardo Almeida, Beto Martins e Eduardo de Oliveira.

Apesar de sua riqueza, o empresário também chamou a atenção por outras razões, não tão gloriosas.

Além de atuar como investidor e empresário, Lírio Parisotto também passou a atuar na política e desde 2010 é o segundo suplente do Senador Eduardo Braga, representante do Estado do Amazonas.

Recentemente, o empresário também foi acusado de violência contra sua ex-namorada, a ex-modelo Luíza Brunet. O caso segue na justiça.

Fontes de Apoio:

Suno Research em https://www.sunoresearch.com.br/tudo-sobre/lirio-parisotto/

https://site.guiainvest.com.br/lirio-parisotto-o-ex-agricultor-que-virou-bilionario-na-bolsa/
https://saudebusiness.com/mercado/como-o-medico-lirio-parisotto-se-tornou-um-dos-maiores-investidores-de-acoes-do-pais/

https://maisretorno.com/blog/termos/l/lirio-parisotto

https://exame.abril.com.br/negocios/ex-mascate-presidente-da-videolar-conta-que-fez-muamba-para-sobreviver-m0140228/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Innova

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