Larry Page é hoje dos homens mais ricos do mundo, e ao lado de seu amigo Sergey Brin, ele cofundou o Google, o buscador que deu origem ao Grupo Alphabet, uma holding com iniciativas literalmente de A à Z.
E em sua trajetória ele teve contato com empreendedores de sucesso, sendo, inclusive, pessoalmente mentorado por Steve Jobs. Porém, segundo ele, uma das maiores lições que ele teve, e que norteou sua jornada como empreendedor, foi a partir da vida de uma personalidade que ele não conheceu: Nikola Tesla.
Tesla talvez tenha sido o maior inventor de todos os tempos, mas ao longo de sua jornada como empresário ele acumulou uma série de fracassos. Além disso, nos últimos dias de sua vida, o inventor estava aparentemente falido e vivendo sozinho no Hotel New Yorker, em Nova York.
Aos 12 anos de idade, Page conheceu a fundo a trajetória de Tesla ao ler sua biografia, e logo percebeu que apesar de todos os feitos do sérvio, ele esbarrou em vários entraves; e não por falta de inteligência, ou porque suas invenções tinham problemas; e sim, porque ele não conseguia transformar as suas ideias em negócios que as tornassem viáveis.
Tesla tentou ser empresário algumas vezes na vida, e também se associou a outros empreendedores, como o industrial George Westinghouse. Graças à parceria com o magnata, Tesla foi o responsável por viabilizar a corrente alternada de energia em larga escala, mas, ele não conseguiu usufruir efetivamente dos louros da invenção; que foi amplamente utilizada pela empresa concorrente, a General Eletric; que tinha o banqueiro JP Morgan como principal acionista, e que foi fundada por Thomas Edison, inimigo do próprio Tesla.
Anos depois, Tesla até chegou a se associar à JP Morgan para viabilizar algumas ideias e invenções; mas em uma situação até hoje pouco explicada; a sociedade foi rompida, e segundo o inventor, sua vida foi destruída a partir dali, graças a influência e poder do banqueiro. O que se sabe, de certo, é que do encontro dos dois não foi gerado um negócio sustentável, o que fez com que Morgan deixasse Tesla.
A vida de Tesla trouxe uma lição importante para Larry Page, que é considerada uma regra de ouro: se eu dia ele tivesse um negócio, ele não poderia focar somente na invenção; ele precisava também ganhar dinheiro para o negócio sobreviver.
Em geral, boa parte dos inventores tem facilidade em gerar criar novas ferramentas e melhorias para seus inventos; mas, por vezes, eles ficam tão apaixonados pela invenção que esquecem de todo o resto. E esse problema é mais comum do que parece.
A título de exemplo, Steve Jobs ficou tão apaixonado por seus produtos durante a década de 80 que acabou amargando seguidos prejuízos; ao lançar computadores que eram muito caros e que o mercado não queria. E assim, ele criou máquinas inovadoras, mas que não davam retorno financeiro.
E por causa desse problema, ele foi afastado da Apple em 1985. E anos depois, quando fundou outra empresa, a Next, ele passou pelo mesmo problema, até entender como poderia aliar o melhor dos dois mundos.
Com esse pano de fundo, Larry Page sempre orientou suas iniciativas para que elas pudessem aliar inovação e sucesso financeiro. De forma sustentável, para que o caixa da empresa fosse capaz de viabilizar a empreitada, a inovação e melhorias contínuas.
Nos primeiros anos, o Google não era o melhor buscador, e nem o que mais possuía respostas. Ele também não foi o primeiro. Na época o mercado era comando pelo Altavista e pelo Yahoo.
Porém, o Altavista, que se tornou o maior do mercado, não entendeu como poderia viabilizar efetivamente o negócio, e deixou de existir em poucos anos. Já o Yahoo despendeu seus esforços para se tornar um portal de notícias, entre outras atividades.
Enquanto isso, o Google passou a ganhar espaço como buscar quando entendeu que poderia veicular publicidade de forma específica de acordo com as buscas dos usuários e seu perfil de acesso. E com ajuda de ferramentas como Google Ads e Adwords, a plataforma se tornou amplamente lucrativa; o que permitiu que outras iniciativas fossem lançadas nos anos seguintes como Gmail, Google Maps, Google Drive, entre outras.
Segundo Page, toda e qualquer iniciativa criada dentro da empresa deve levar em conta o aspecto financeiro. Se um projeto não se sustenta no longo prazo, ele é reimaginado, reescalado ou até mesmo eliminado, de forma permanente ou temporária; como foi o caso do Google Glass.
E ele completa:
‘’Invenção não é o suficiente. Nikola Tesla inventou a energia elétrica que usamos, mas foi difícil levar isso para as pessoas. Você precisa combinar duas coisas: invenção e foco em inovação com uma companhia que comercializa os produtos e o faz chegar às pessoas”,
Posto isto, é importante entender que um negócio funciona de forma balanceada e que tão importante quanto criar bons produtos, é necessário manter a saúde financeira do negócio; não só para ele sobreviver, mas também para garantir que as ideias tomem vida de fato e sejam capazes de chegar até as pessoas.
Não basta ser o melhor ou o primeiro.
O Google não foi o primeiro, e nem era o melhor; mas foi aquele que melhor se adaptou ao mercado. E o trabalho do empreendedor é encontrar esse equilíbrio. E para isso, a lição de Tesla e a regra de ouro de Page nunca devem ser esquecidas.
E para você qual é a regra de ouro de um negócio? Compartilhe conosco nos comentários.
Esse conteúdo foi baseado em uma reportagem do portal Startse.
Lembrando que ……
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