A HISTÓRIA DO IFOOD

O Ifood é responsável por transformar não só a maneira como pedimos comida, mas também influenciar a vida de milhares de empreendedores, trabalhadores e pessoas de todo o Brasil.

Tudo começou com a reunião de quatro jovens que estavam decididos a mudar a forma como o Brasileiro fazia um pedido de comida: Patrick Sigrist, Eduardo Baer, Guilherme Bonifácio e Felipe Fioravante.

A união dos quatro se deu a partir daquele que foi o negócio que pode ser considerado uma espécie de pai do Ifood: o Disk Cook.

Fundado por Patrick Sigrist em 1997, o empreendimento funcionava na cidade de São Paulo como uma espécie de call center que era especializado em assessorar pequenos negócios que queriam realizar entregas em domicílio, mas não dispunham da estrutura adequada para tanto.

Através do negócio, clientes podiam realizar seus pedidos pelo telefone, cabendo ao Disk Cook repassar os dados do pedido para o restaurante parceiro.

Dessa essência, o Disk Cook se tornou um catálogo impresso cheio de números de telefones e que possuía uma série de restaurantes parceiros em seu portfólio.

Porém, ao longo do tempo a empresa cresceu e passou a enfrentar as dificuldades que eram típicas do sistema por telefone, que iam desde a demora das ligações, até os problemas com sinal, endereços mal anotados, entre outros problemas que eram recorrentes nesse tipo de negociação.

Em busca de mão de obra qualificada, Sigrist contratou Baer, Bonifácio e Fioravante como funcionários, em busca de tornar a empresa maior e melhor. Cada um dos escolhidos trazia diversas habilidades cujo fundador não possuía; fruto também das diferentes influencias que cada um recebeu ao longo da vida profissional.

A título de exemplo, Guilherme Bonifácio era consultor da AB Inbev antes de aceitar fazer parte da empreitada, e trouxe diversas melhorias para os processos da empresa.

Porém, a entrada dos três requereu também a cessão de porcentagens do negócio, tornando cada um deles também dono de parte da empreitada.

Reunidos, os empreendedores buscavam uma forma de tornar o negócio mais rápido, escalável e com uma melhor experiência para o cliente.

Nessa busca, no ano de 2011, houve o entendimento de que em pouco tempo os pedidos por telefone cairiam em desuso; e que as chances de sucesso e sobrevivência para a empresa estariam na Internet.

Dessa visão, surgiu o embrião do que se tornou o Ifood, uma solução digital para se pedir comida, que ganhou vida própria e se tornou uma startup.

No começo, a plataforma era apenas um site que estava voltado praticamente para os pedidos feitos pelo computador. Até então, o uso de smartphones era restrito a apenas alguns grupos específicos de consumidores, e o grosso dos pedidos vinha através do website.

Nos primeiros meses, 80 por cento dos pedidos eram feitos pelo computador. Mas, ainda assim o negócio foi um enorme sucesso, conquistando mais de 600 restaurantes parceiros e mais de 16 mil pedidos nos primeiros seis meses de operação.

O modelo de negócio era simples: o Ifood agiria como intermediador dos pedidos, facilitando bastante a vida dos Restaurantes.

A solução era capaz de receber e proceder diversos pedidos ao mesmo tempo através de um software. O que hoje parece simples, na época era uma verdadeira revolução, já que a absoluta maioria dos restaurantes era dependente de uma linha de telefone; que além de conseguir receber apenas um pedido por vez, demandava um funcionário especializado em atender telefones e anotar pedidos.

Ou seja, o Ifood na prática significava para o restaurante mais pedidos em menos tempo e também a eliminação da necessidade de se ter um funcionário apenas por conta do telefone.

Para realizar o serviço, a plataforma cobrava uma comissão dos restaurantes por cada pedido feito em seu sistema.

Em um primeiro momento, a comissão poderia até ser vista como exagerada, mas o serviço da então startup era capaz de eliminar custos fixos com encargos trabalhistas e ao mesmo tempo era capaz de aumentar o número de vendas do estabelecimento.

Para completar, o sistema oferecia uma facilidade grande para os clientes que podiam pedir a comida que desejavam de imediato, bastando apenas acessar o site e efetuar o pedido; sem ter que esperar por vários minutos para ser atendido, ou ter que explicar várias vezes o seu próprio endereço pelo telefone.

Dessa forma, ao final da equação havia um jogo de ganha-ganha em que todos os envolvidos eram amplamente beneficiados.

Em pouco tempo, o modelo de negócio se provou viável, lucrativo e escalável. E o melhor, a escalabilidade era exponencial;

Enquanto em um negócio tradicional, para crescer é necessário também aumentar os custos fixos; no caso da startup era possível crescer de modo que a plataforma podia aumentar seu número de usuários de forma indefinida, enquanto os seus custos não aumentavam na mesma proporção, se mantendo consideravelmente baixos.

Dessa forma, era possível crescer o negócio de forma rápida e consistente, mas era necessário também ter o combustível necessário para alimentar esse crescimento.

Com esse alicerce, o Ifood recebeu sua primeira rodada de investimentos no valor de 3.1 milhões de reais. O valor foi aportado pelo fundo de venture capital Warehouse.

Com a injeção de capital, o Ifood mirou um concorrente que também começava a se destacar, o Restaurante Web.

E o primeiro passo para ganhar o mercado nacional foi a criação de um aplicativo para Iphone, lançado em 2012.  O aplicativo colocava o sistema na mão dos usuários e poderia ser pedido de diversos locais através de um sistema de geolocalização.

A empreitada foi um enorme sucesso, e graças a popularização dos smartphones no Brasil, a plataforma também ganhou uma versão para Android; e aos poucos fez uma inversão completa de sua base de acessos, se tornando essencialmente acessada através de um celular.

Com a velocidade e a dinâmica crescente dos smartphones, o Ifood se tornou uma das funcionalidades mais buscadas pelos jovens e passou a chamar a atenção de investidores de peso, como a Movile; empresa especializada em negócios digitais, líder na América Latina em seu segmento, e que viu na empresa a oportunidade de conquistar o mercado brasileiro.

Diante dessa visão, a Móvile decidiu aportar mais de 5 milhões de dólares para impulsionar o negócio, diversificando as formas de crescimento da empresa e também os seus pontos de vendas.

Além do aporte, a multinacional passaria a tomar conta da empresa, colocando sua gestão e know-how ao longo dos processos da startup.

Com mais capital, o Ifood passou a apostar nas principais capitais do Brasil. Além da atração de novos clientes, houve o crescimento através da fusão e aquisição de concorrentes menores que tinham penetração local nos novos pontos de vendas que o Ifood visava atingir.

Nessa empreitada, o Ifood adquiriu soluções como o Hello Food, Central do Delivery e também anunciou em 2015 a fusão com sua principal concorrente na época, o Restaurante Web, controlado pela multinacional Just Eat.

Com esse misto de ações, a empresa atingiu o feito de 1 milhão de pedidos ao mês, também em 2015.

Além de investir em tecnologia e estruturas física e digital, a empresa também passou a apostar alto na veiculação de campanhas publicitárias que contavam com a participação de famosos, como o humorista Fábio Porchat; que se tornou uma espécie de garoto propaganda da empresa, que pegava carona no sucesso crescente do Porta dos Fundos.

Ao longo dos anos, o Ifood também sofreu com a chegada e ascensão de concorrentes nacionais e internacionais. Entre eles, estava o Pedidos Já, que tinha forte atuação nos países latino-americanos, e que em 2018 foi adquirido pelo Ifood, aumentando também a capilaridade do Ifood para os países vizinhos.

Em paralelo, além de intermediar pedidos de comida, o Ifood também passou a dominar várias partes do processo como um todo.

Dessa maneira, foram feitos investimentos significativos em tecnologia para segurança do usuário e processamento dos dados de pagamento, que culminaram com a criação do próprio sistema de pagamento do aplicativo.

Além disso, foi feito um grande investimento em logística para entrega.

Inicialmente o aplicativo era apenas um intermediador de pedidos, e a entrega da comida era executada pelos restaurantes. Porém, ao longo dos anos, foi implementado um sistema de entregadores parceiros que são profissionais terceirizados que podem realizar a entrega se for de interesse do restaurante parceiro.

Para atingir o objetivo de contar com entregadores parceiros, o Ifood adquiriu a startup Ráppido em 2018. A empresa era especializada em conectar entregadores parceiros às empresas que tivessem a necessidade de fazer entregas. Curiosamente, a empresa também teve como um de seus fundadores, Guilherme Bonifácio.

Encorpado com diversos recursos, o Ifood se tornou um colosso em seu ramo e passou não só a exercer um papel mercadológico, mas também social no cenário brasileiro.

No campo do empreendedorismo, o Ifood é hoje um dos principais parceiros de milhares de restaurantes, sendo uma das formas mais fáceis para um negócio começar um sistema de delivery.

Graças a estrutura da plataforma, vários restaurantes conseguiram implementar sistemas eficientes de delivery, atingindo novos consumidores e também atendendo a clientes fieis que não podiam ou não queriam se deslocar até o estabelecimento.

Em outra ponta, o sistema também surgiu como um trampolim para vários micros negócios que podem vender na plataforma mesmo tendo estruturas extremamente enxutas,; podendo até mesmo atuar de forma solitária em sua própria residência; utilizando o cadastro de microempreendedor individual.

Esses alicerces foram também extremamente importantes durante a recente crise em que estamos vivendo e que obrigou a digitalização de milhares de negócios de alimentação em todo o país.

Da mesma maneira, a plataforma também possibilitou o ingresso de milhares de entregadores que podem prestar o serviço de entrega utilizando diferentes veículos, recebendo uma remuneração por entrega realizada.

Tal fato, faz com que o Ifood seja responsável por milhares de postos de trabalho no Brasil, auxiliando autônomos de todo o país, com uma barra de entrada muito baixa.

Porém, apesar de ser um fator importante de transformação em diferentes esferas, a plataforma também recebe críticas de seus parceiros.

Para alguns restaurantes as regras e as taxas cobradas pela plataforma são abusivas, já que podem levar até pouco mais de um terço do valor dos pedidos.

Já alguns entregadores reclamam que o valor pago por entrega é muito pequeno.

Um número menor de entregadores pleiteia até mesmo o reconhecimento de vínculo trabalhista com a empresa. O que na prática aumentaria imensamente os custos da empresa.

Essas reclamações geram discussões que envolvem lideranças e políticos, e estão sendo replicadas em todo o mundo acerca de negócios semelhantes.

Em contrapartida, o Ifood afirma que atualmente opera com prejuízo, já que todos os seus recursos são reinvestidos na plataforma para aumentar a sua capilaridade e também as funcionalidades de seu sistema; uma vez que os investimentos são superiores ao valor que é recebido por meio das operações que são realizadas através dele.

Para a empresa, o prejuízo momentâneo é o alicerce para um crescimento ainda maior, que no futuro sedimentará uma plataforma ainda mais moderna e inovadora.

Em virtude desse comprometimento, a empresa anunciou a aquisição da Hokima, startup que integrará um sistema de inteligência artificial para o Ifood.

De todo forma, hoje o Ifood é o principal player do mercado de entregas, sendo o responsável por larga maioria do mercado que conta também com concorrentes relevantes como Uber, 99 e Rappi.

Ao todo, são feitos mais de 20 milhões de entregas por mês segundo a plataforma. Além disso, a solução está presente também na Argentina, na Colômbia e no México.

E por conta de todos estes feitos, o Ifood é hoje uma das empresas mais importantes do mundo e é mais uma história de sucesso que merece ser contada em nosso canal.

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