A MAIOR REDE DE PIZZARIAS DO MUNDO – A HISTÓRIA DA DOMINO’S

Mais de 1 milhão de pizzas entregues todos os dias.

85 países.

E uma reinvenção constante.

Esses são alguns dos elementos da Domino’s, uma das principais cadeias de restaurantes do mundo, e a maior do setor de Pizzarias.

Apesar de ter feito enorme sucesso com um produto associado à Itália, a Domino’s é uma empresa cem por cento americana.

Tudo começou em Junho de 1960 quando o jovem americano Tom Monaghan convenceu seu irmão James, a ser seu sócio para a aquisição de uma pequena pizzaria na cidade de Michigan, então chamada DomiNick’s.

O negócio também era tocado por dois irmãos, cujos nomes deram origem à nomenclatura: Dominique e Nick.

Para adquirirem o negócio, Tom e James acumularam cerca de 900 dólares, sendo 500 deles tomados de empréstimo em um banco.  Apesar de estarem na casa dos 20 anos na época, o ingresso dos dois no mundo empreendedor não era exatamente um sonho, mas sim, aparentemente a única oportunidade de terem uma vida melhor.

Anos antes, os irmãos foram colocados em um orfanato ainda crianças, quando a mãe optou por abandoná-los, depois que o marido faleceu. Assim, eles foram acolhidos por uma instituição religiosa até a vida adulta, quando tentaram prosperar através do estudo.

Porém, os dois não conseguiram êxito na vida escolar, e sem dinheiro para entrarem em uma Universidade, eles tiveram que ingressar cedo no mercado de trabalho.

Nesse tempo, Tom conseguiu ingressar na Marinha, onde passou cerca de 3 anos. Dispensado, ele conseguiu reunir uma certa quantia para tentar encontrar um rumo para sua vida. E nesse cenário, ele encontrou a pequena pizzaria a venda; onde enxergou a chance de ter um ofício.

Curiosamente, na oportunidade nenhum dos dois irmãos acreditava que o negócio lhes daria um grande futuro, mas eles viam naquele momento a oportunidade de dar um passo para que em pouco tempo tivessem a chance de agarrarem algo mais interessante. Dessa forma, James Monaghan se manteve no emprego que tinha até então, trabalhando no Correio local. E coube a Tom, tomar conta efetivamente do negócio.

Porém, se havia alguma ideia de que o negócio poderia ser tocado como algo secundário, essa ideia foi posta rapidamente por água abaixo. E, logo, os irmãos tiveram uma grande discussão sobre a http://passoapassoempreendedor.com.br/wp-content/uploads/2023/01/wang-chuanfu.jpgistração no restaurante; que só terminou depois que James aceitou vender sua parte no negócio em troca de um Fusca 1959, até então de propriedade de Tom.

A partir dali o negócio passava a ter um único dono. E James havia trocado uma possível participação milionária em um negócio que ganharia dezenas de países por um Fusca….

Sob o comando de Tom, o pequeno restaurante tentava sobreviver utilizando as receitas antigas e o mesmo método que lhe havia sido vendido. Porém, ele percebeu que se continuasse fazendo as mesmas coisas, não obteria resultados muito melhores.

Foi assim que ele passou a pesquisar toda e qualquer pizzaria que estivesse na região, com uma atenção grande para cada detalhe; desde a receita do molho, a espessura da massa e a quantidade de queijo e recheio de cada um dos concorrentes.

Desse modo, ele entendeu que se quisesse se destacar precisava de algo mais. Precisava de algo único e original.

Foi assim que ele desenvolveu uma nova receita de pizza, com um método próprio que faria com que ele conquistasse novos clientes e aumentasse o faturamento da pizzaria.

Entretanto, a loja original era muito pequena, e não havia dinheiro para mudar de móvel. E se ele quisesse ir mais longe, precisava bolar uma forma de alcançar mais clientes, sem ter de aumentar o espaço do restaurante.

Desse vislumbre surgiu uma ideia simples, mas que foi muito inovadora na época: o delivery de pizza.

Sem espaço para atender muitos clientes dentro do estabelecimento, a empresa poderia alcançar um número muito maior de pessoas se fosse capaz de entregar a pizza direto na residência delas. E além disso, a Pizza de Monaghan ganharia um grande diferencial que até então seus concorrentes não possuíam. A comodidade de ir diretamente ao cliente.

O diferencial pavimentou um caminho de grande sucesso para a loja, que logo ganhou mais 2 unidades na cidade nos anos seguintes.

Contudo, o empreendedor ainda estava insatisfeito com o nome do negócio; que segundo ele era pouco italiano. E desse incômodo, em 1965 surgiu o novo nome: Domino’s.

Que lhe soava mais agradável, mais italiano… pelo menos para seus ouvidos…. e que também significava Dominó. Jogo que deu origem ao logo da empresa, que ganhou três pontos em referência às 3 lojas existentes na criação do novo nome.

Surgia assim um dos maiores colossos do setor de restaurantes em todo o mundo. Um restaurante relativamente simples, mas que contava com um produto competente, um método muito bem definido de produção e um sistema de entregas pioneiro até então.

Elementos que colocaram os holofotes sobre a empresa, e que garantiram a padronização necessária para que a partir de 1967 a empresa se tornasse uma franquia; que cedia os direitos de uso da marca e de seus sistemas em troca de taxas e royalties, que engordavam geometricamente o caixa da empresa.

Se antes o restaurante conseguia atender várias pessoas sem aumentar proporcionalmente o seu espaço; a partir dali a empresa ganhava uma porcentagem sobre as pizzas que eram vendidas em outras localidades além da cidade de Michigan; e como se tratava de um negócio inovador para a época, as franquias se multiplicavam em alta velocidade; tornando a empresa um case de sucesso tão grande quanto outros negócios que ganhavam a América, tais como Mc Donald’s e KFC.

Mas, na mesma velocidade em que o negócio crescia, aumentava também a coragem de Tom Monaghan; ao ponto de abrir vários novos pontos de vendas com dinheiro da própria companhia, além dos diversos pontos que eram abertos junto aos fraqueados que se espalhavam pelos Estados Unidos.

Nesse contexto, em 1970, a empresa já contava com dezenas de unidades próprias e franqueadas. Só que enquanto aumentava seus pontos e suas vendas, a empresa também acumulava dívidas, e se alavancava constantemente na esperança de que em algum momento os investimentos se pagassem.

Para aumentar o rombo no caixa, três anos antes, a principal loja da rede, que servia como escritório e centro de distribuição de matéria prima para as franquias, pegou fogo. E o prejuízo não foi coberto pela seguradora.

Resultado: o incidente criou um novo rombo nas contas da empresa, que além do descontrole financeiro, também não contava com a sorte.

Para completar, enquanto a Domino’s crescia em lojas e principalmente no setor de Delivery, se fortalecia aquele que seria seu maior concorrente: o Pizza Hut.

As lojas Domino’s tinham um estilo voltado para refeições rápidas e para a entrega, já as lojas do concorrente se multiplicavam com um conceito voltado para a família e para o consumo dentro das unidades; o que aumentava o ticket médio gasto pelo consumidor.

E essa política diferente atraía um grande número de franqueados, que fez com que a rede se destacasse como um restaurante para a família; o que acabava tirando clientes da empresa de Monaghan.

Nesse cenário, a Domino’s precisava de algo novo para contornar os problemas. Primeiro, pois não havia dinheiro para aumentar ou modificar o estilo das lojas. Segundo, pois não era possível radicalizar o método com o qual a empresa trabalhava para acompanhar a concorrente.

O jeito então foi voltar o foco para o grande diferencial da empresa; e o que ela fazia de melhor: o delivery.

ENTREGA DE ATÉ 30 MINUTOS

Foi nesse momento que além da comodidade e do serviço já existente, foi adicionado um novo diferencial no produto: a entrega de até 30 minutos.

Começava ali uma campanha que duraria cerca de 2 décadas e que garantia que se a Pizza de uma loja Domino’s não chegasse no endereço do cliente em até 30 minutos, ele não pagaria pela comida.

A política era extremamente ousada, e fez com que toda a logística da empresa fosse repensada para oferecer um serviço extremamente rápido com o intuito de honrar a promessa e evitar o prejuízo.

Além disso, a partir da nova política a Domino’s não estava vendendo só Pizza, ela estava vendendo Tempo.

Afinal, o consumidor tinha ali a garantia de que teria seu alimento o mais rápido possível, algo que quase nenhum restaurante na época conseguia entregar, especialmente pelo delivery.

Se o Mc Donald’s, por exemplo, conseguia entregar o lanche em poucos minutos; até então ele estava restrito aos domínios de sua própria loja; e a Domino’s era a primeira grande rede a conseguir romper a barreira do estabelecimento; e ao mesmo tempo garantir a entrega rápida.

Outro motivo interessante e que ajudou a aumentar as vendas, é que muitas pessoas pediam a comida com a esperança de conseguir ao final dos 30 minutos que a comida fosse de graça; mas, com raras exceções, isso não acontecia.

A nova estratégia fez com que em poucos meses, a Domino’s se tornasse uma das principais expoentes do mercado americano, participando não só do dia a dia dos americanos, mas também de seu imaginário, através de propagandas e aparições em filmes e seriados, que firmaram a marca como um ícone da cultura pop e do próprio país americano.

Com novas perspectivas, a empresa também ganhou novos países, e a partir da década de 80, quando já contava com mais de 200 lojas nos EUA, a Domino’s abriu lojas no Canadá, em 1983 e na Inglaterra em 1985.

Na América do Sul, a rede chegou em 1988 desembarcando na Colômbia; já no Brasil chegou em 1993; sendo posteriormente operada pelo Grupo Trigo, dono da rede Spoleto, desde 2004.

Recentemente, a operação brasileira chegou a ser vendida para a divisão nacional do Burger King, mas o negócio foi desfeito meses depois.

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Por cerca de 30 anos, a empresa utilizou em todas as suas lojas exatamente a mesma estratégia: comercializava apenas 2 tamanhos de pizza e refrigerantes, normalmente da bandeira Coca-Cola.

O compromisso de entrega em até 30 minutos se manteve como uma política fixa até 1993, quando após uma série de problemas, foi descontinuado. Infelizmente, um dos problemas foi o grande número de acidentes envolvendo entregadores que lutavam contra o tempo.

VENDA DA EMPRESA

Apesar do sucesso, a estratégia não fez com que as contas do negócio ficassem totalmente saneadas, e havia muita pressão acerca da saúde do negócio, ao ponto de Tom Monaghan decidir vender a empresa para o fundo Bain Capital; que em 1998 pagou o valor de 1 bilhão de dólares por 93% das ações do negócio. Restando apenas 7 por cento para o fundador.

Após a venda, Monaghan se desligou da empresa e passou a realizar diversas obras filantrópicas, com doações para Universidades e principalmente para organizações católicas nos Estados Unidos. Ele também tentou emplacar uma franquia de hamburguer, mas o negócio durou apenas 7 anos, sem grande expressão.

Sob a nova http://passoapassoempreendedor.com.br/wp-content/uploads/2023/01/wang-chuanfu.jpgistração a empresa realizou diversas ações para cortar custos e sanear várias das dívidas antigas. Além disso, desde 2004, as ações da Domino’s Pizza são negociadas na bolsa de valores de Nova York.

CRISE E RECUPERAÇÃO

Porém, se de um lado a nova direção conseguiu sanear as finanças do negócio, em outra ponta as vendas despencaram. E o pior: despencaram porque o produto era ruim.

Para cortar custos e deixar a operação cada vez mais ágil, foram feitas diversas alterações na receita original que comprometeram o produto final; deixando o sabor insosso e sem graça.

Ou, com gosto de papelão.

Bom, pelo menos essa foi a definição mais frequente feita pelos próprios clientes da empresa, que foram convidados para reportar aos diretores do negócio, qual era a sua real opinião sobre o produto da pizzaria.

Nesse cenário, em uma ação inédita feita em 2009, a empresa filmou  e divulgou em rede nacional o relato sincero de clientes reais afirmando sobre o quão ruim era o produto da empresa na ocasião.

Os relatos eram tão assustadores e contundentes que somados às quedas nas vendas, não restava outra alternativa a não ser realizar uma reestruturação completa nos processos e principalmente na receita da pizza.

A partir desse problema, foram investidos milhares de dólares para se chegar a uma nova receita, com mais sabor e mais recheio. Que fosse capaz de agradar os consumidores, em especial os americanos; e que ao mesmo tempo garantisse uma boa margem e a padronização típica do negócio.

Mas, não foi só no campo dos alimentos que a empresa mudou.

Para conseguir atender o consumidor da melhor maneira possível e ao mesmo tempo ser uma empresa viável, a empresa recorreu à tecnologia para ir mais longe; e desde então, nos bastidores da empresa, uma rede moderna de softwares é utilizada para todos os setores do negócio.

A título de curiosidade, dos 800 funcionários que trabalham em sua sede, metade é direcionada somente para o novo setor de tecnologia.

O que faz pensar que ao longo do tempo, a Domino’s deixou de ser uma empresa de pizzas e passou a ser uma empresa de tecnologia que vende pizzas.

Com essa remodelagem, a empresa não só conseguiu reverter a queda nas vendas, como aumentou vertiginosamente o seu faturamento. Além disso, o sucesso também se reverteu em número de lojas, quando a partir de 2017, a marca se tornou a maior rede de pizzarias do mundo com mais de 16 mil lojas espalhadas pelo mundo.

Outra adição ao portfólio da empresa foi a opção de Pick-up, em que o cliente pode pedir a pizza através do site ou aplicativo da empresa e retirar o pedido em uma das lojas; modalidade que teve a rede como uma das pioneiras dentre as gigantes do mercado.

E graças a essa nova configuração a empresa continua inovando.

A título ilustrativo, é possível pedir uma Pizza em segundos através da aplicação Alexa; por enquanto somente nas lojas Domino’s localizadas em cidades nos EUA; bastando o cadastro prévio para a entrega e cobrança do pedido.

O mesmo acontece também com aplicações como Slack, Facebook Messenger e Google Home. Também há opção de pedir pelo Apple Watch e até pelas Smart TVs da Samsung.

E a empresa segue procurando formas de inovar, experimentando novas alternativas tanto para a criação de produtos, quanto para aplicações de venda e claro: de entregas.

Em um destes testes, em 2016, a empresa realizou a primeira entrega de pizza via drone do planeta, na Nova Zelândia, em parceria com a startup local Flirtey. Um ensaio dos planos de futuro da empresa. Além disso, há projetos para a entrega via carros autônomos em um futuro próximo. Tecnologia que poderá ser usada tanto pela empresa, como poderá ser licenciada para outras empresas.

Há décadas, a Domino’s é um enorme sucesso, mas mostra como a estabilidade não existe; e que é necessário a constante reinvenção para se manter sempre no topo.

E por conta de toda sua trajetória e de suas lições, a história da Domino’s é mais uma história que merece ser contada em nosso canal..

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