Quem é Cristina Junqueira? Quem é a nova bilionária do Brasil?
Na Quarta-Feira, 9 de Dezembro de 2021, o banco digital brasileiro Nubank fez história ao abrir o seu capital na Bolsa de Valores de Nova York.
Um feito gigantesco, não só para uma empresa brasileira, mas principalmente por ser um banco nascido para desafiar o domínio de mercado dos principais bancos do Brasil, que compõem um verdadeiro oligopólio.
Após o IPO, a empresa conseguiu alcançar uma valorização de mercado superior a gigantes como a AMBEV; e se tornou também o Banco mais valioso da América Latina, e a 3ª maior empresa do Brasil; de acordo com o mesmo critério.
Além disso, segundo a Bloomberg, a abertura de capital chamou a atenção até mesmo do mega investidor Warren Buffett, que garantiu cerca de 10 por cento das ações negociadas na ocasião. Fato que chancelou a grandiosidade do evento.
Na capitalização, o Nubank alcançou valorização superior a 54,6 bilhões de dólares. E o enorme feito também gerou um salto na fortuna dos sócios e investidores da empresa.
Dentre eles, um nome se destacou: a brasileira Cristina Junqueira, que alcançou uma fortuna bilionária.
Fundadora do Banco, junto do colombiano naturalizado brasileiro David Vélez, e do americano Edward Wible; Cris, como é mais conhecida, se tornou a segunda brasileira a construir uma fortuna bilionária por conta própria.
Feito que havia sido conseguido anteriormente somente por Luiza Helena Trajano, mandatária do Magazine Luiza.
E graças ao incrível feito, muitas pessoas se fizeram as mesmas perguntas:
Quem é Cristina Junqueira?
Qual foi a trajetória da mais nova bilionária do Brasil?
Como ele conseguiu um feito tão extraordinário?
Para responder a essas e outras perguntas, contaremos com detalhes a trajetória da empreendedora e como ela conseguiu fazer parte do movimento que revolucionou o setor bancário no país.
Vale lembrar, que já contamos a história do Nubank, e como a empresa foi de uma startup dentro de uma casa alugada, e se tornou o maior banco da América Latina, em valorização de mercado.
Nascida em Ribeirão Preto em 1984, Cristina passou boa parte de seus primeiros anos na cidade do Rio de Janeiro, até se mudar para São Paulo, onde se formou em Engenharia de Produção pela USP em 2004. Instituição em que ela também cursou um Mestrado.
Enquanto cursava o Mestrado, ela ingressou no mercado bancário, quando trabalhou como analista de sistemas no Unibanco. Posteriormente, ela também atuou como consultora na americana Bozz Allen Hamilton.
Em 2007, ela se mudou para os Estados Unidos, onde complementou os estudos com uma certificação em finanças e marketing na Northwestern University. Dois dos pilares que mais tarde fariam parte de sua atuação como empresária.
No ano seguinte, ela retornou ao mercado bancário, quando se tornou superintendente de negócios do Itaú Unibanco, com atuação na área de seguros para pequenas e médias empresas.
Já em 2009, ela conheceu efetivamente o mercado que faria dela bilionária anos depois; quando migrou para o Magazine Luiza, onde trabalhou durante 3 anos na divisão responsável pelo LuizaCred, o setor de crédito da varejista, que oferecia uma série de produtos para concessão de crédito para os clientes da loja; entre eles o cartão de crédito do Magalu.
Curiosamente, a experiência profissional é um ponto de ligação entre as trajetórias das duas bilionárias self-mades do Brasil; Cristina Junqueira e Luiza Helena Trajano.
A EXPERIÊNCIA QUE AJUDOU NA IDEIA DO BANCO
Com bastante conhecimento do setor creditício, em 2012, Cris retornou para o Unibanco, também para trabalhar na divisão de cartões de crédito.
Porém, por lá ela testemunhou as dificuldades que existiam para a obtenção de crédito no Brasil, especialmente para pessoas de baixa renda. E como os bancos cobravam por cada micro serviço prestado ao consumidor, por mais simples que ele fosse.
Fatores que afastavam várias pessoas desse mercado e que gerava também grande insatisfação e descontentamento em grande parte da população.
Para completar, por ter trabalhado no setor de crédito tanto para uma varejista, quanto para um banco, ela percebeu que existiam uma série de práticas e políticas que poderiam ser melhoradas ou eliminadas; e que trariam muito mais clientes para o empregador.
Entretanto, as ideias e visões da futura empreendedora não foram aproveitadas pelo banco, que preferiu seguir com suas práticas já estabelecidas.
E foram essas divergências entre a visão tradicional e engessada do banco e a percepção de Cristina que deram origem a vários dos pilares do trabalho desenvolvido no Nubank pouco tempo depois.
Em entrevistas, a própria Cris revelou que além de não ser ouvida dentro do banco; por diversas vezes ela teve que tentar conquistar clientes que não tinham o menor interesse nos cartões oferecidos pelo banco. E da mesma forma, ela percebeu como as taxas e cláusulas eram abusivas; e que por conta delas, muitas vezes pessoas não queriam ou sequer podiam arcar com a manutenção de um cartão de crédito. Um problema que merecia atenção.
Outro problema latente e que é motivo de reclamação até hoje por parte dos clientes dos bancos tradicionais é que o serviço em geral é ruim. E era algo que ela também vislumbrava várias formas de melhorar.
Fatores que compunham uma extensa lista de problemas existente entre os clientes e os bancos tradicionais. Um rol que os bancos não davam importância, mas que podiam ser um prato cheio para uma empresa que estivesse disposta a resolvê-los.
A INICIATIVA NUBANK
Insatisfeita com as divergências no Unibanco, a trajetória de Cristina mudou quando em 2013, ela decidiu aceitar o convite para embarcar em um projeto vislumbrado pelo colombiano David Vélez, que havia migrado para o Brasil anos antes; e que havia percebido que existia uma enorme oportunidade no setor bancário brasileiro; graças as inúmeras deficiências dos bancos tradicionais.
Do convite, Cris passou a ser sócia do que viria a se tornar o Nubank; uma startup que começou em uma casa alugada na cidade de São Paulo, e que contou também com o americano Edward Wible como membro fundador; formando o trio que ficaria famoso anos depois.
No começo, a função de CEO ficou com David, a parte tecnológica com Edward; e coube a Cristina atuar principalmente no atendimento aos clientes; uma das chaves para o crescimento da empresa, que soube descomplicar o acesso ao crédito, ao tornar o contato com o banco fácil e acessível; diretamente no smartphone.
Em meio à criação do alicerce que tornou a empresa tão grande, Cristina conseguiu aliar outra característica que gera admiração de muitas pessoas, e especialmente de outras mulheres…
No mesmo da abertura do Nubank, a empreendedora ficou grávida e teve sua primeira filha. Segundo ela, a situação foi desafiadora, e além de ter trabalhado duro durante toda a gestação, ela teve que abdicar da licença-maternidade pelo projeto. Algo que ela não endossa, mas que afirma ter sido necessário; principalmente porque o empreendedorismo exige sacrifícios.
Pelo mesmo motivo, ela também chamou a atenção anos depois durante a segunda gestação, quando foi eleita uma das mulheres mais poderosas do Brasil pela Revista Forbes; momento em que ela também surpreendeu a muitos por posar grávida na capa da publicação.
Curiosamente, agora durante o IPO do Nubank, Cris também estava grávida e quebrou paradigmas ao mostrar que uma mulher pode conciliar os desafios da maternidade com a carreira profissional; e ter muito sucesso ao longo do caminho.
Ao longo de sua jornada, além de ter trabalhado ativamente na divulgação dos serviços do Nubank, Cristina se tornou talvez a voz mais ativa do Nubank no Brasil, principalmente pela sua participação em eventos, palestras e entrevistas nos principais canais do país.
Pela exposição, ela conquistou um papel extremamente relevante, principalmente como uma figura de liderança, e uma referência principalmente para outras mulheres.
Além disso, um dos espaços mais utilizados pela empreendedora é o seu Instagram, onde ela compartilha ensinamentos, e responde frequentemente a perguntas dos usuários. Sejam sobre o banco, sobre carreira ou até mesmo sobre seus gostos pessoais; dos quais se destacam o amor pela Disney e pela franquia Star Wars.
A grande exposição também fez com que seu nome estivesse envolvido em uma polêmica, após ela ter sido mal interpretada por uma colocação dita em uma entrevista no tradicional programa Roda Viva.
Enquanto muitas pessoas tentaram promover uma espécie de cancelamento contra a empreendedora, ela capitaneou um esforço do Nubank para recrutamento e capacitação de minorias que irão compor o time do banco nos próximos anos. Ação que foi bem recebida pelo público em geral.
Superada a polêmica, Cris Junqueira soube transformar as rusgas em um caminho de prosperidade, aproveitando a exposição gerada não só para alavancar a imagem do Nubank, mas também para sua própria figura; uma vez que ela se tornou uma das vozes mais importantes do país, não só pelos feitos como empreendedora, mas também por seu papel ativo nas redes sociais; o que faz dela uma das personalidades mais relevantes do Brasil.
E toda essa jornada foi coroada com o IPO do banco, que fez com que a participação da empreendedora no Nubank fosse avaliada em mais de 1 bilhão de dólares; ou mais de 6 bilhões de reais, segundo alguns veículos de imprensa. Tornando-a bilionária.
Um feito enorme, que a coloca não só entre os maiores empreendedores do Brasil, mas também no rol dos maiores empreendedores do mundo.
E se depender dela e do Nubank, há espaço para muito mais.
Será que há limites para a revolução roxa?
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