COMO JOBS MUDOU O MUNDO – O LEGADO DE STEVE JOBS – A HISTÓRIA DE STEVE JOBS – #05

O SURGIMENTO DA LENDA STEVE JOBS – PARTE 01

A QUEDA DE STEVE JOBS – PARTE 02

STEVE JOBS SEM A APPLE – A APPLE SEM STEVE JOBS – PARTE 03

A VOLTA DE STEVE JOBS – PARTE 04

A volta de Jobs mexeu com a Apple e deu a empresa um novo ânimo através do lançamento do iMac e pela engenharia financeira promovida através do acordo com a Microsoft.

Além do novo Mac, vieram novos produtos que fizeram a empresa sexy novamente como o Powemac G5 e o iBook. E com esses elementos, a Apple completava o quadrante estabelecido por Jobs, capitaneando o que foi chamado por muitos de segunda revolução do computador pessoal.

Mas, as coisas estavam longe da tranquilidade.

Primeiro, porque a Apple ainda tinha dificuldades financeiras, fruto de anos de má gestão e equívocos. E para completar, com a virada do ano, veio a chamada bolha das ponto com; o que resultou em uma crise gigantesca no mercado de tecnologia, e que levou boa parte das empresas e dos investidores que atuavam no setor.

Diante da desconfiança do mercado, a Apple começava a ter novos desafios, agora vindos do mundo externo.

Para completar, entusiastas e especialistas eram categóricos ao afirmar que o computador, tal como era conhecido na época, estava em seu fim, e que o horizonte não era dos mais propícios.

Diante dessas dificuldades, a Apple precisaria se reinventar, caso quisesse continuar viva.

Até então, o trabalho de Jobs havia sido responsável por um turn around intenso na empresa, que a tornou um símbolo novamente, só que ainda não havia motivo para euforia.

Oficializado como CEO, e não mais como interino, Jobs se via diante de um novo desafio. Na década de 70 ele havia criado o conceito de computador pessoal. Depois, popularizou as ideias de interface gráfica e sistema operacional. Contudo, agora era necessário algo mais.

Enquanto isso, novos eletrônicos estavam surgindo pelo mundo, como câmeras digitais e tocadores de MP3, e o computador ainda era um paralelo em relação aos demais.

Nesse contexto, Jobs e sua equipe passaram a trabalhar com um novo conceito em que o computador seria não só uma máquina avulsa, e sim o centro de um sistema que interligaria vários dispositivos. Dessa visão surgiu a ideia de Hub Digital.

O CONCEITO DE HUB DIGITAL

A partir dali o computador seria o ponto central que daria suporte e servia quase como uma base para os demais eletrônicos. Os dispositivos seriam usados no dia a dia e em qualquer lugar, e no final, seriam plugados no computador, onde seria possível realizar ações complementares ou essenciais para cada eletrônico.

Para dar corpo a ideia, foi lançado o novo sistema operacional da Apple, o OSX. Através dele, os usuários poderiam conectar seus dispositivos usando uma porta USB, algo que não foi inventado pela Apple, mas que foi popularizado por seus computadores antes dos demais, que ainda apostavam até mesmo no drive de disquete.

E a partir da conexão, os arquivos de cada eletrônico poderiam ser salvos e editados usando aplicações da própria Apple, que anos antes havia rompido com a Adobe que não aceitou fazer softwares exclusivos para o Mac.

Desse conceito, seria possível aproveitar alguns recursos como editor de áudio Garage Band e de vídeo iMovie, que davam a liberdade para o usuário produzir seus próprios filmes, slides e muito mais.

Outro componente importante foi o lançamento de um player de músicas, o iTunes. O sistema surgiu da aquisição da plataforma Soundwave, que foi modernizada e acoplada ao sistema da maçã.

Contudo, sabendo da limitação dos computadores, a Apple decidiu ir além, e passou a produzir o seu próprio MP3 Player. O projeto seria ousado e reuniria uma série de tecnologias. Para tanto, foram compradas empresas e patentes para garantir um produto revolucionário.

O SURGIMENTO DO IPOD

O design também foi criado pela equipe de Jonathan Ive, e definiu o novo padrão dos equipamentos da Apple.

O dispositivo seria totalmente fechado, e não poderia ser aberto e nem ter a bateria trocada, como era comum nos concorrentes da época.

Cada detalhe foi pensado para ter o máximo de sofisticação e ao mesmo tempo o máximo de simplicidade. E a simplicidade era levada em consideração em cada ponto. Tanto no layout do sistema, quanto na arquitetura do produto.

Tudo o que não era necessário havia sido removido.  Até mesmo o botão de ligar, cuja função foi compartilhada com o botão de menu.

O aparelho inicialmente teria uma única cor: branca. Assim como os fones de ouvido, que dessa forma seriam diferentes de todos os outros do mercado, que eram, em geral, pretos. O intuito era que o fone por si só fosse suficiente para que o aparelho fosse reconhecido a distância ou até mesmo se estivesse dentro do bolso do usuário.

Todo o projeto, assim como os posteriores, seguiu à risca o lema que Jobs ouviu de seu mentor, Mike Markulla, no início da Apple: ‘’que uma empresa de sucesso deve comunicar seu valor em tudo o que faz’’. E naquele aparelho não seria diferente.

Dessa construção, em outubro de 2001, surgiu o iPod. O player de música da Apple.

O nome veio da inspiração de uma estação espacial. Uma brincadeira com os veículos que deixavam uma base espacial para missões de exploração em solo, conhecidos como Pod. E remetia ao fato de que o player deveria se conectar com o computador para receber as músicas, reforçando o conceito de Hub Digital.

O aparelho não era o primeiro do gênero e talvez nem o melhor. E para completar, teria o preço de 399 dólares. Muito mais caro do que os concorrentes. Além disso, inicialmente, ele somente seria compatível com computadores da Apple; o que limitava muito a sua clientela.

Segundo Jobs, os produtos da Apple eram mais caros que os demais por conta da tecnologia envolvida e também por um desejo de que a satisfação do cliente fosse garantida através de um produto que realmente atendia as suas necessidades. E aquilo só era possível cobrando um preço aparentemente maior.

Ele ainda complementava, que nas mesmas condições de um produto Apple, os concorrentes seriam mais caros ainda. Mas essa é uma questão controversa.

Outro fator que pesava contra era o fato de o lançamento ocorrer apenas um mês depois do 11 de setembro.

Por conta destes fatores, muitos especialistas disseram que o invento seria um fracasso.

Apesar disso, o lançamento foi conduzido mais uma vez pelo próprio Jobs, em uma super apresentação. Nela, após explicar tudo o que o seu player fazia, Steve resumiu tudo com a frase ‘’mil músicas em seu bolso’’.

A frase colocava na cabeça das pessoas, em poucas palavras, o que era o novo aparelho. E assim, logo em seu lançamento, o iPod foi um sucesso absoluto. E colocava a Apple em um novo jogo, além dos computadores.

O sucesso foi tão grande que menos de seis meses depois foi lançada uma versão com o dobro de memória por 499 dólares. E mais uma vez, um grande sucesso.

O UNIFORME DE STEVE JOBS

Além de sua beleza, o aparelho tinha um sistema fácil e intuitivo. E pelo seu preço sabidamente mais caro, o dispositivo se tornou um objeto de status e de modernidade, que criou uma espécie de moda, principalmente entre os jovens.

O aparelho era diferente e descomplicado, e os seus compradores também queriam ter o mesmo estilo. Esse sentimento sedimentou as bases do sucesso dos produtos da Apple que viriam pela frente. E tudo vai ao encontro do que o autor Seth Godin chama de Tribos, em seu livro homônimo.

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