É fato que os Bilionários tem um pensamento diferente da maioria; e muitas vezes, os bilhões são a consequência de uma mentalidade específica que norteia os esforços desses empreendedores ao longo de suas jornadas.
É claro que os bilhões são resultado de um número expressivo de vendas e uma soma de fatores técnicos e financeiros; mas o combustível que impulsiona tudo isso é uma gestão específica. Uma gestão voltada para o Equity.
Ao invés de pensarem apenas na geração de lucro imediato, os bilionários em geral têm uma visão de longo prazo que está voltada a criação de patrimônio robusto, e que poderá ser alcançado após anos de investimento e reinvestimento na própria empresa.
Para a maioria dos empresários, uma empresa deve se preocupar em gerar lucros para torna-lo rico em um curto período de tempo.
Por conta desse pensamento, o que a maioria dos empresários faz?
– Retira todo o lucro de seus negócios e transfere para a pessoa física.
Ou seja, os lucros da empresa são uma forma de se aumentar o patrimônio do empresário como pessoa física.
Dessa maneira, é normal que os empresários que alcancem seus primeiros resultados de sucesso usem os lucros que receberam para comprarem carros importados e mansões.
E não há nada de errado nisso.
Mas, os bilionários pensam diferente.
Eles pensam em usar os lucros da empresa como uma forma de fazer aumentar o patrimônio da própria empresa. Eles pensam na criação de Equity.
E afinal de contas, o que é o Equity?
A expressão que vêm da língua inglesa, quer dizer capital, patrimônio e é utilizada também para denominar a participação acionária em uma empresa.
Em resumo, o Equity é a representação do valor da empresa. O quanto ela vale.
E como se calcula o valor de uma companhia?
Para responder essa pergunta, uma série de elementos devem ser avaliados.
– Um dos diversos elementos analisados é o EBITDA, uma sigla que quer dizer ‘’Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization’’.
Ou em tradução livre: Ganhos antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização.
Ou seja, o EBITDA reflete o ganho da empresa em um ano financeiro após descontar de seu faturamento os custos e despesas correntes; e antes do desconto de juros, impostos, da depreciação de bens e equipamentos e da amortização de dívidas.
Quando calculado o EBITDA da empresa é possível enxergar qual é o andamento de uma companhia. E quando se analisa também os exercícios anteriores, comparando os balanços de cada ano da companhia é possível também entender e analisar o histórico da companhia; ou seja, se ela está crescendo muito, pouco, ou se está estabilizada em um platô.
E assim, ter a resposta se de fato é uma empresa sólida e que pode continuar saudável.
Com base nessa métrica, é possível ter uma ideia de como deve ser o futuro desta empresa, através de uma projeção de faturamento futuro.
Se uma empresa dobrou de tamanho ano após ano, a tendência é que ela mantenha ou aumente esse crescimento nos anos posteriores.
No caso das empresas chamadas exponenciais, elas conseguem crescer de forma exponencial, e não de forma linear ou geométrica como as empresas tradicionais, e por isso elas são extremamente valiosas;
E em geral, quando se faz um cálculo sobre o EBITDA, o valor do cálculo do equity considera de 8 a 10 anos de faturamento futuro.
Ou seja, se uma empresa alcança um EBITDA de 1 milhão no exercício presente, o seu valor pode ser de 8 ou 10 milhões.
Outro fator que pode ser considerado no cálculo do equity é o patrimônio físico das empresas, como a propriedade de imóveis e equipamentos.
No caso de empresas baseadas em tecnologia, como o Instagram, por exemplo; foram avaliados itens como a velocidade com a qual a empresa crescia, e o seu potencial de crescimento no momento de sua venda. Com base nessa avaliação de futuro, o Facebook gastou um Bilhão de Dólares para garantir a compra do aplicativo em 2012.
– Em alguns casos, é analisado também qual pode ser o futuro da empresa baseado em seu ritmo de crescimento; bem como o tamanho de seu mercado, e qual fatia esta empresa ocupa.
E por conta disso, empresas como Tesla tem uma valorização tão grande; já que os investidores acreditam que no futuro a empresa vai dominar o mercado em que atua; já que hoje ela é a principal montadora de carros elétricos do mundo, e a que tem uma tecnologia mais avançada de carros autônomos. Duas tendências que devem ser a regra em um futuro próximo.
E na visão dos investidores, quando outras montadoras tiverem tecnologia semelhante à da empresa de Elon Musk, não haverá mais tempo para competir com a Tesla, que será a principal e maior montadora do planeta.
Nesse sentido, considerando fatores como potencial e velocidade de crescimento, possível crescimento futuro, patrimônio físico e também o EBITDA, o cálculo do preço de uma companhia pode se dar de diferentes formas; mas de todo modo, indica a possibilidade da compra do Equity. Mostrando mais uma vez a importância do tema.
Mas como ter uma gestão voltada para o Equity?
Em geral, uma gestão focada no Equity é uma gestão voltada para o longo prazo. Nesse caso, os lucros obtidos, ou a maior parte deles, são reinvestidos na própria empresa com o intuito de aumentar ainda mais o seu patrimônio e faturamento.
Ou seja, se uma empresa tem um faturamento X gerado por uma produção com duas máquinas; o objetivo é usar os lucros para aumentar o número de máquinas e posteriormente aumentar o faturamento, e assim por diante.
Normalmente, os empresários utilizam o lucro imediato para seu próprio benefício; consolidando a ideia de Dono Rico e Empesa Pobre. Por outro lado, em uma gestão voltada para o Equity é a ideia de Empresa Rica e Dono Pobre.
Ou seja, o empresário sacrifica o prazer no presente para criar um negócio que um dia pode trazer para ele um conforto imensamente maior.
E por que algumas empresas têm alto valor de mercado, mas só operam com prejuízo?
Várias empresas operam durante anos com prejuízo, sobrevivendo apenas do aporte recorrente de investidores. E, por que alguns investidores investem em empresas que nunca deram lucro?
A ideia é que em um futuro próximo, as empresas que amargam prejuízos por muitos anos sejam capazes de dominarem o mercado em que atuam; já que ainda que elas operem no vermelho, elas continuam aumentando a sua base de cliente de forma consistente e exponencial. E por conta disso, o valor de mercado dessas empresas considera a projeção de 10 ou 15 anos para frente.
Isso explica o caso de várias startups e fintechs que nunca tiveram lucro como o caso da Uber e do Nubank. Ou então, empresas que sobrevivam após anos seguidos de prejuízo, como o iFood.
No exemplo da Uber, a ideia é que a empresa não apenas domine o mercado de caronas remuneradas, mas também que ela consiga dominar o mercado de transporte como um todo.
Hoje, a empresa opera com motoristas parceiros que utilizam seus próprios carros. Mas, a empresa já vislumbra que em um futuro próximo seja possível eliminar os motoristas humanos; de forma que a empresa opere apenas através de carros autônomos; eliminando parte do custo da operação, possibilitando um imenso lucro no futuro que possa compensar os prejuízos presentes.
Porém, nesses casos, há um risco tão grande quanto os possíveis retornos sobre os investimentos, já que a previsão pode não se confirmar.
E como aumentar ainda mais o Equity da Empresa?
Essa ideia como um todo responde também uma pergunta comum:
Por que algumas empresas são compradas?
A compra de uma empresa pode ter alguns significados.
-Primeiro, pode ser para controlar um concorrente.
-Segundo, para conquistar um novo mercado.
-Terceiro, para melhorar a própria empresa, com o compartilhamento de tecnologias, equipamentos, profissionais e know-how.
Mas, o principal deles também está relacionado ao Equity.
Antes de entrar a fundo, é importante usar o mesmo exemplo:
EXEMPLO – FACEBOOK
O Facebook já era a maior rede social do mundo quando decidiu comprar o Instagram, uma rede que crescia muito em 2012.
o Instagram e o Facebook, a compra da rede social de fotos deu ao Facebook a possibilidade de criar um Equity muito maior do que sozinha.
Ao adquirir o Instagram, o Facebook conseguiu integrar a sua plataforma com a rede social; e com seus recursos, levou o Instagram a uma valorização cem vezes maior em poucos anos.
Essa valorização foi possível graças aos recursos do Facebook; mas ao mesmo tempo, a tecnologia e o know-how do Instagram também foram importantes para o Facebook; e as duas empresas aumentaram vertiginosamente de valor.
Na época, o valor foi considerado extremamente exagerado. Principalmente, pois na ocasião a rede social quase não tinha faturamento e estava acumulando prejuízos recorrentes.
Porém, em 2018, um estudo da Agência Bloomberg avaliou a rede social em mais de 100 bilhões de dólares. Mostrando que a rede social foi, na verdade, uma pechincha.
Ainda, para a Agência, a rede continuará crescendo, e terá mais de 2 bilhões de usuários até 2023. O que vai aumentar ainda mais o equity do Facebook como um todo.
Ou seja, o valor final da equação não é o valor do Facebook mais o valor da compra do Instagram, e sim um valor muito maior.
Logo, a integração entre Facebook e Instagram foi capaz não só de encorpar o patrimônio do Grupo Facebook, mas também fez com que a empresa, junto aos seus recursos, transformasse o Instagram e a si mesmo; resultando em uma equação em que a soma dos dois negócios reunidos fosse maior do que a soma dos dois negócios individualmente.
Ou trocando em miúdos, é como se fosse possível dizer que 1+1 é igual a 3.
EXEMPLO – AMAZON
Na mesma linha, em 2009, a Amazon adquiriu uma das maiores varejistas de calçados do mundo, a Zappos, por 1 bilhão de dólares. A aquisição trouxe para a Amazon um dos melhores serviços de atendimento ao cliente e logística do mercado, que ajudou a Amazon não só a vender calçados, mas também todo tipo de produto; o que fez com que o valor de mercado da Amazon disparasse nos anos seguintes.
EXEMPLO – APPLE
Em 2014, a Apple comprou a Beats, uma fabricante de eletrônicos que tinha também um sistema de streaming de músicas. Com a aquisição, a Apple pôde melhorar a qualidade de seus dispositivos de áudio e a tecnologia que possibilitou o lançamento de seu próprio streaming de músicas, o Apple Music, que trouxe enorme retorno para a companhia. E por consequência também aumentou o seu valor de mercado.
Da mesma forma, algumas empresas realizam uma fusão, como foi o caso de conglomerados como a Ambev que se fundiu com a belga Interbrew, formando a Inbev. A operação fez com que a valorização das duas juntas fosse muito maior do que a soma do valor de cada uma das duas separadas.
E a palavra que responde a pergunta inicial é Sinergia.
Reunidas, as duas empresas saem ganhando e podem realizar as mesmas funções que já realizam de forma mais lucrativa quando reunidas, e também podem somar seus recursos para criarem uma força ainda maior e mais lucrativa.
No mundo dos negócios, uma empresa que está voltada ao Equity sabe que a compra de uma empresa semelhante ou correlacionada pode significar não só um aumento de sua rede, faturamento e lucro; mas também uma forma de aumentar o Equity de sua própria empresa.
Ou seja, uma forma de fazer com que essa empresa valha muito mais do que antes da aquisição. Muito mais do que a soma do valor da empresa antes da compra e da empresa que foi comprada.
Certo.
Mas e como e quando o dono da empresa poderá ficar rico?
A resposta é através de eventos de liquidez, que ocorrem com a venda de parte ou da totalidade da empresa.
A título de exemplo, alguns dos bilionários que figuram nas principais listas como Bloomberg e Forbes, negociam parte de suas empresas através da venda de ações na bolsa de valores, um tipo de evento de liquidez. Já outros, venderam a totalidade de suas participações em suas empresas, e assim, se tornam bilionários; como ocorreu com Flávio Augusto da Silva depois que ele vendeu a WiseUp em 2011, e com Carlos Wizard Martins, quando vendeu a Wizard por mais de 3 bilhões de reais na mesma época.
Diante de todos estes exemplos fica a pergunta:
E você, qual mentalidade deseja seguir?
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