A HISTÓRIA DA TRAMONTINA

Um dos orgulhos do Brasil, a Tramontina é uma empresa reconhecida mundialmente e seus itens fazem parte da residência de milhões de pessoas.

Tudo começou em 1911, na cidade de Carlos Barbosa no Rio Grande do Sul; por lá, Valentin Tramontina começou uma pequena oficina para reparos e para forjar canivetes.

Filho de imigrantes italianos, Valentim nasceu em 17 de julho de 1893, na vila de Santa Bárbara, nas proximidades da cidade de Bento Gonçalves, também no Rio Grande. Ele trabalhou alguns anos em sua oficina prestando pequenos serviços até ter que interromper a atividade para servir ao exército, em razão do período obrigatório.

Ao longo das últimas décadas foram criadas várias estórias em torno do fundador da empresa; que são amplamente usadas em palestras Brasil afora.

O PORTEIRO DO PUTEIRO – O PORTEIRO DO PROSTÍBULO

Em algumas delas é descrito que ele era analfabeto e havia tido uma experiência como porteiro de uma casa de tolerância. Porém, não há relatos confiáveis que atestem a veracidade destes fatos. Na mesma linha, a empresa também nunca confirmou ou indicou algo que corroborasse com o relato.

O que se sabe é que Valentim, após retornar do serviço militar, transformou a oficina em um pequeno negócio de prestação de serviços de ferragem. Pouco tempo depois, ele se casou com Elisa de Cecco, que receberia o seu sobrenome e seria uma figura extremamente importante no futuro do negócio.

Até então, a oficina se limitava a serviços simples como consertos em indústrias da região e a forja de ferraduras para cavalos e a fabricação de canivetes artesanais, que receberam o nome de Santa Bárbara. Além do fundador, o negócio contava com outras cinco pessoas.

Porém, foi a partir de 1932 que a empresa começou a tomar corpo como uma fabricante de utensílios; quando foram criadas as primeiras facas da empresa, forjadas a partir de sucatas. A ideia de forjar as facas veio depois que a ferraria prestou um serviço de reparação de facas que foram danificadas em uma empresa de Porto Alegre.

A partir dali, aos poucos a então ferraria ia deixando de prestar serviços e focava apenas na produção dos itens que ganhavam escalas e eram vendidos em quantidades cada vez maiores.

Contudo, 7 anos depois da virada que transformou a ferraria em uma fábrica propriamente dita, Valentin Tramontina faleceu, com apenas 46 anos de idade, deixando 3 filhos homens.

Nesse momento, o negócio passou a ser tocado por sua esposa, Elisa Tramontina que é considerada a principal responsável por transformar a pequena fábrica em um negócio robusto que ganharia o Brasil anos depois.

ELISA TRAMONTINA

Sua primeira atitude foi ampliar o raio de atuação do negócio, que até então era praticamente artesanal. Foi ela, pessoalmente, quem negociou parcerias para que os produtos da ferraria fossem vendidos na capital Porto Alegre e também em outras cidades próximas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto as pessoas estavam assustadas, Elisa Tramontina decidiu modernizar o negócio e usou suas economias para investir fortemente na empresa a fim de que o trabalho humano fosse substituído e ampliado através da aquisição de máquinas modernas que multiplicaram a capacidade produtiva do negócio; adquirindo assim as primeira prensas e talhadeiras da empresa.

Em 1949 a empresa contratou Ruy José Scomazzon, um jovem estudante de Economia que trouxe novas habilidades para o negócio. Até então, a empresa era tocada de forma simplificada e de certo modo até rústica, já que era reflexo da visão de sua comandante, que aprendeu na prática a como tocar o negócio.

Scomazzon foi o responsável por introduzir modernas técnicas de http://passoapassoempreendedor.com.br/wp-content/uploads/2023/01/wang-chuanfu.jpgistração que trouxeram organização para a empresa e fizeram com que o negócio pudesse ganhar novos horizontes, maximizando a produção.

Graças a seu trabalho, o jovem passou a fazer parte do corpo societário do negócio que contava também com o filho mais velho de Valentim, Ivo Tramontina; que se tornaria a principal personalidade do negócio nos anos seguintes.

IVO TRAMONTINA

Foi assim que na década de 50 a empresa já contava com mais de 30 funcionários na fábrica e uma série de representantes que viajavam por várias cidades negociando parcerias em troca de comissão.

Até então, o canivete era o carro-chefe da empresa, mas com o passar dos anos as facas também ganharam destaque; e, em conjunto, foi criada uma linha de ferramentas agrícolas. Simultaneamente, a empresa também apostou na introdução do método de laminação do aço que possibilitou um salto produtivo enorme.

Com bases sólidas e organizadas a Tramontina se consolidava fortemente na região Sul do Brasil e em 1961 se tornou uma Sociedade Anônima.

Infelizmente, no mesmo ano, Elisa Tramontina faleceu.

A empreendedora é reconhecida até hoje como uma figura forte e pioneira, e responsável não só pela sobrevivência da empresa após a morte do fundador, mas também por transformá-la em uma empresa de porte nacional.

EXPANSÃO INTERNACIONAL – DOMÍNIO NACIONAL

Nos anos seguintes, além de aumentar o mix de produtos, a empresa também ampliou seu mercado consumidor, atuando em duas frentes.

Primeiro, a empresa chegou no estado da Bahia, e anos depois partiu também para a exportação, enviando suas primeiras levas para o Chile em 1966.

Os novos raios de atuação indicaram novos caminhos e necessidades, e então, aos poucos foram introduzidos outros produtos em seu portfólio, como ferramentas, serras, alicates, espetos, talheres e até panelas.

Atendendo a diferentes mercados, a Tramontina firmou e replicou recorrentemente um método de operação consolidado que a fez crescer bastante nas décadas seguintes. Além de um foco muito grande na padronização e na qualidade dos produtos, a Tramontina soube atuar simultaneamente tanto no mercado nacional, quanto no mercado internacional, o que fez com que os negócios pudessem sobreviver mesmo durante a instabilidade da economia brasileira.

Enquanto o Brasil sofria com a inflação durante a década de 80, a Tramontina inaugurou uma subsidiária na cidade de Houston, no Texas, EUA; o que possibilitou a sua entrada no mercado americano e consolidou um novo polo de distribuição que permitia que a empresa navegasse em um mercado mais previsível, e o melhor, faturasse em dólar.

A aposta no mercado internacional solidificou a Tramontina como uma empresa multinacional que passou a atuar também na Europa, começando pela Alemanha, a partir da década de 90, e também no Oriente Médio, a partir dos anos 2000.

Durante a expansão, a Tramontina se manteve como uma empresa familiar, e se mantém até hoje. Desde 1992, a empresa é tocada por Clóvis Tramontina, neto do fundador e filho de Ivo.

CLÓVIS TRAMONTINA

Clóvis é conhecido como o responsável por introduzir um marketing poderoso na empresa, capaz de aumentar o reconhecimento da marca, principalmente no Brasil.

Sob sua gestão, a empresa aumentou imensamente o seu foco na produção de utensílios de cozinha, utilizando também materiais como plástico e madeira; que compõem diversas linhas com diferentes modelos, acabamentos e faixas de preço.

Segundo a empresa, a marca é considerada a maior referência em seu setor dentro do mercado brasileiro, atendendo consumidores de todas as classes sociais, com produtos desde os mais simples e básicos, até produtos sofisticados que envolvem alta tecnologia e acabamento de luxo.

Até 2013, a empresa atuava como fornecedora de varejistas e através de representantes; porém, naquele ano, a empresa decidiu apostar na criação de lojas próprias, eliminado intermediários; surgindo assim as Tstore, lojas conceito da marca.

A primeira unidade surgiu no Rio de Janeiro e foi um sucesso, contando com mais de 2000 itens; entre utensílios, ferramentas e também novas apostas como itens de decoração e eletrodomésticos como cooktops e coifas.

O conceito foi um grande sucesso e foi replicado também em outras cidades brasileiras e em Santiago, no Chile.

Atualmente, a Tramontina é a empresa líder nos setores de cutelaria e panelas no mercado brasileiro, com cerca de 70 por cento de participação; e estima-se que mais de 120 países comercializem seus produtos. De forma direta, a empresa está presente em 16 países, em todos os continentes. E nos demais, atua através de representantes e intermediários.

Além dos itens já citados, a empresa também produz itens para jardinagem, construção civil, pias, cubas e até móveis.

Ainda assim, cerca de 70 por cento de seu faturamento ainda é proveniente da venda de utensílios de cozinha como panelas, talheres e facas em geral.

Segundo a empresa, hoje são mais de 9 mil funcionários e um portfólio de mais de 18 mil itens. E a Tramontina continua crescendo e apostando cada vez mais em diferentes mercados. Além de ser uma referência nas residências de todo o mundo, a empresa aos poucos vem oferecendo soluções para hotéis e hospitais, mercados em que ela quer também ser uma referência nos próximos anos.

A HISTÓRIA DA NESTLÉ

Por conta de todos os seus feitos, a Tramontina é uma das empresas mais amadas e respeitadas do Brasil, sendo também um sucesso mundial e uma referência do empreendedorismo brasileiro. E por conta disso é mais uma história de sucesso que merece ser contada em nosso canal.

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