O SURGIMENTO DA LENDA STEVE JOBS – PARTE 01
A QUEDA DE STEVE JOBS – PARTE 02
STEVE JOBS SEM A APPLE – A APPLE SEM STEVE JOBS – PARTE 03
A VOLTA DE STEVE JOBS – PARTE 04
O LEGADO DE STEVE JOBS – PARTE 05
Imagine a Responsabilidade de substituir ninguém menos que Steve Jobs?
Essa foi a incumbência de Tim Cook, o atual CEO da Apple. E nesse vídeo vamos dar prosseguimento a nossa série sobre Steve Jobs com mais um capítulo especial mostrando quem é o homem que foi escolhido para substituir o cofundador da Apple.
Timothy Donald Cook nasceu em 1º de Novembro de 1960 na cidade de Robertsdale, Alabama, nos Estados Unidos.
Filho de um construtor naval e de uma dona de casa, Tim passou teve uma infância relativamente tranquila, com um foco muito grande nos estudos. Sempre discreto, ele foi um excelente aluno e viveu em cidades muito pequenas até ir a Universidade de Auburn, onde se formou em engenharia de produção.
Curiosamente, Tim Cook pode ser considerado o extremo oposto de Steve Jobs. Tímido e reservado, Cook é conhecido pela fala mansa e por manter um comportamento educado e bastante amistoso. Ele foi um estudante nota A+, e além de se formar na Universidade, também cursou um MBA em negócios.
Já Jobs era um aluno difícil, arrogante e que abandonou a faculdade. Na vida pessoal, era considerado mal educado, temperamental e por vezes até estúpido.
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Enquanto Steve percorreu o caminho do empreendedorismo, Tim seguiu a carreira corporativa. E por incrível que pareça, ele começou a carreira profissional como trainee da IBM… ela mesma … a empresa que Jobs odiava e que foi retratada como o Big Brother no comercial 1984.
Na IBM, Cook se tornou especialista em logística, e desenvolveu uma grande habilidade em gestão de estoque, principalmente aplicando o conceito de Just in Time (JIT).
A ideia que foi popularizada principalmente pela Toyota, e que é muitas vezes descrita como Toyotismo, é um norte produtivo que trabalha com redução do custo de estoque, visando aumentar a eficiência produtiva através da implementação de uma série de processos e de um foco na melhoria contínua.
O objetivo é cortar os desperdícios e evitar que o estoque fique parado, o que pode impactar o fluxo de caixa de uma empresa, e até leva-la a insolvência.
Na essência, o estoque é planejado e http://passoapassoempreendedor.com.br/wp-content/uploads/2023/01/wang-chuanfu.jpgistrado de forma que a matéria prima seja comprada e usada de acordo com a necessidade imediata, evitando ao máximo que haja sobra de material.
Com grande talento, Tim Cook subiu rapidamente na hierarquia da IBM e permaneceu na empresa por 12 anos, se tornando diretor de distribuição da empresa nos EUA. Depois ele passou pela Intelligent Eletronics e em 97 chamou a atenção da Compaq, a empresa que se tornava a maior fabricante de computadores do mundo.
Por lá, ele foi vice-presidente de materiais, mas a passagem durou apenas 6 meses, por conta de um encontro que ele teve com ninguém menos que Steve Jobs.
ENCONTRO COM JOBS
Jobs estava retornando à Apple, e precisava de um executivo que fosse capaz de ajuda-lo a salvar a empresa que estava à beira da falência. Na ocasião, um dos maiores problemas da Apple era a gestão de estoque, a especialidade de Cook.
E assim, após alguns encontros com Jobs, Cook foi persuadido a trabalhar na Apple, em meio a maior crise da história da empresa.
Segundo ele, o convite só foi aceito por conta da capacidade de persuasão de Steve; e na ocasião, seus amigos e colegas disseram que ele estava cometendo uma loucura, ao deixar a líder de mercado para embarcar em um navio prestes a afundar.
Porém, Tim disse que sentiu que estava diante da chance de sua vida, principalmente por trabalhar com alguém como Jobs.
Na Apple, Cook rapidamente mostrou a que veio e implementou mudanças que foram extremamente importantes para que a Apple tivesse força em duas pontas.
Internamente, era importante melhorar a gestão de estoque para que a empresa pudesse ter um fluxo de caixa positivo, o que possibilitaria a melhora em todos os setores da empresa, e também evitaria desperdícios e gastos desnecessários com logística.
Em outra ponta, a missão de Cook era fazer também com que a Apple fosse capaz de entregar corretamente os novos produtos que seriam lançados sob o comando de Steve Jobs. E sua primeira incumbência era possibilitar que o iMac pudesse chegar as varejistas o mais rápido possível.
Curiosamente, anos antes, a Apple teve problemas por conta de um computador que vendeu mais do que o esperado.
Na época, o computador teve seus estoques esgotados rapidamente, vendendo muito mais do que o esperado. E posteriormente, as varejistas passaram a encomendar novas unidades, mas a Apple demorou meses para conseguir atender os pedidos. E a demora foi tão grande que vários pedidos foram cancelados, deixando o estoque parado nos centros de distribuição da empresa; representando um enorme prejuízo.
Com poucos meses, Tim conseguiu diminuir os inventários da Apple de meses para dias, e com essa melhora, a entrega dos iMac ocorreu até mesmo melhor do que o planejado. E o produto foi um enorme sucesso de vendas e também de logística, garantindo novo fôlego para a Apple no ano de 1998.
Nos anos seguintes, Cook foi o responsável por negociar com fornecedores e gerir as plantas que a Apple tinha nos Estados Unidos e na Ásia.
No começo, a empresa tomava conta da maior parte de sua produção. A política era uma ordem de Jobs que acreditava que era essencial que a Apple tivesse amplo controle sobre seus produtos, o que incluía também quase toda a cadeia produtiva, e em especial a montagem dos eletrônicos.
Porém, com o passar dos anos, a empresa teve enormes problemas com a questão fabril.
Na primeira passagem de Jobs, a Apple construiu uma super fábrica nos EUA para atender não só sua demanda, mas também para suportar sua demanda nas décadas seguintes. Porém, a fábrica foi fechada em 1992, sete anos depois que Jobs foi demitido, sem jamais ter atingido a capacidade esperada.
Em sua volta, a questão produtiva era ainda um problema gigante para a Apple. Primeiro, porque demandava uma inteligência e uma logística especial, e este era um dos pontos mais fracos da companhia.
Um dos principais problemas era o custo das fábricas, principalmente por conta das questões trabalhistas e da produtividade dos funcionários.
UM EXECUTIVO FUNDAMENTAL PARA A APPLE
Para resolver a questão, Tim Cook negociou pessoalmente a terceirização da produção da Apple para países asiáticos, e especialmente para empresas chinesas, como a Foxconn, que se tornou a principal parceira da Apple.
Além disso, o número de fornecedores foi amplamente reduzido, para que fossem escolhidos poucos fornecedores que seriam responsáveis pela produção de vários itens diferentes.
A terceirização foi extremamente importante para as finanças e para a logística. Além de mais barato, com poucos fornecedores, os produtos e insumos saíam dos mesmos pontos, o que representava um frete proporcionalmente muito mais barato. Assim era possível aumentar imensamente as margens dos produtos da Apple, que eram vendidos por preços cada vez mais caros com o passar dos anos.
Dessa forma, as habilidades de Cook se casavam com as de Jobs. Enquanto Jobs criava produtos revolucionários com a ajuda de Jonathan Ive, Cook cuidava da produção, logística e aumentava as margens da empresa.
Na prática Steve criava Valor e Cook cuidava dos preços. Jobs navegava no mundo das ideias, e Cook era responsável por viabilizar as ideias e transformá-las em realidade.
Com esse perfil complementar, Tim Cook se tornou um dos principais membros da Apple, mesmo que fosse extremamente discreto. Nomeado como diretor de operações, ele era um desconhecido para o grande público, mas uma estrela dentro da empresa. E um dos poucos que tinha afinidade e proximidade com Steve Jobs.
Enquanto o mundo admirava as ideias de Jobs e o design de Jone Ive, Tim Cook fazia o trabalho pesado.
Por força de seu trabalho nos bastidores, Cook foi nomeado como o responsável por suprir as ausências de Jobs enquanto ele se tratava de seu câncer.
Primeiro, em 2003, Cook atuou de forma oculta, já que a Apple escondeu ao máximo a ausência de seu líder. Depois, em 2009, Cook foi nomeado oficialmente e atuou enquanto Jobs passava por um transplante de fígado.
Em 2011, pouco antes de falecer, Jobs nomeou Cook como seu substituto e tinha planos para que o amigo fosse o CEO permanente, enquanto ele seria o presidente do conselho.
Porém, antes mesmo de cumprir o seu plano, Jobs faleceu ainda em naquele ano.
Com a morte do líder, o conselho referendou a escolha por Cook, que passou a ser oficialmente o CEO da Apple.
SUBSTITUTO DE STEVE JOBS – O NOVO CEO DA APPLE
Entretanto, ainda que contasse com o apoio do Conselho e da Empresa, Tim Cook era quase um desconhecido para o resto do mundo, e com árdua tarefa de substituir uma lenda.
De pronto, Cook teve que lidar com a desconfiança e até a rejeição de algumas pessoas e fãs da marca.
Em suas primeiras aparições apresentações públicas a mídia especializada estranhou o seu estilo e até mesmo a sua forma monótona de falar.
No início, ele demonstrava também bastante nervosismo, e sabia que seu trabalho é que deveria falar por ele. E nos primeiros meses, ele se mostrou apto a manter o patamar que a empresa estava.
Porém, logo começaram as previsões pessimistas que diziam que em 2012 a Apple havia atingido o seu ápice, e previam que a empresa perderia o seu status para a Samsung que ganhava mercado com a linha Galaxy.
Ainda assim, naquele ano a empresa atingia a maior valorização de uma empresa de capital aberto no mundo.
Contudo, o medo dos especialistas era justificado, especialmente por uma série de problemas que viria pela frente, e que demandariam um líder de verdade.
Primeiro, a Apple sofreu uma série de acusações de trabalho análogo a escravidão por conta das condições impostas pelas empresas terceirizadas, em especial pela Foxconn na China.
A empresa foi pivô de vários documentários que ganharam notoriedade. Por lá, os funcionários trabalhavam cerca de 12 horas com salário de menos de 2 dólares por hora.
A rotina de produção era menos complexa do que se imagina. Apesar da alta tecnologia agregada, o iPhone tinha a maior parte de sua montagem feita literalmente a mão. E os funcionários montava centenas de aparelhos todos os dias.
Os documentários voltaram os holofotes contra a Apple e demandavam uma resposta contundente.
E por conta disso, Tim Cook começou a mostrar para o mundo que tinha um estilo próprio de liderança e trabalho.
Para Steve Jobs, os problemas envolvendo a cadeia produtiva da Apple nunca foram uma questão importante.
A postura inclusive era criticada por muitos.
De um lado Jobs dizia que estava mudando o mundo e tornando melhor a vida das pessoas, através de produtos que custavam centenas de dólares e que eram destinados aos mais ricos do planeta. Por outro lado, os funcionários que produziam os aparelhos recebiam salários ínfimos e o visionário nunca se envolveu no problema.
E para apimentar a discussão, o iPhone é considerado o produto industrial mais lucrativo do mundo, com margem líquida de 45%.
Enquanto Jobs faria de tudo para abafar a situação, com sua habilidade de distorção da realidade, Tim decidiu enfrentar o problema pessoalmente.
SEM MEDO DOS PROBLEMAS
Primeiro, ele foi até as fábricas da Foxconn nas cidades de Schenzen e Changdu, na China e testemunhou os problemas relatos nos documentários.
Na época, a jornada de trabalho era lícita, pois na China é permitido trabalhar 60 horas por semana, e 12 horas diárias; enquanto, por exemplo, no Brasil, a média é de 40 horas semanais, com permissão máxima de 44 horas, com o teto de 8 horas diárias.
E a Apple pouco podia fazer diretamente contra a situação, já que a empresa era terceirizada e tinha margem de lucro líquido média de 5%; uma margem difícil de se manejar.
Para tanto, o próprio Cook anunciou uma nova política que começou com a edição do Código de Ética da Apple, que estabelece limites e requisitos mínimos para as fábricas terceirizadas. Além disso, foram feitos investimentos nas fábricas, pagos pela própria Apple.
A iniciativa foi muito bem recebida, apesar de ainda ser alvo de alguns críticos.
Na mesma época, Cook cometeu alguns erros no comando da empresa.
Primeiro, ele contratou John Browett como responsável pelas lojas da Apple. Ele era especialista em varejo, mas teve destaque com lojas de baixo custo, e sua política de introdução de corte de custos não foi bem recebida nas lojas da maçã, que prezavam pelo consumidor antes dos custos.
A estadia de Browett durou poucos meses. Tempos depois, Cook conseguiu reverter a situação quando contratou Angela Ahrendts, que tinha sido diretora das lojas da Burberry.
Na mesma época, também houve o lançamento da assistente pessoal Siri, que tinha problemas graves inicialmente.
Outro erro da gestão de Cook foi o polêmico Apple Maps, que tentava tirar a liderança da Google, mas foi um grande fracasso.
O Maps custou o cargo de Scott Forstall, considerado um dos possíveis substitutos de Jobs, que era uma persona non grata na empresa. Além disso, o próprio Tim Cook emitiu uma nota de desculpas dizendo que a empresa havia errado com aquela empreitada.
O pedido de desculpas teve recepções mistas. Primeiro, porque era algo que Steve Jobs jamais faria. E segundo, porque é incomum que empresas assumam com tranquilidade os seus erros. Ainda que, a Apple seja uma empresa tolerante com os erros internos.
Porém, o episódio mostrava mais uma vez as características de Cook, que era realmente o oposto de Jobs.
Outra atitude contrária à de Jobs era o apreço pela filantropia. Enquanto Jobs acreditava que o mundo se beneficiaria através da criação de produtos revolucionários, que demandavam todo o caixa da Apple; Tim Cook criou diversas iniciativas filantrópicas em nome da empresa, com apoio a Universidades e Hospitais, entre eles a Universidade de Stanford, cuja área de saúde ajudou Jobs em seu tratamento contra o câncer.
As iniciativas foram bem recebidas pelo público.
Porém, ainda pairavam dúvidas a respeito de Tim Cook.
Conforme apresentado pelo autor Jim Collins, mentor de Jorge Paulo Lemann, em seu livro Feitas para Durar, as empresas consideradas visionárias e que mantém o sucesso através das décadas ou séculos, em geral NÃO possuem um líder carismático.
Um exemplo é a 3M. Uma empresa centenária e que é famosa por inúmeras inovações. Mas, que quase ninguém sabe quem são seus líderes.
Mas ainda assim algumas das empresas visionárias tiveram líderes carismáticos como o Wal-Mart, a Ford e a Disney, e tiveram dificuldade na transição de um líder para uma gestão executiva.
A Apple tinha tido dificuldades após a saída de Jobs, e após a sua morte havia dúvidas se os processos seriam mantidos, e se a Apple poderia estar no mesmo rol das empresas citadas.
E diante das dúvidas, as ações da Apple caíram 30 por cento no início de 2013, principalmente pois o lucro havia sido menor do que o esperado pelos acionistas e pelo aumento significativo da fatia dos celulares Android.
E nesse cenário, Tim Cook mostrou de vez suas credenciais.
O PLANO QUE FEZ A APPLE EXPLODIR EM FATURAMENTO
Primeiro, ele estabeleceu um plano de aumento de receita da Apple investindo fortemente no mercado chinês. Até então, as receitas de vendas do iPhone na China representavam apenas 2 por cento do total global. Não havia uma distribuição oficial de um player chinês e a Apple tinha apenas 2 lojas oficiais no país.
O fato era preocupante. Apesar da China ser relativamente fechada, se tratava do maior mercado do mundo e várias empresas globais de diferentes seguimentos conseguiam sucesso por lá.
Pensando nisso, Cook fechou um acordo com a China Mobile para ser a distribuidora oficial da Apple no país. Além disso ele investiu fortemente na criação de novas Apple Stores nas principais cidades chinesas.
Em paralelo, a Apple anunciou o lançamento de um novo Iphone que também receberia uma versão mais barata, com acabamento inferior. Surgiam assim os modelos 5 e 5C.
Com esses ingredientes, a Apple aumentou bastante sua fatia de mercado, conseguindo o ingresso de novos clientes.
E com esses esforços, em apenas dois anos, a receita da Apple em vendas na China passou de 2 por cento de seu total para mais de 12. O que garantia algumas dezenas de bilhões de dólares a mais no caixa da empresa.
Ao mesmo tempo, os problemas continuaram.
Na China houve falhas da Apple para atender o mercado local. E mais uma vez, Tim Cook pessoalmente se desculpou com o povo chinês, fato que foi bem visto pela população local.
PROBLEMAS COM O FISCO AMERICANO
Na mesma época, a Apple também foi acusada de sonegação fiscal pelo Governo Americano. Setenta por cento das atividades da empresa ficavam no exterior, e o faturamento dessa fatia não era remetido e tributado nos EUA.
Ainda assim, a Apple era a maior pagadora de tributos para a Receita.
E o Governo queria cobrar não apenas mais impostos, como também recolher de forma retroativa, acrescida de multas; o que daria um valor trilionário.
A questão mexia com os ânimos do mercado; mas mais uma vez o próprio Tim Cook matou a questão no peito e foi pessoalmente ao Congresso informar as razões da Apple.
Segundo ele, o maior problema era a legislação americana que tributaria o dinheiro duas vezes, tanto na entrada do dinheiro no país, quanto no momento da apuração contábil da Apple.
A legislação era antiga, de uma época em que não se imaginava que uma empresa pudesse atuar de forma global. Dessa forma, o dinheiro das operações internacionais era faturado e também gasto no exterior, sem entrar nos EUA. Caso o fizesse, cerca de 35 por cento do total seria destinado para o Governo.
Na ocasião, o Congresso aceitou a explicação da Apple, ainda que com ressalvas. E graças a exposição de Cook, foi entendido que de fato, havia um problema na legislação americana, e até então, a atuação da empresa era lícita.
O problema legal só foi resolvido em 2017 com a edição de uma reforma tributária feita pelo então Presidente Donald Trump, que conseguiu cortar pela metade a tributação e facilitou a remessa de faturamento no estrangeiro.
A resiliência e robustez de Tim Cook perante os problemas fez com que o mercado depositasse confiança em seu trabalho, especialmente por conta do megainvestidor Carl Ichan que disse publicamente que acreditava na visão de longo prazo do executivo.
E para completar, durante a queda das ações, Cook cortou o próprio salário em 80 por cento.
Nos anos seguintes, a Apple continuou promovendo inovações dentro de sua linha de produtos, com as atualizações do iOS e o lançamento do iPhone 5S que ajudou a empresa a bater a marca de meio bilhão de smartphones vendidos. O produto por si só também foi recorde de vendas em 2014.
A PRIMEIRA AQUISIÇÃO DA ERA COOK
Ainda em 2014, a Apple anunciou a primeira aquisição da era Cook, e que também foi a maior de sua história. A compra da Beats, empresa que tinha o rapper Dr. Dre como sócio. A transação foi de 3 bilhões de dólares, e trouxe para a Apple toda a linha de eletrônicos e também o sistema de músicas Beats Music.
Curiosamente, a Apple também anunciou uma parceria que parecia impensável; ao anunciar um acordo com a IBM, ela mesma. O Big Brother …. para a produção de aplicativos empresariais para o iOS. A parceria foi ótima para as duas empresas e ainda está vigente.
O ESCÂNDALO DO IPHONE 6
Ao final do ano, veio uma grande inovação de produto.
Anteriormente, a linha iPhone tinha ganhado duas versões de acabamento, com o iPhone 5 e sua versão de entrada o 5C.
Com o lançamento da linha 6, houve também a expansão dos formatos do aparelho, com a chegada da versão Plus, com tela maior, em resposta aos modelos da Samsung que estavam dominando esse nicho do mercado de celulares.
Os produtos foram sucessos enormes, mas também não passaram ilesos, com um princípio de escândalo chamado Bendgate.
Segundo alguns consumidores, o iPhone 6 costumava entortar com o passar do tempo, principalmente por conta de seu design ultrafino. Porém, a empresa conseguiu contornar a situação, alegando que apenas condições extremas causavam o problema. E mesmo assim, qualquer ocorrência poderia ser resolvida nas lojas Apple, com uma possível troca do aparelho, sem ônus para o consumidor.
Posteriormente vieram os pontos altos da gestão de Cook, com a criação de seu primeiro grande produto sem a participação de Steve Jobs: o iWatch.
O iWATCH
O relógio inteligente foi lançado em 2014 e vendido a partir de 2015, e foi um conceito criado por Jone Ive, e foi um enorme sucesso vendendo mais do que qualquer fabricante suíço. Não se sabe qual seria a opinião de Steve, e os criadores dizem que nem sabiam se ele usava algum relógio. Ainda assim, o público adorou e o aparelho é um sucesso, que é capaz de se integrar com outros produtos da marca, seguindo a filosofia que Jobs sempre pregou.
Tais esforços levaram a Apple a uma capitalização de mais de 700 bilhões de dólares e muito ainda estava por vir.
UM LÍDER ENGAJADO NAS CAUSAS SOCIAIS
Ainda em 2014, Tim Cook surpreendeu o mundo ao se assumir homossexual. Ele foi o primeiro CEO de uma empresa listada no ranking das 500 empresas mais valiosas do mundo da revista Fortune a assumir tal orientação sexual.
A atitude foi muito bem recebida e fez com que Cook fosse visto como um exemplo para o mundo. E em conjunto com suas atividades de sucesso na Apple, ele foi eleito como personalidade do ano pela Revista Time.
Além da declaração, a Apple passou a capitanear esforços para a valorização da chamada diversidade dentro das empresas, e tal fato é demonstrado através da nomeação de pessoas de diferentes grupos nos cargos principais da empresa.
Outro esforço liderado por Cook é pela defesa da privacidade e proteção de dados dos usuários da Apple. Além de investir forte em tecnologia e segurança, a Apple se negou a ajudar o FBI no desenvolvimento de uma tecnologia de identificação dos usuários, sob uma falsa premissa de que a empresa teria uma tecnologia que ajudaria na segurança nacional.
O caso se tornou uma disputa jurídica e a Apple conseguiu vencer a entidade na disputa.
Recentemente, a Apple também anunciou uma proteção extra que fará com que redes sociais, como o Facebook, por exemplo, não tenham acesso aos dados dos usuários dos dispositivos da empresa.
Tim Cook também é um defensor da sustentabilidade e vem criando diversas iniciativas para que a Apple se torne uma empresa ambientalmente consciente. Para tanto, ele e sua equipe desenvolveram uma cadeia de circuito fechado que pretende tornar a empresa amplamente sustentável.
Outra causa de Cook é um investimento no bem-estar dos funcionários e principalmente para tornar a Apple um ambiente agradável e proveitoso para todos os funcionários. Além de esforços em prol da chamada diversidade, Cook é considerado um líder empático e que apesar de discreto, consegue valorizar os seus comandados. Mais uma característica totalmente contrária as de Steve Jobs.
A ideia de colaboração também tem sido levada a sério, principalmente pela construção do Apple Park, que desde 2017 é a casa da Apple, e que visa integrar todos os funcionários que estão na cidade de Cupertino em um único ambiente que permita a sinergia entre todos os setores da empresa que lá se encontram.
O AUGE DOS SMARTPHONES
Por fim, na parte de produtos, a Apple conseguiu romper novas barreiras com o lançamento do iPhone X, um produto lançado para comemorar os 10 anos do smartphone.
O aparelho era comercializado por 999 dólares, se tornando o smartphone mais caro do mercado, e mesmo assim com um grande sucesso. Mostrando que tal como na época de Jobs, a Apple era capaz de fazer produtos de sucesso, apesar do preço.
Outro avanço foi o lançamento do sistema Apple Pay, que foi lançado em 2015 e que está em constante melhoria. O sistema colocou a Apple também no mercado financeiro e o intuito é criar um sistema de pagamentos global com integração através dos produtos Apple e também de um sofisticado sistema de reconhecimento facial.
Completando a linha de produtos, foram lançadas novas versões do iPhone, que além de diferentes tamanhos e acabamentos possuem também versões com recursos adicionais chamadas de Pro. Criando uma escada de valor em torno do smartphone mais admirado do mundo.
Em paralelo, a Apple também passou a vender separadamente fones de ouvido sem fio, os chamados AirPods que são símbolo de status e que também tiveram grande aceitação no mercado mundial.
O MELHOR CEO DA HISTÓRIA DA APPLE?
Em quase 10 anos de Gestão, Tim Cook conquistou o mercado e se mostrou um líder de grande sucesso, mesmo sendo exatamente o oposto de Steve Jobs.
Sob o seu comando, a Apple alcançou uma valorização de mais de 1 trilhão de dólares, se tonando a empresa mais valiosa do mundo.
Além do otimismo do mercado, a empresa conquistou outros players como o megainvestidor Warren Buffett, e há rumores de que até mesmo Bill Gates também esteja entre os acionistas, através de um trust.
Para muitos, Cook é o melhor CEO de toda a história da Apple.
Enquanto Jobs era famoso pela criação de produtos, terceirizando muitas atividades, entre elas a operação para o próprio Tim Cook; o substituto consegue ser um generalista que é completo e atua bem em todas as áreas.
Ainda assim, só o tempo dirá se a sentença é verdadeira. E enquanto isso, há muita expectativa sobre o futuro da Apple.
Entre os rumores estão uma televisão inteligente, e um carro autônomo que faz parte do projeto Titan, que aparentemente está engavetado.
Segundo Jony Ive, a ideia era criar um produto que redefiniria a ideia de automóvel. Porém, não se sabe se o projeto realmente será executado.
Enquanto isso, a Apple aposta em aplicações para o mercado de saúde como o Healthkit e o Research Kit, e há espaço para muito mais.
E se depender das credenciais de Cook, o futuro será glorioso….
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