STEVE JOBS SEM A APPLE – A APPLE SEM STEVE JOBS – HISTÓRIA DE STEVE JOBS – #03

O ano de 1985 havia sido traumático para Jobs.

A QUEDA DE STEVE JOBS

O SURGIMENTO DA LENDA STEVE JOBS

Além de perder o controle sobre suas criações, e amargar prejuízos recorrentes em suas operações; ele também se sentiu traído pelo conselho diretivo da Apple, e, principalmente, por John Sculley.

Apesar de só ter 30 anos de idade, os 9 anos anteriores foram intensos como se fossem décadas; e o impacto da Apple foi tão forte quanto o trabalho desenvolvido por gerações.

UM NOVO PROJETO FORA DA APPLE

Longe da Apple, Steve buscou um novo caminho e decidiu criar uma nova empresa de tecnologia. Contudo, devido a sua saída, ele ainda tinha restrições para poder atuar, principalmente por ter tido acesso a toda a tecnologia da corporação. Assim, ele não poderia simplesmente criar uma empresa idêntica, parceira ou concorrente.

Diante disso, ele decidiu que criaria um produto voltado para a Educação, mais precisamente para o ensino superior. Mas não faria sozinho, ou criaria uma equipe do zero. Para tanto, pediu autorização ao conselho da Apple para que pudesse contratar alguns funcionários da empresa; que segundo ele, eram de um escalão inferior, e que não causariam prejuízo à organização da corporação. O pedido foi aceito, mas as coisas se desenrolaram do jeito Steve Jobs.

O QUE AS PESSOAS INTELIGENTES TÊM EM COMUM SEGUNDO STEVE JOBS

Apesar de ter mencionado que os funcionários eram de segundo escalão, na verdade eles tinham uma importância significativa para a divisão Macintosh. E quando o Conselho descobriu, era tarde demais; os funcionários já estavam fechados com Jobs.

E mesmo com a tentativa da Diretoria de manter os funcionários e tentar hostilizar Jobs; o próprio Steve já tinha suas precauções, e alertou que todos os profissionais sairiam da Apple de toda forma. Principalmente, porque com a sua saída a companhia tinha perdido sua essência.

Ainda assim, a Apple processou Jobs por quebra de confiança.

A ação foi extinta antes do julgamento, pois foi celebrado um acordo entre Jobs e a Apple, de modo que ele se absteria de criar produtos concorrentes, e se limitaria a apenas a produção de máquinas educacionais. Além disso, o primeiro projeto da nova empreitada somente poderia ser lançado a partir de março de 1987, para não conflitar com os produtos correntes da Apple.

Então, a contragosto, Jobs montou uma nova equipe de tecnologia, capitaneada por seus ex-colegas. E o projeto inicial era criar uma espécie de computador educacional.

A ideia surgiu poucos meses antes em uma viagem à França, quando Jobs conheceu o químico Paul Berg, ganhador do prêmio Nobel.

Do encontro, Jobs percebeu que os laboratórios das Universidades tinham uma série de limitações para pesquisa e desenvolvimento porque faziam quase tudo de forma manual.

Diante do problema, Jobs imaginou que com a ajuda de um computador adequado as Universidade de todo o mundo se beneficiariam imensamente se tivessem uma série de softwares para suas necessidades.

A título de exemplo, na época, um laboratório de química tinha de fazer a maior parte de seus experimentos de forma manual para chegar a um resultado; o que demandava muito tempo e dinheiro.

Porém, para Jobs, era possível simular a maioria dos testes utilizando algoritmos e sistemas que trariam as respostas que os cientistas precisavam em poucos minutos. O que representaria um salto exponencial somente nesse ramo acadêmico.

COMO JOBS ENXERGAVA OS COMPUTADORES

O Insight era a tradução da filosofia e crença mais forte de que Steve Jobs tinha.

Para explicar sua filosofia, Jobs usava uma metáfora.

Até certo momento da História, as pessoas acreditavam que um Condor era a coisa mais rápida do mundo. E foi então que um homem com uma bicicleta conseguiu ser mais rápido que o pássaro, fazendo cair por terra a ideia de que a natureza não poderia ser superada.

A bicicleta foi o primeiro grande passo para o homem através de um invento quando o assunto era a locomoção; tornando-o mais rápido do que os animais.

E, Steve, acreditava que o computador tinha o mesmo efeito para a mente humana do que a bicicleta teve para o homem; ou seja, fazer com que ele ultrapasse os limites que existem até certo momento.

Por esse raciocínio, Jobs dizia frequentemente que o computador é como uma bicicleta para a mente humana. E ele estava certo. Graças ao computador o ser humano conseguiu derrubar barreiras e ter um progresso considerado impossível em um curto espaço de tempo.

E aquela empreitada poderia ser o primeiro passo para ajudar nesse processo rumo ao futuro.

Inicialmente, o projeto seria tocado dentro da Apple, mas devido aos problemas que lá ocorreram naquele ano, a ideia foi descontinuada.

Então, por conta própria, Steve estava livre para dar vazão ao projeto.

O nome do escolhido foi sugestão de um amigo, NEXT. Próximo em inglês.

O projeto da empresa era criar um computador conceito, que seria endereçado para Universidades. O gabinete da máquina seria um pequeno cubo, e cada detalhe foi exaustivamente trabalhado por Jobs e sua equipe.

De início, foram gastas algumas dezenas de milhões de dólares para criar um aparelho perfeito. E assim como já tinha sido feito no Lisa e no Mac, ele buscou combinar uma série de inovações tanto no sistema, quanto no Design.

O gabinete era em formato de cubo, milimetricamente pensado e acabado, a ponto de ser um cubo com uma angulação exata de 90 graus em cada canto, com todos os lados medindo exatos 30 centímetros e 48 milímetros. E o invólucro era produzido por uma empresa que utilizava plástico especial, de alta qualidade.

Ainda assim, a obsessão de Jobs era tamanha que ele dispensou uma remessa de milhares de invólucros pelo simples fato deles terem uma linha de rebarba, quase imperceptível.

Além de perder o lote inicial, Jobs exigiu e pagou uma nova máquina de injeção plástica para a empresa, para que então fosse eliminada a falha no novo lote.

O perfeccionismo de Jobs era tão grande que apenas para a criação da logo marca da Next ele gastou 100 mil dólares, contratando o prestigiado designer Paul Rand.

Ele também gastou uma grande quantia para adquirir os direitos de uso das obras de Shakespeare que eram de propriedade de Oxford para incluir originalmente na memória dos computadores da Next.

Porém, os mesmos problemas que ele teve na Apple reapareceram ao longo do desenvolvimento dos produtos da Next.

Enquanto na Apple, Jobs gastava rios de dinheiro da empresa com experimentação e exigência absoluta até em relação aos mínimos detalhes; dessa vez ele repetia o processo, mas com uma diferença essencial: todo o dinheiro da empresa saía do bolso dele; principalmente pois de pronto a empresa não tinha receita pois ainda não vendia nenhum produto.

Para completar, o cronograma original do projeto era que o equipamento fosse colocado no mercado em 1987, depois do prazo firmado com a Apple.

Mas, todos os setores atrasaram, e cada dia fora do prazo custava mais uma voluptuosa quantia de dinheiro.

Ao longo do período, estima-se que Jobs tenha empenhado mais de 50 milhões de dólares do próprio bolso para colocar o primeiro produto da empresa no mercado.

Enquanto dedicava seus esforços na Next, Steve também se encantou com outra empresa; na verdade, parte de uma empresa.

PIXAR

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