O Banco Inter é um dos maiores fenômenos recentes do mercado Brasileiro.
O Banco cem por cento digital vem conquistando o mercado nacional e desperta curiosidade sobre sua origem e seus métodos.
Hoje, a instituição é totalmente digitalizada, sem a presença de agências físicas e é um dos principais exemplos de fintechs de sucesso no Brasil.
Porém, o começo do Banco foi bem diferente.
Enquanto hoje existem bancos digitais que surgiram tal como startups de tecnologia, como no caso do Nubank, por exemplo; o Inter começou como um banco tradicional e local. E na época, o nome também era diferente.
Na verdade, tudo começou em 1994, quando o empresário Rubens Menin, principal responsável pela Construtora MRV, decidiu criar uma instituição financeira para realizar operações de crédito e financiamento imobiliário para que os clientes da Construtora pudessem financiar imóveis da empresa.
No começo, a MRV Engenharia era especializada em imóveis destinados à classe média, e por vezes, os clientes da construtora não conseguiam ter acesso a um financeiro imobiliário em instituições e bancos tradicionais.
Para preencher essa lacuna, e viabilizar a operação financeira para seus possíveis clientes, Menin e seus familiares, juntamente com o empresário Marcos Alberto Cabaleiro Fernandez, decidiram abrir uma instituição financeira; e assim surgia em Belo Horizonte, a Financeira Intermedium CFI.
No início, a ideia de oferecer crédito para os clientes da MRV era o carro chefe da instituição, mas em pouco tempo, também foram oferecidos outros serviços financeiros destinados principalmente para empresas de médio porte com faturamento entre 4.8 e 300 milhões de reais, e operações de crédito consignado.
Desde 1999, a instituição conta com o Crédito Empresa, e em 2005 passou a realizar também operações de crédito consignado.
O primeiro grande salto ocorreu em 2008 quando o Banco Central concedeu para a instituição a carta patente para que a Financeira se tornasse Banco Intermedium.
Com a autorização, o Banco passou a ter um leque ainda maior de serviços financeiros, e em 2012 lançou a sua própria seguradora, o Intermedium Seguros. E em 2013, o Banco também tinha sua distribuidora de títulos e valores mobiliários, a Intermedium DTVM, operando também no mercado de capitais.
Porém, o Intermedium na ocasião ainda era um banco regional e estava bastante limitado ao estado de Minas Gerais. E a primeira grande sacada da instituição foi em 2014 com a criação de uma conta digital, a primeira do Brasil, que poderia ser operada por computadores e smartphones. E o melhor de tudo, sem cobrança de tarifas.
A iniciativa era uma resposta ao surgimento de startups financeiras, as chamadas fintechs, empresas que aliam tecnologia ao mundo financeiro. Na época, o Nubank era o principal expoente deste mercado nascente, e até então somente oferecia um cartão de crédito sem anuidade.
A novidade ao mesmo tempo era uma inovação para o mercado financeiro tradicional, como também batia de frente com as fintechs, já que até então, nenhuma delas oferecia o serviço de conta bancária digital.
Desse modo, com apenas uma tacada, o Intermedium conseguiu atingir concorrentes dos dois mundos, e se posicionou como pioneiro de um mercado que estava em franco crescimento, mas que ainda enfrentava resistência.
Na ocasião ainda havia receio acerca de contas totalmente digitais; afinal de contas, a relação com os bancos no Brasil já é complicada, e na teoria, não ter uma agência física para recorrer, era um fator de resistência.
Ainda assim, o banco teve bastante sucesso com a iniciativa, e começou a colher seus primeiros clientes em nível nacional.
O Banco manteve a sua sede em Belo Horizonte, e enquanto crescia sua estrutura digital, não abriu novas agências, ou criou uma grande estrutura física como um banco tradicional. Essa atitude fez com que a estrutura do banco se firmasse como praticamente totalmente digitalizada, o que na prática faz com que a instituição tenha um baixo custo fixo e consiga aumentar sua lucratividade de forma exponencial; já que enquanto o seu número de clientes aumenta vertiginosamente, os seus custos quase se mantem no mesmo patamar.
Enquanto um banco tradicional precisa aumentar sua estrutura e número de funcionários para crescer e atender mais clientes; um banco digital consegue atender um número cada vez maior de clientes, sem ter de aumentar muito sua estrutura física; alocando seus investimentos em tecnologia e segurança; custos que são altos, mas não tão recorrentes e crescentes como o gasto com folha de pessoal de um banco físico, por exemplo.
Acompanhando o mercado das fintechs, o banco em 2016 lançou seu sistema de cartão de crédito operado pela bandeira MasterCard. O Cartão também seria oferecido sem custos para o cliente, a exemplo do que se tornou praxe no mercado digital.
Além do cartão, o banco também oferecia operações de câmbio, permitindo, por exemplo, que profissionais recebam em suas contas concorrentes pagamentos em moeda estrangeira.
Desse modo, o banco consolidou uma gama de serviços bastante ampla e comparável aos bancos tradicionais. Formando assim um diferencial gigantesco, unindo o melhor dos dois mundos.
Se de um lado, a instituição oferecia serviços digitais como as fintechs mais famosas, ela também oferecia serviços bancários como um grande banco físico. Com esse portfólio, o banco chamou a atenção de mais de 370 mil clientes ainda no ano de 2017.
No mesmo ano, o Banco decidiu tornar o seu nome mais simples, e fez uma remodelação de sua marca, assumindo a identidade de Banco Inter.
O Movimento simplificativo também foi realizado por outras instituições, como por exemplo, o banco mineiro Bonsucesso, que hoje atende pelo nome de BS2.
Além de mudar o nome, o banco também remodelou sua identidade visual e adotou a cor laranja como sua identificação no mercado. O uso de uma cor chamativa não é novidade no mercado bancário, e a maioria das instituições famosas possuem um jogo de cor bem definido, como o amarelo do Banco do Brasil, o azul da caixa, o vermelho do Santander, e nos concorrentes digitais, o roxo do Nubank, o azul ciano do Neon e o verde do Banco Original.
Na mesma época, o banco também anunciou uma parceria com o São Paulo Futebol Clube. Através dela, o clube estampa o logo do Inter na faixa mais valorizada de sua camisa, em troca de uma quantia anual. A iniciativa foi importante para a exposição nacional da marca. E além de receber uma quantia fixa, o São Paulo também recebe participação nas operações realizadas com o cartão Morumbi, produto exclusivo para torcedores do São Paulo. A parceira vigora até hoje.
Outro ponto importante na trajetória do Inter é que o Banco é tradicionalmente superavitário, e sempre registrou lucro em suas operações.
O ponto parece óbvio quando se trata de uma instituição financeira, mas no mercado das fintechs há bancos que preferem registrar prejuízos no presente em busca de uma grande valorização no futuro; como é o caso do Nubank, que é financiado por fundos e investidores internacionais, e opera com prejuízo desde sua fundação. Segundo a empresa, o prejuízo se deve ao fato de que o dinheiro é investido para que o banco continue crescendo e conquistando novos clientes.
Por conta desse fato, o banco Inter conta com mais um diferencial na competição com as demais instituições digitais, já que além de operar como um banco tradicional, com um leque extenso de operações e serviços financeiros, o Inter também tem uma estrutura enxuta.
Esses diferenciais chamaram a atenção do mercado em geral, e em 2018 o Banco anunciou a abertura de seu capital na Bolsa de Valores brasileira. Na ocasião, a empresa conseguiu aporte de 721 milhões em seu caixa. No ano seguinte, foi feita uma nova oferta e o banco levantou 1.3 bilhão de reais, contando com forte aporto do Banco Japonês Softbank, que passou a ter 10% das ações do banco.
Segundo o Inter, desde a abertura de seu capital, suas ações se valorizaram mais de 400 por cento.
Também em 2019 o Banco anunciou um sistema de cashback, semelhante aos que já existem no mercado. Através dele, os clientes do banco conseguem reembolso de parte do valor de compras em lojas parceiras.
Outra inovação no mesmo ano foi o lançamento da plataforma PAI, que é uma funcionalidade dentro do aplicativo que permite que o usuário consiga realizar operações em ações, fundos imobiliários e no Tesouro Direito, além de outros investimentos. Segundo o banco, atualmente mais de 420 mil pessoas investem através da plataforma.
Com todos estes serviços e essa estrutura financeira sólida, o Banco Inter vem chamando a atenção de milhões de brasileiros. Segundo o banco, já são mais de 3 milhões de correntistas, espalhados em 99 por cento dos municípios brasileiros. Por conta disso, o banco atingiu uma valorização superior a 16 bilhões de reais, segundo avaliação recente.
Apesar de ter enfrentado alguns desafios ao longo do caminho, o banco continua em uma crescente e há expectativa de que o Banco continue crescendo em números ainda maiores nos próximos anos. Um dos diferenciais é o fato do Inter oferecer diversos serviços, que além dos já citados também conta com consórcios, contas para pessoa jurídica e MEI e outros serviços que segundo a empresa fazem com que o Inter seja o banco digital mais completo do país.
Segundo a empresa, os clientes economizaram mais de 1 bilhão de reais em tarifas bancárias somente em 2019. O valor é divulgado diariamente no Tarifômetro, um placar eletrônico que está na sede do Banco.
Outro ponto que tem chamado a atenção é o fato de o Banco ter como fundador o empresário Rubens Menin, que foi eleito Empreendedor do ano de 2018 em eleição mundial, pela consultoria global EY, e atualmente figura entre os homens mais ricos do Brasil.
Por conta de todos estes fatores, o Banco Inter é hoje uma das empresas mais comentadas do país, e é mais uma história de sucesso que merece ser contada em nosso canal, e foi um pedido de nossos inscritos Daniel Merengue, Jonas Sousa, Anderson Souza, Carlos Vagner Peres, Amigos do Campo, Anderson Leite e Lucas Azevedo.
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